FESTA DIGNA DE 100 ANOS

Publicado às 23h03 deste sábado, 8 de outubro de 2016.
Uma festa linda e uma história fantástica, já seriam ingredientes suficientes para comemorar os 100 anos da Vila Belmiro, na tarde deste sábado (8). Mas tinha muito mais. A magia do "templo sagrado" e a tradição passeou pelo gramado com os ídolos Léo e G10vanni. Além disso, o argentino Fábian Noguera, estreou muito bem e foi dele o gol do empate do Peixe, no amistoso internacional entre Santos e Benfica, que ficaram no 1 a 1, em comemoração ao centenário do estádio Urbano Caldeira.

Analisar o jogo é meu dever, mas confesso que hoje foi mais difícil. Ver o "messias" G10vanni com o manto novamente, ouvir a estádio gritar o nome de Léo na volta do intervalo foi emocionante. Mas deixo a passionalidade e vamos ao jogo.

Nos primeiros 15 minutos, demorou um pouco para o alvinegro entender o jogo. Os benfiquistas, como a grande maioria dos times da Europa, marcou compactado. Os atacantes recuam e a linha de defesa avança. No Brasil, os clubes não marcam assim e demorou pro Peixe entrar no jogo, mesmo com Ricardo Oliveira tendo uma oportunidade, mas não teve felicidade no momento do drible sobre o goleiro brasileiro Enderson. 

Após isso, Jean Mota executou muito bem os lançamentos na inversão de jogo  e o Santos passou a dominar o meio-campo. Antes de os titulares deixarem o gramado, o meia Cervi do time português, deu uma entrada maldosa em Renato e o "tempo fechou". Os portugueses abriram a "caixa de ferramenta" e exageram nas jogadas divididas. O camisa 8 do Santos foi substituído e deu vaga a Yuri. Dorival, preocupado com o clássico da próxima quinta-feira (13), diante do São Paulo, foi substituindo todo o time.
"Graças a Deus não foi nada grave. Bati as costas no chão, a dor foi muito forte na hora, mas já estou bem melhor" – disse Renato após o jogo, em entrevista a Rádio Santos.
As lágrimas me vieram aos olhos ao ver G10vanni em campo com a camisa do Santos novamente.
Aos 30 minutos, G10vanni deixou o banco e entrou na vaga de Ricardo Oliveira e o estádio veio a baixo. Todos de pé aplaudindo o camisa 10. Cinco minutos depois foi a vez de Léo ir pro jogo, primeiro com a camisa do clube europeu, onde atuou de 2005 à 2009. 

O argentino Fabian Noguera entrou aos 36 minutos, fez sua estréia e já demostrou seu cartão de visitas. Quase marcou um gol de cabeça ainda na primeira etapa. No alto, o "hermano" ganhava todas. 
"Estou muito feliz. Já era para eu ter marcado o gol na cabeçada do primeiro tempo. Disse a Vecchio aqui no vestiário. Não costumo perder um gol desse. Tive uma nova chance no segundo tempo e fui feliz. Estou à disposição de Dorival para o Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil", disse o melhor da partida a Rádio Santos nos vestiários, após o encerramento do amistoso.

Os dois times foram para o intervalo com a igualdade em 0 a 0. No começo da etapa complementar, Lucas Veríssimo, com 30 segundos, que havia acabado de entrar, cometeu penalidade máxima e o time de Lisboa largou na frente.

O Peixe teve dois gols anulados assinalados por Rodrigão. Há menos de dez minutos do fim, nova penalidade cometida por Lucas Veríssimo, mas dessa vez João Paulo, que também fazia sua estréia no gol do profissional santista, defendeu. 

Léo chamou Zeca e "batizou-o" como seu grande discípulo na ala esquerda do Peixe
Quando tudo caminhava para uma derrota, há três minutos do fim, Fernando Medeiros cruzou, Lucas Veríssimo cabeceou, mas a bola bateu no adversário, na sobre Fabian Noguera subiu no "5o. andar" e com a força de um chute cabeceou firme para o gol. O goleiro Ederson contribuiu e não segurou dando números finais ao duelo - 1 a 1.

Após o apito final, outro momento marcante da festa. A iluminação do estádio foi apagada e os foguetes coloridos iluminaram a noite santista. Uma comemoração digna da Vila mais famosa do mundo, do maior vencedor de títulos pós era Pelé - Léo e daquele que recuperou a auto-estima do torcedor alvinegro na década de 90 - G10vanni. O santista que presenciou "in loco" ou pela TV teve orgulho do seu time e da festividade. Foi emocionante.

