Publicado às 23h10 deste sábado, 25 de fevereiro de 2017. |
Se não dá na técnica, que seja na vontade. Após três tropeços, o Santos voltou a vencer no Campeonato Paulista. O alvinegro reencontrou o sabor dos três pontos e bateu o Botafogo-SP por 2 a 0, na Vila Belmiro. Os gols foram de Vitor Bueno e Rafael Longuine. O time balançou as redes após 322 minutos de jejum. A "seca" vinha desde o clássico diante do São Paulo, na Vila.
Porém, os 45 minutos iniciais para os pouco mais de 5 mil pagantes, não agradaram nenhum um pouco. O meio-campo santista, além de deixar o Botinha jogar, não conseguia criar. Com isso, os atacantes só recebiam bolas de costas e o goleiro Neneca, dos visitantes, pouco trabalhou. O empate sem gols, retratava a partida.
Veio a segunda etapa e o jovem Yuri teve que deixar o time no intervalo, após não suportar as dores na região do quadril, pois ainda no primeiro tempo, se chocou com o forte atacante Francis e deu lugar a Cléber.
O meio-campo santista continuava sem construir e a transição do meio para o ataque, permanecia lenta. Foi quando Dorival Junior decidiu tirar o até então "sem função" Leandro Donizete e colocar Rafael Longuine. Deu certo.
O camisa 17 deu mais velocidade e o Peixe começou a ameaçar mais. Foi quando Ricardo Oliveira chutou forte, Neneca "bateu roupa" e Vitor Bueno tirou o jejum de gols que durava quase quatro jogos.
Logo em seguida, o treinador santista decidiu trocar o homem de lado pela direita e substituiu Bruno Henrique por Arthur. O jovem revelado na base, na primeira bola, ganhou do defensor botafoguense que era o último homem e o adversário não foi expulso pelo árbitro.
Quase no apagar das luzes, Vitor Bueno puxou contra-ataque pela direita e cruzou, a zaga do time do interior se atrapalhou e a bola sobrou para Rafael Longuine que definiu o jogo - 2 a 0.
Não, o Santos não recuperou o seu futebol vistoso, mas verdade seja dita, neste fim de semana, o que era mais importante era a vitória, independente de como ela acontecesse. Ainda assim, o time não está na zona de classificação do estadual. O Mirassol tem 13 pontos e a Ponte tem 11, contra 10 do Santos.
Foi a 100a. vitória de Dorival Junior na direção técnica do Santos, juntando as duas passagens e Ricardo Oliveira que se chocou com Francis, na segunda etapa, levou um corte na cabeça e teve que receber 15 pontos entre a nuca e a orelha.
Sem jogo na quarta-feira de cinzas, o elenco ganhou folga até a terça-feira. A equipe só volta a jogar no próximo sábado (4), na Arena de Itaquera, diante do SCCP. A expectativa é de que Renato e Lucas Lima, ou pelo menos um deles, sejam liberados para a disputa do clássico e na quinta-feira seguinte (9), o alvinegro volta a Libertadores depois de quatro anos ausentes e enfrenta o Sporting Cristal, em Lima, no Peru, pela primeira rodada do grupo 2.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 2 X 0 BOTAFOGO-SP
Estádio da Vila Belmiro.
Árbitro: Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza (SP)
Público e renda: 5.208 pagantes / R$ 160.730,00
Cartões amarelos: Bruno Henrique (SFC); Fernandinho, Diego Pituca, Fernando Medeiros (Botafogo-SP)
Gols: Vitor Bueno, 17'/2ºT (1-0); Rafael Longuine, 47'/2ºT (2-0)
SANTOS: Vladimir, Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, Yuri (Cléber - intervalo) e Zeca; Leandro Donizete (Rafael Longuine - 10'/2ºT), Thiago Maia e Vitor Bueno; Bruno Henrique (Arthur - 29'/2ºT), Copete e Ricardo Oliveira. Técnico: Dorival Jr.
BOTAFOGO-SP: Neneca; Samuel Santos, Caio Ruan, Filipe e Fernandinho; Bileu, Marcão Silva, Diego Pituca (Fernando Medeiros - 35'/2ºT) e Rafael Bastos (Bernardo - 19'/2ºT); Francis e Wesley (Kauê - 25'/2ºT). Técnico: Moacir Júnior.
Ricardo Oliveira sofreu um corte próximo a nunca e levou 15 pontos. |
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS
Vladimir: Sem nenhuma defesa fantástica, esteve bem colocado e foi seguro quando o time precisou. - 6,5
Victor Ferraz: Apoiou por "dentro" como sempre faz e teve duas boas jogadas de linha de fundo. Uma com Bruno Henrique, por pouco, não saiu o gol. - 6,0
L.Veríssimo: Errou alguns passes e novamente foi rebatedor. - 5,0
Yuri: Deixou o gramado após fazer a falta e se chocar com Francis. Dores fortes na altura do quadril. - 5,5
(Cléber): Visivelmente ainda sem ritmo de jogo, usou da experiência para fazer uma partida segura. Ficou mais na sobra. - 6,0
Zeca: Extremamente voluntarioso, como de costume, bastante participativo, mas abaixo da sua capacidade de produção. - 6,0
L.Donizete: Errou muitos passes e realizou algumas faltas desnecessárias. Ainda não está na sua plenitude física. Foi bem substituído. - 5,0
(Longuine): Entrou para mudar o jogo. Ao contrário, das últimas vezes que teve oportunidades no time, deu mais velocidade na transição do meio para o ataque e foi coroado com um gol no fim da partida. - 6,5
Thiago Maia: Correu por ele, pelo Leandro Donizete e por mais alguém. Deve ter quatro pulmões de tanto que aparece no jogo. Teve momentos que foi até armador, mesmo sem qualidades para isso. Não errou um bote sequer. O melhor do jogo. - 7,0
V.Bueno: Como armador no primeiro tempo não funcionou. No segundo tempo, na sua função, como quarto homem do meio e depois aberto pela direita, foi eficiente e além do gol de oportunismo, puxou o contra-ataque para Longuine liquidar a fatura. - 7,0
B.Henrique: Tem mais bola do que demostrou até o momento, mas foi participativo e deu um calor pela direita do campo. Cansou. Ainda não tem confiança para realizar as fintas curtas que chamaram a atenção de seu futebol, no Goiás, em 2015. - 6,0
(Arthur): Ia marcar um gol, mas foi seguro. Demonstra ter amadurecido e ter confiança, o que além do talento, é tudo para um atacante. Será importante durante a temporada. Atuou pouco mais de 15 minutos apenas. - 6,0
Copete: Apesar de ter errado muitos passes é de uma raça para fazer inveja a qualquer "argentino", de ter ótimo posicionamento na área adversária, não utilizou esse recurso nessa rodada. - 5,5
Ricardo Oliveira: Visivelmente bem melhor fisicamente do que na primeira partida da temporada, semana passada. Deu espaços, buscou jogo, foi determinante no chute forte que abriu o placar. - 6,5
Técnico: Dorival Jr: Não era jogo para ter começado com dois volantes de ofício. Podia abdicar de um deles, como fez com Leandro Donizete durante a partida. Acertou ao sacar o volante. Podia ter realizado a alteração ainda no intervalo ou até mesmo começar o jogo com dois homens mais avançados no meio. - 6,0