A VILA MAIS FAMOSA DO MUNDO

Publicado às 10h41 desta segunda-feira, 10 de outubro de 2016.
Nesta quarta-feira (12), a Vila Belmiro completa um século de existência. No último sábado, aconteceu a festa em grande estilo com a presença do Benfica-POR e pelas homenagens aos ídolos Léo e Giovanni.

Falar ou mesmo escrever desse estádio é muito fácil, pois o local é mágico. Quantas dezenas de talentos desabrocharam para o futebol mundial após brilharem nesse estádio?  Pepe, Pelé, Pita, Juary, Robinho e Neymar são apenas alguns exemplos de que craques, o Santos fez e continua a fazer em casa.

Em 19 anos de carreira, eu já trabalhei em 552 jogos no templo sagrado do futebol mundial. É uma emoção renovada a cada vez que entro no Urbano Caldeira e um amor à primeira vista, desde o primeiro jogo em que assisti como torcedor, em 1977, em um Santos e Ponte Preta e continua mesmo depois da minha primeira transmissão esportiva, em Santos e Fluminense, no ano de 1998.

A Vila mais famosa do mundo é sinônimo de tradição. O Santos não tem o maior, nem o mais belo estádio do país, longe disso. Mas o mais charmoso e com a mais bela história, patrimônio do futebol mundial.

O estádio que fica entre os canais 1 e 2 da cidade do litoral paulista é efetivamente a minha segunda casa. Aqui, vivi emoções inenarráveis.  Sorri, chorei, cantei e tive a honra de ter o nome cantado pela Torcida Jovem, em minha milésima partida como repórter, em jogos do clube, em 2014, diante do Bahia, quando fui homenageado dentro do gramado. 

Aquilo me causou enorme surpresa, já que nunca joguei no alvinegro mais famoso do mundo (nem nas categorias de base), uma frustração que carregarei para a eternidade comigo, confesso. Mas aquela noite e os aplausos recebidos, eu jamais esquecerei. Aliás, nada, absolutamente nada, que aconteceu comigo, cada momento vivido nesse estádio, eu deixarei de lembrar.

O alçapão já não tem a capacidade de 32.986 expectadores que chegou a abrigar em 1964, num clássico entre Santos e SCCP,  o maior público da história do local. Aos sete minutos do primeiro tempo, daquele 20 de setembro de 1964, infelizmente, o alambrado da arquibancada, até então de madeira, localizada atrás do gol da rua José de Alencar cedeu devido à superlotação. Hoje, por questões de segurança e reformas que a Praça esportiva centenária sofreu ao longo dos anos, a capacidade da Vila Belmiro caiu para pouco mais de 16 mil expectadores. 

Com a chegada do progresso, a Vila Belmiro pode até em um curto espaço de tempo, deixar de ser a principal casa do Peixe. Nunca neguei também que pela grandeza do Santos, mais jogos devem ser revezados com o Pacaembu, pois o alvinegro tem de ir onde seu público está, mas pelo seu valor histórico, pela sua representatividade, ela jamais será esquecida. Até porque é nesse local que “os raios” caem sempre.

Viva a Vila e parabéns por 100 anos de existência: “Um passado e um presente só de glórias”!

(*) Texto que fui convidado a escrever para o quadro "Minha casa, minha Vila"  do site Resenha na Web - http://www.resenhanaweb.com/

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