APÓS DEZ ANOS, PEIXE VENCE O GALO, EM BH

Publicado às 23h27 desta quarta-feira, 12 de julho de 2017.
O Santos conquistou um resultado importantíssimo pela 13a. rodada do Campeonato Brasileiro. Mesmo com quatro desfalques, o alvinegro, depois de 10 anos, venceu o Atlético Mineiro, em Belo Horizonte - 1 a 0. Com um gol de Daniel Guedes, o alvinegro pulou para 23 pontos e assumiu momentaneamente a segunda colocação da competição.

A última vez que o Peixe saiu com os três pontos das Minas Gerais diante do adversário foi em agosto de 2007, quando Marcos Aurélio e Kléber Pereira marcaram os gols e Danilinho, descontou. 

Sem Lucas Lima e Copete suspensos, além de Victor Ferraz e  Renato, no departamento médico, Levir Culpi colocou Daniel Guedes, Leandro Donizete e Vecchio no time, além de manter Thiago Ribeiro entre os titulares, mesmo com o retorno de Bruno Henrique, que desfalcou a equipe no clássico diante do São Paulo.

Quem esperava um Santos medroso, sem marcação na saída de bola do adversário, se surpreendeu. Dentro de sua proposta, a do contra-ataque, o time da Vila levou muito mais perigo do que o mandante na primeira etapa. O atacante Robinho, ex-Santos, ficou no banco de reservas do Atético-MG e entrou apenas na segunda etapa. 

A primeira oportunidade do time santista surgiu quando Bruno Henrique sofreu pênalti de Marcos Rocha, que vai sonhar com o atacante santista até o fim de semana. Kayke não bateu bem e Vitor defendeu.

Ainda no fim da primeira etapa, Leandro Donizete tropeçou e cometeu penalidade máxima em cima de Cazares. O centroavante Fred bateu e o melhor goleiro em atividade no país, Vanderlei, também defendeu. Foram 45 minutos de ótimo futebol que ambos os alvinegros proporcionaram a quem acompanhou a partida mesmo com o placar não sendo aberto. O Peixe nas bolas longas, principalmente com Vecchio e na rapidez de Bruno Henrique, podia ter matado o jogo na etapa inicial.

Perna direita de Vanderlei após o duelo diante do Galo.
Veio o segundo tempo e o Galo pressionou um pouco mais. Se eu critiquei publicamente o comportamento do time diante do Flamengo, na derrota pela Copa do Brasil, tenho de ser no mínimo coerente e afirmar que o Santos foi de uma garra, de uma entrega absurda, o tempo todo. O goleiro Vanderlei foi o maior símbolo dessa raça. O arqueiro trombou com um defensor santista e ficou com dores quase insuportáveis nas costas. Em seguida, levou um carrinho do atleticano Rafael Moura, que o deixou cheio de feridas (foto) e não tinha condições nenhuma de permanecer no gramando, porém, Levir, havia feito as três substituições. Ou seja, se o camisa 1 saísse do jogo, alguém da "linha" iria para debaixo dos três paus, pois Vladimir, o reserva imediato, não poderia entrar.

Para coroar, a boa atuação, tanto na técnica, como na garra, Vecchio "cavou" uma falta aos 48 minutos (a partida foi até aos 55 em razão dos atendimentos a Vanderlei) e se não tinha Victor Ferraz, autor do gol salvador diante do Botafogo-RJ, o substituto Daniel Guedes, em cobrança perfeita, colocou no ângulo superior direito do goleiro atleticano e decretou o resultado - 1 a 0.

Vitória maiúscula que dá muita moral e confiança. Estou bem sereno. Não é empolgação, até porque foi a terceira derrota em sete jogos do Galo como mandante, somente no Brasileirão, mas nesta quarta-feira (16), foi uma das, se não, a melhor atuação do Santos, sob a nova direção de Levir Culpi.


Para o duelo do fim de semana, Copete e Lucas Lima ficam à disposição. Victor Ferraz deve retornar e pelo que o Blog do ADEMIR QUINTINO apurou Zeca talvez seja relacionado (se não for esse fim de semana, retorna contra a Chapecoense). 

Em compensação, o volante Renato deve levar três semanas para retornar. Ele sofreu estiramento na coxa direita. O atacante Ricardo Oliveira segue em uma inter-temporada especial para retornar e ainda não tem previsão de quando ficará à disposição.

