Publicado às 23h58 desta terça-feira, 10 de março de 2020. |
O Santos conquistou um importante resultado ao vencer o Delfin-EQU por 1 a 0, na Vila Belmiro com portões fechados, pois o clube pagava o último jogo de punição, em partida válida pela segunda rodada da Copa Libertadores da América. A alvinegro é líder com seis pontos e 100% de aproveitamento na competição.
Na competição continental, mais do que realizar uma boa apresentação, o que vale são a conquista dos pontos e isso efetivamente aconteceu, pois, se a análise for mais ampla, o time dirigido por Jesualdo Ferreira oscilou novamente e seus comandados não realizaram um grande jogo.
Conforme o Blog do ADEMIR QUINTINO publicou na véspera, Pará e Kaio Jorge foram confirmados como as novidades da equipe em relação a vitória diante do Mirassol pelo estadual, no último sábado (7).
No melhor estilo português, o Peixe começou com os três volantes e três atacantes e insistiu muito pelo meio com lançamentos longos, até do goleiro Everson.
Jesualdo poderia ter recuado Jobson para fazer uma linha de três e com isso, daria sobra se os equatorianos atacassem com dois homens e poderia 'espetar' os laterais para tentar as jogadas pelo lado no ataque.
A maior prova de que pelo meio estava mais difícil, é que das 10 finalizações que a equipe fez na primeira etapa com três ao gol e sete erradas, a grande maioria foi de fora da área. O gol santista foi de uma bola parada. Sánchez bateu a falta e Lucas Veríssimo subiu mais que todos para fazer o único gol do confronto - 1 a 0.
Na segunda etapa, o Santos perdeu Kaio Jorge e Sasha. Ambos foram vitimas do jogo mais duro dos visitantes. Yuri entrou no intervalo e logo em seguida, Arthur veio na vaga do artilheiro do alvinegro na temporada passada. O time equatoriano não aliviou nas divididas.
A cada minuto da etapa complementar que passava, o futebol do alvinegro caia e a condição física também. Mesmo com um time de qualidade técnica duvidosa, o Delfin foi melhor que o Santos nos 45 finais e finalizou seis vezes contra duas do alvinegro. No final, a pressão por parte dos vistantes seguiu e sem medo de errar, se o Peixe tivesse enfrentado um adversário de um quilate maior, os três pontos correriam sérios riscos.
O time tem muitas dificuldades de trocar muitos passes sem ser interceptado. A maioria das ações e coordenação de jogadas estava sendo feita pelo zagueiro Lucas Veríssimo e mesmo com o terceira vitória seguida e as lideranças dos grupos no Estadual e Libertadores é nítido que a comissão técnica, ainda não conseguiu implantar uma forma de jogar.
No sábado (14), às 19h, o Santos volta a campo diante do São Paulo, no Morumbi e pela Libertadores, na terça-feira (17), diante do Olímpia-PAR.
Repito, o que disse no começo do texto. Na Libertadores, o que vale efetivamente são os três pontos. Mas para ir longe na competição tem que estar com o time apto para isso e um bom desempenho é um alento de que a participação no torneio será longinquá.
Aceitável, se a vitória não desempenhando uma boa apresentação, fosse contra um time de camisa ou até mesmo uma agremiação sem tanta tradição, mas que demonstrasse capacidade, algo que o Delfin provou ser justamente o contrário.
E após o apito final, o zagueiro e capitão nesse jogo, Lucas Veríssimo cobrou o presidente santista por uma valorização:
"Trabalhei com o professor, trabalhei bem. Ouvi esses rumores (interesse do Atlético-MG), e a única coisa que eu peço aqui dentro do clube é uma valorização, já tive propostas e o clube não me valorizou. É difícil. Digo isso diretamente para o (José Carlos) Peres (presidente do Santos)", desabafou o zagueiro.
Na zona mista, antes de deixar o estádio, voltou a detalhar mais o desabafo:
"Cito uma situação. Teve um jogador do clube que em uma semana resolveu a situação dele, e a minha se estende. O presidente vem a público, fala sobre valores, mas eu não sei se ele quer que eu fique ou quer me vender. Então isso fica chato pra mim. A única coisa que peço para o clube é valorização. Eu trato o Santos com tanto respeito e peço o mesmo respeito por parte da instituição" finalizou Veríssimo.
