ARBITRAGEM, RECUO CEDO E DESCONFIANÇA DO TORCEDOR

Publicado Às 21h55 deste domingo, 26 de julho de 2020.
O Santos é o único time da série A do Estado de São Paulo, a não vencer um adversário da mesma divisão, em 2020 e também, o único gigante, a não ganhar uma partida, pós-pandemia. 

Pela última rodada da fase de classificação do Paulistão, na Arena de Itaquera neste domingo (26), o alvinegro chegou a estar na frente com vitória parcial por 2 a 0 e tomou a virada no segundo tempo para o Novorizontino, por 3 a 2. Foi a quarta derrota do time comandado por Jesualdo Ferreira na competição, mesmo número de vitórias e derrotas. O alvinegro enfrenta a Ponte Preta, no meio de semana, em jogo único das quartas de finais.

Mesmo na primeira colocação do seu grupo com 16 pontos, o alvinegro terminou na 'modesta' nona colocação na classificação geral na primeira fase após 12 rodadas. O Peixe teve a mesma pontuação que o Guarani, eliminado na última rodada. 


O primeiro tempo do time da Vila foi interessante. Com um coordenador de jogadas no meio-campo - Jean Mota, A equipe teve maior criatividade. Ainda pecava bastante na transição lenta entre as linhas, mas demonstrava maior capacidade de criação, mesmo com os dois extremas - Marinho e Uribe recebendo a bola de costas.

Por falar nos atacantes de beirada do Peixe, existe uma extrema dependência de ambos. Porém, quando os dois atuam, o time não fica penso e Marinho tem agressividade, força e um chute muito forte de perna esquerda, quando trás para dentro. Soteldo tem bom balanço e grande velocidade. O Santos foi para o intervalo merecidamente com a vantagem no placar com um belo gol de Marinho.

Bruno Aguiar, defensor do Novorizontino e Jean Mota.
Porém, após os time voltarem para a etapa complementar, estranhamente, o time de Jesualdo, recuou absurdamente e ainda assim em um contra-ataque, isso mesmo, contra-ataque, Jean Mota acelerou e rolou para Marinho que ampliou para 2 a 0, com dois minutos. O Santos batia a segunda melhor defesa da competição a do Novorizontino do capitão, campeão da Libertadores em 2011 pelo Peixe - Bruno Aguiar.

Menos de três minutos de ampliar o placar, Uribe entrou por cima e o árbitro expulsou o colombiano que está próximo de quebrar um recorde negativo. O jogador completou 15 jogos sem um mísero gol com o uniforme santista. O centroavante Edmar de sucesso no Flamengo, Guarani e Corinthians ficou 19 partidas para marcar o primeiro gol do Santos, no começo dos anos 90.

Inexplicavelmente, o time sentiu a ausência do centroavante de qualidade técnica mais que duvidosa e de pouca participação na primeira etapa e permitiu o empate em menos de três minutos - aos 12 e aos 14.

Também, não é menos verdade que o segundo gol do time do interior que atuou como mandante foi em um erro bizarro do assistente que estava próximo do lance e do árbitro que marcou pênalti. No momento do cruzamento, a bola bate na cintura e na barriga de Pituca e a penalidade foi mal marcada.

Como não existe nada tão ruim que não possa piorar, Jesualdo Ferreira realizou substituições no mínimo contraditórias. Sacou Jean Mota para a entrada de Sandry. Não errou com o jovem, quando o lançou de meia no mesmo estádio diante do Corinthians. O português que comanda o Peixe recuou o jovem para a cabeça da área e improvisou Jóbson adiantado como marcador. Se era para improvisar porque não manteve o coordenador de jogadas e retirava o volante que voltava de suspensão?

Marinho, que estava seis meses sem iniciar uma partida foi sacado visando as quartas de final, no meio de semana, assim como Soteldo, logo em seguida. Pituca, também saiu para a entrada do menino da Vila - Anderson Ceará. O alvinegro, perdeu a velocidade e arranque de jogadas pelos lados e virou presa fácil para o adversário.

Quando o jogo se encaminhava para o fim, a tragédia, até então, inimaginável. O técnico Roberto Fonseca colocou Nando e Batista no jogo. Um minuto depois, o atacante improvisado de ala cruzou e Batista subiu entre os zagueiros com facilidade. A bola caprichosamente carimbou a trave e voltou nas costas do goleiro Vladimir, antes de morrer no fundo da rede.