Já Vanderlei, que está sendo observado por Taffarel, preparador de goleiros da Seleção Brasileira, será avaliado nesta quinta-feira (13), para saber se há gravidade das contusões que sofreu no estádio Independência.


FICHA TÉCNICA

ATLÉTICO-MG 0 X 1 SANTOS

Estádio Independência - Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Público e renda: 12.949 pagantes/ R$ 333.473,00
Cartões amarelos: Daniel Guedes e Vecchio (SFC)
Gols: Daniel Guedes (48'/2ºT) (0-1)
ATLÉTICO-MG: Victor; Marcos Rocha, Bremer, Gabriel e Fábio Santos; Rafael Carioca, Yago (Valdivia, no intervalo) e Elias; Cazares, Marlone (Robinho, aos 25'/2ºT) e Fred (Rafael Moura, aos 27'/2ºT).Técnico: Roger Machado.
SANTOS: Vanderlei; Daniel Guedes, Lucas Veríssimo, David Braz e Jean Mota; Thiago Maia, Leandro Donizete (Alison, aos 19'/2ºT) e Vecchio, Thiago Ribeiro (Hernández, aos 19'/2ºT), Bruno Henrique e Kayke (Serginho, aos 25'/2ºT). Técnico: Levir Culpi.


NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS
Vanderlei: O Santos já teve seis pênaltis assinalados contra e apenas o primeiro entrou direto, o de Henrique Dourado, do Fluminense. O melhor goleiro em atividade na América do Sul, pegou três e os outros dois beijaram o poste. Pegou mais um nesta quarta. Sua raça para permanecer na partida foi exemplar e digna de um guerreiro. -  10
Daniel Guedes: Errou uma única vez na partida. Quando rebateu para dentro da área. Cobrança de falta perfeita no único gol do jogo. Cruza como poucos no país. - 8,5
Lucas Veríssimo: Cresce cada vez mais, não canso de dizer. Não errou um bote. Bem colocado. - 8,0
David Braz: Não perdeu uma dividida. Excelentes coberturas pelo lado esquerdo da defesa. - 7,0
Jean Mota: Outro que cresceu e parece ter readquirido a confiança. Novamente ótima apresentação, inclusive na marcação que não é o seu forte. - 7,0
Leandro Donizete: Necessita de uma sequência para readquirir ritmo de jogo. Raçudo, cometeu uma pênalti após tropeçar em Cazares. - 5,5
Thiago Maia: Cada vez mais maduro. Correu como sempre e fez coberturas precisas. - 8,0
(Alison): A exemplo do seu antecessor Donizete, também necessita recuperar o ritmo de jogo. Marca bem. - 6,0
Vecchio: Errou um passe o jogo todo. Perfeito nos lançamentos de longa à distância no melhor estilo Gerson, na Copa de 70. Substitui a falta de velocidade, com precisão no passe. Fez apenas a segunda partida de titular na temporada. Sofreu (foi malandro e esperou o adversário bater em sua perna) a falta que originou o gol do Peixe. Pode ser melhor aproveitado. - 7,5
Thiago Ribeiro: Errou alguns passes, mas taticamente, o que não surpreende, foi perfeito. Foi substituído. - 6,5 
(Hernández): Não entrou bem. Era o homem responsável pelo contra-ataque pela direita. - 5,5
Bruno Henrique: Marcos Rocha vai sonhar com ele. Tem uma capacidade de drible que impressiona. Como costumo dizer, principalmente em minhas redes sociais, se tivesse uma finalização melhor estaria milionário. - 8,0
Kayke: Explorou bem a velocidade no primeiro tempo. Foi sujeito homem ao admitir que bateu mal o pênalti. Foi substituído. - 5,5
(Serginho): Desculpa a redundância, outro que precisa de uma sequência. Parece ter amadurecido após empréstimos ao Vitória e Santo André. Mesmo fora de posição, entrou muito bem, no contra-ataque e lá na frente e não na meia. - 7,0
Técnico: Levir Culpi: Com exceção da substituição de Hernandez, as outras duas fizeram muito efeito. Time cada vez mais com a cara do treinador, explorando o contra-ataque. Creio que o alvinegro fez sua melhor apresentação sob o seu comando até o momento. Time cresce num instante importante na temporada. Precisa crescer fisicamente também e jogar melhor propondo jogo quando a necessidade pedir.  - 7,0



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