Noguera provou que pode ser útil no jogo aéreo. Bela estréia.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 1 X 1 BENFICA-POR
Estádio da Vila Belmiro, Santos (SP)
Árbitro: Raphael Claus 
Público/renda: 10.149 pagantes/ R$575.152,00
Cartões amarelos: Luiz Felipe (SAN), Cervi (BEN)
Gols: Salvio (1'/2ºT) (0-1) e Fabian Noguera (42'/2ºT) (1-1)
SANTOS: Vanderlei (John, no intervalo) (João Paulo, 25'/2ºT); Victor Ferraz (Daniel Guedes, aos 36'/1ºT), Luiz Felipe (Fabian Noguera, aos 36'/1ºT), David Braz (Lucas Veríssimo, no intervalo) e Zeca (Caju, aos 36'/1ºT); Renato (Yuri, aos 25'/1º) (Walterson, aos 15'/2ºT), Thiago Maia (Léo Cittadini, aos 36'/1ºT) (Fernando Medeiros, aos 17'/2ºT) Elano (Vecchio, aos 36'/1ºT) (Matheus Oliveira, 15'/2ºT) e Jean Mota (Paulinho, aos 40'/2ºT) (Joel, aos 17'/2ºT); Copete (Rafael Longuine, no intervalo) e Ricardo Oliveira (Giovanni, aos 30'/1º) (Rodrigão, aos 4'/2ºT) (Léo, 39'/2ºT). Técnico: Dorival Junior.
BENFICA-POR: Ederson; André Almeida (Alan Benítez, aos 2'/2ºT), Lisandro López (Rúben Díaz, aos 12'/2ºT), Luisão e Eliseu (Yuri Ribeiro, 25'/2ºT); Celis, Danilo e Cervi (Dálcio, aos 20'/2ºT); Salvio, Carillo (Léo, aos 39'/2ºT) (Carillo, no intervalo) (Diogo Gonçalves, aos 12'/2ºT) e Jovic (José Gomes, no intervalo). Técnico: Rui Vitória.
A Vila mais famosa do Mundo recebeu uma linda festa.
NOTAS DOS JOGADORES SANTOS: 
Vanderlei: Fez uma boa defesa. - 6,5
(John): O Benfica quase não atacou quando ele esteve em campo. Escolheu o canto no pênalti.- 6,0
(João Paulo): Estrear no profissional defendendo pênalti em jogo histórico foi ótimo. Um dos responsáveis pelo resultado de empate. - 7,5
Victor Ferraz: Marcou bem no setor. Foi a primeiro a reclamar da falta dura em Renato. - 6,0
(Daniel Guedes): Apoiou bem no segundo tempo. Tem ótimo cruzamento. - 6,0
Luiz Felipe: Repartiu Cervi, que deu uma entrada criminosa em Renato. - 6,5
(Fabian Noguera): Que bela estréia. Ganhou todas no alto e apesar de estar sem ritmo de jogo, provou que pode ser útil. Deixou ótima impressão. Precisa de uma sequência. Entrou para a história ao ser o autor do gol santista no amistoso do centenário do Estádio. - 8,0
David Braz: Aos poucos recupera sua melhor forma. - 6,0
(Lucas Veríssimo): É bom defensor, provou isso no estadual, mas foi infeliz ao cometer duas penalidades no jogo. - 4,5
Zeca: O melhor lateral-esquerdo em atividade no país, prova a cada dia que melhorou muito na marcação e ainda deu um passe de letra no primeiro tempo que mereceu muitos aplausos. - 7,0
(Caju): Esforçado. Teve trabalho na marcação. - 6,0
Renato: Distribuía bem ao jogo. Foi substituído após levar entrada desleal. - 6,0
(Yuri): Índice de passes certos muito grande. Errou apenas um. Outro que precisa de uma sequência para se firmar. - 6,5
(Walterson): Seu forte é a velocidade e não recebeu nenhuma bola nessa condição. - 5,5
Thiago Maia: Como disse na rodada passada, volto a afirmar. Voltou a jogar bem. Marcava e se apresentava bem a frente. - 6,5
(Léo Cittadini): Como o time reserva não tem tanto entrosamento, sofreu para ajudar na ligação do meio para frente. Usa muito as tabelas, que pouco aconteceu. - 6,0
(Fernando Medeiros): Foi dele o cruzamento de falta que originou o gol de empate. - 6,5
Elano: Era o encarregado da ligação para o ataque. Bem marcado. - 5,5
(Vecchio): Entrou muito bem. Toques em progressão do meio para a direita do ataque. - 7,5
(Matheus Oliveira): O menino tem personalidade. Conduzia o time com velocidade pela direita. Deu trabalho a defesa benfiquista. - 6,5
Jean Mota: Outro boa partida do camisa 39. Era o homem da inversão de bola com lançamentos precisos da direita para esquerda. - 7,0
(Paulinho): Até tentou mas parou na marcação adversária. - 5,5
(Joel): Discreto. - 5,0
Copete: O colombiano é bola, mas dessa vez não levou a melhor sobre a defesa portuguesa. - 5,0
(Rafael Longuine): Apenas um passe para a conclusão de Rodrigão. Pouco para quem deseja a titularidade de um time da grandeza do Santos. - 5,5
Ricardo Oliveira: Duas oportunidades. Um chute forte para fora e outra jogada onde não conseguiu driblar o goleiro do time português. - 6,0
(Giovanni): Não tem velocidade de quando jogava. Mas vê-lo bater na bola é um colírio. Muita qualidade. Por tudo que representou na vida do clube. - DEZ
(Rodrigão): Se atrapalhou com a bola em alguns momentos (não tem qualidade para jogar fora da área, mas dentro dela é matador) fez dois gols, mas estava impedido. Deu trabalho a defesa portuguesa. - 6,5
O lateraç-esquerdo Léo fez histórias nos dois clubes.
(Léo): Atuou 10 minutos pelo Benfica e outros sete pelo Santos. Outro que honrou o manto e por tudo que fez com a camisa do clube. - DEZ
Técnico: Dorival Junior: Foi feliz ao trocar todo o time após perceber que o adversário não veio para uma festa e tava batendo bastante. Treinou a defesa suplente na véspera e apesar de dois pênaltis de Veríssimo foi feliz pela boa partida e gol de Noguera. - 6,5


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