A Macaca campineira, que foi o adversário do Santos nas quartas de finais de 2017, vem de duas vitórias convincentes seguidas. Já, o Peixe, ainda não venceu desde que o futebol retornou e com exceção do primeiro tempo diante do Mirassol, não convence como coletivo e um sistema de jogo organizado. Com exceção da agressividade dos beiradas Marinho e Soteldo, segue como uma caricatura mal feita de um time de futebol.

O jogo em si foi um amistoso de luxo e apesar da intervenção cirúrgica da arbitragem, o time dá sinais de que merece cada desconfiança dos seus torcedores. 

FICHA TÉCNICA
NOVORIZONTINO 3x2 SANTOS
Arena de Itaquera- São Paulo
Árbitro: Vinicius Furlan (SP)
Cartões amarelos: Adilson Goiano, Guilherme Queiroz, Nando (NVT), Anderson Ceará (SFC)
Cartão vermelho: Uribe (SFC)
GOLS: Marinho, 11/1T (0-1), Marinho, 4/2T (0-2), Cléo Silva, 12/2 (1-2), Guilherme Queiroz (pênalti), 14/2T (2-2), Batista, 35/2 (3-2)


NOVORIZONTINO: Oliveira; Lepu (Nando, 34/2T), Adriano, Bruno Aguiar e Reverson (Paulinho, 38/2T); Adilson Goiano (Bruno Santos, 19/2T), Léo Baiano e Vinícius Kiss (Pereira, intervalo); Guilherme Queiroz (Batista, 34/2T), Cléo Silva e Léo Santiago. Técnico: Roberto Fonseca

SANTOS: Vladimir; Pará, Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan; Jobson, Pituca (Taílson, 32/2T) e Jean Mota (Sandry, 18/2T); Soteldo (Anderson Ceará, 32/2T), Marinho (Arthur Gomes, 21/2T) e Uribe. Técnico: Jesualdo Ferreira  





NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Vladimir: Sem culpa nos gols, porém, faltou sorte na bola que bateu no travessão, nas suas costas e morreu no fundo do rede. - 5,0
Pará: Fez bom primeiro tempo. No segundo tempo sucumbiu junto com o time. - 5,5
Lucas Veríssimo: O zagueiro mais rápido do time não reeditou uma grande partida. - 5,0
Luan Peres: Não estava tão bem posicionado no lance do primeiro gol para travar o chute do atacante. - 5,0
Felipe Jonatan: Ficou muito no um contra um e até dois contra um. Sem cobertura. No segundo tempo tentou ajudar o ataque. - 5,5 
Jobson: Um dos poucos que escaparam. Bem no passe longo. Necessita de um melhor ritmo. Quando virou 'armador' caiu de produção. - 6,0
Pituca: Ainda não reeditou as ótimas atuações de 2019. Teve seu trabalho prejudicado ao ter marcado um pênalti que a bola toca em seu corpo e não no braço. - 5,5
(Taílson):
Jean Mota: As triangulações com Felipe Jonatan e Soteldo, funcionaram na etapa inicial. Deu 'vida' na criação do setor. Não devia ter saído para a entrada de um volante. - 6,0
(Sandry): Entrou no lugar de Jean Mota para dar novo gás na entrada da área. Tem bola para se firmar. É a tal minutagem que eu tanto pedia para os 'meninos' em 2019. Hoje faz falta. Vão sentir na carne. - 5,0
Soteldo: Ao lado de Marinho, o mais perigoso ataque. Deixou marcador no chão, criou alternativas. No segundo tempo só recebeu bolas de costas. - 6,5
(Anderson Ceará): Não é coordenador de jogadas e sim meia-atacante. Pisou na área como é de sua característica, chutou, mas não conseguiu furar a meta do time adversário. - 5,0
Marinho: Jogador brioso, que tem extrema vontade e qualidade com uma força física invejável e dono de um potente chute na perna esquerda. Marcou dois gols e foi poupado. - 7,0
(Arthur Gomes): Jogou melhor do que na rodada passada, mas não tem a mesma explosão fisíca de MArinho. - 5,5
Uribe: Além de não ser dono de uma técnica apurada, não se ajuda. Participou do segundo gol e em seguida foi expulso. Não deveria, mas comprometeu a performance da equipe que sofreu a virada. - 3,0
Técnico: Jesualdo Ferreira: Ao contrário de Sampaoli que disparava contra a direção, o 'português' é diferenciado e não transfere a responsabilidade. Entretanto, é conservador em excesso, recua o time com um tempo de jogo para atuar e não consegue arrumar a equipe com um a menos. Não bastasse tudo supracitado, substituiu muito mal. Viu pelo terceiro jogo seguido, seu time ficar com um jogador a menos no decorrer da partida e não consegue uma estratégia para que seu time ao menos mantenha o resultado. - 4,0


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