E eu estava com a convicção que o único problema da noite tinha sido a apresentação abaixo do que pode render do time.
FICHA TÉCNICA:
SANTOS 1 X 0 DELFÍN-EQU
Estádio da Vila Belmiro - Santos (SP)
Arbitragem: Kevin Ortega (PER)
Cartão amarelo: Luan Peres; Jobson; Lucas Veríssimo; Felipe Jonatan (SFC) / Cangá; Calderon; Alaníz (DLF)
GOL: Lucas Veríssimo 29' 1º (1-0)
SANTOS: Éverson; Pará, Lucas Verissimo, Luan Peres e Felipe Jonatan; Jobson, Sánchez (Evandro, 43' 2ºT) e Pituca; Sasha (Arthur, 12' 2ºT), Soteldo e Kaio Jorge (Yuri Alberto - Intervalo). Técnico: Jesualdo Ferreira.
DELFIN-EQU: Baroja; González, Cangá, Ale e Nazareno; Rojas (Cifuente, 45' 2ºT), Calderon (Benitez, 40' 2ºT), Noboa e Corozo (Valencia, 26' 2º); Alaniz e Garcés. Técnico: Carlos Ischia.
Vila Belmiro vazia. Foi a primeira vez que o local recebeu uma partida com portões fechados em uma competição oficial. |
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS:
Éverson: Expectador de luxo. Nenhuma grande defesa, apesar da pressão do adversário na segunda etapa. - 6,0
Pará: Como de costume, guardou posição e pouco subiu. - 6,0
Lucas Veríssimo: Bem na defesa, eficiente no ataque com o gol que definiu o jogo, estava 'armando' o time com lançamentos longos. - 7,0
Luan Peres: Seguro e eficiente na marcação. O defensor faz uma grande temporada. Precisa apenas melhorar a bola no alto. - 6,0
Felipe Jonatan: Tentou ajudar o ataque no apoio. Não deu brecha na marcação. Algumas vezes tinham dobra em cima dele - o avante e o ala e ainda assim deu conta do recado. - 6,5
Jobson: Joga de cabeça em pé. Errou alguns passes, principalmente na segunda etapa. - 6,0
Sánchez: O mais lúcido do meio-campo. Cobrou falta milimetricamente na cabeça de Veríssimo para o gol. Um dos poucos que escaparam da baixa técnica e física da segunda etapa. - 7,0
(Evandro): Jogou apenas sete minutos com os acréscimos. - SEM NOTA
Pituca: Fez bom primeiro tempo. Finalizou de fora da área e tentou gol marcar gol de placa. Caiu de produção na segunda etapa, assim como o time. - 6,0
Sasha: Abriu espaço pela direita na primeira etapa. Levou um encontrão que atingiu as costas e foi substituído. - 6,0
(Arthur): Jogou aberto pela direita, mas não teve a mesma performance do que no sábado, quando entrou e conseguiu mais jogadas de profundidade. - 5,5
Soteldo: Não foi tão insinuante como em outras ocasiões. Também caiu muito de produção nos 45 minutos finais. - 6,0
Kaio Jorge: Teve uma chance de cabeça que desperdiçou. Sabe jogar fora da área e fez algumas boas tabelas. Foi vítima do jogo viril dos equatorianos. - 6,0
(Yuri Alberto): Entrou no intervalo e pela direita não tem o mesmo rendimento, pois não é velocista e nem tem o drible curto. Quando foi jogar como referência, o Santos estava pressionado e quase não teve chances de participar na sua real posição. - 5,0
Técnico: Jesualdo Ferreira: O time sentiu a ausência de público e caiu de produção física na segunda metade da etapa complementar. Não foi capaz de mudar a estratégia de jogo quando teve oportunidade no intervalo. Time insistiu demais pelo meio. Pela diferença técnica dos times, o Santos tinha capacidade de produzir mais. - 5,0