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| Publicado às 01:25 deste domingo, 16 de novembro de 2025 |
Ser apenas porteiro da zona é muito melhor (nesse caso) do que ser um integrante dela. Em 13 jogos, Vojvoda coleciona três vitórias e todas em clássicos realizados em casa. A vítima da vez foi o Palmeiras, que com apenas quatro titulares, viu o Santos vencê-lo pelo placar mínimo de 1x0. Rollheiser, que após seis meses volta a marcar um gol bola rolando.
Ao contrário de Abel Ferreira, o comandante Santista precisou fazer só uma alteração entre os titulares. Luan Peres passou a semana de repouso pelo protocolo de concussão, fez apenas um treino (com os reservas) e foi desfalque. Adonís Frías foi novidade no miolo de zaga.
Apesar de discordar veementemente, entendo os três volantes escalados no Peixe. O ótimo na saída de bola Bruno Fuchs alternava entre zaga e volância e, com isso, Zé Rafael seria e foi importante para anular o camisa três adversários. A estratégia Santista era um não joga nem o outro. Nesse âmbito deu certo.
Não tenho um pingo de críticas para tecer relacionado ao jogo sem bola do Santos na primeira etapa, dificilmente a trinca de volantes deixava Bruno Rodrigues participar do jogo, mas quando isso acontecia, Zé Ivaldo e Adonís foram muito bem nas coberturas.
A partir de uma ótima marcação alta, o Alvinegro de Vila Belmiro conseguiu finalizar 12 vezes em 45 minutos, mas parava na falta de capricho. Se o time se encontra nessa situação na competição nacional, se deve muito à qualidade individual dos seus jogadores de frente.
A única finalização no alvo para os Santistas foi com Barreal aos 20 minutos de jogo. Igor Vinicius serviu o argentino que deslocou Carlos Miguel, mas mesmo assim atingiu o goleiro adversário que defendeu.
No intervalo, o treinador rival promove as entradas de Flaco Lopéz e Luighi. O argentino mudou o jogo. Se o primeiro tempo terminou 12x1 em chutes para os mandantes, os visitantes tiveram 10 finalizações contra cinco do Peixe na etapa final.
Principalmente quando Arão, esgotado fisicamente, pede para sair, o rival alugou o meio-campo e não saiu mais. Porém, provou do mesmo veneno que o Santos na etapa inicial - qualidade de finalização.
Mas é por essas e outras que futebol é o esporte mais apaixonante do planeta, com menos oportunidades criadas na reta final e com melhores alterações para o adversário, quem abriu o placar foi o Santos com criação de três alterações promovidas por Vojvoda. Escobar cruza para Robinho, que conscientemente, ajeita para Rollheiser explodir a Vila Belmiro.
Por isso que eu digo que a qualidade dos jogadores, tecnicamente falando, faz total diferença. Quando se coloca Robinho, Rollheiser e Victor Hugo especialmente (podendo ser Bontempo também), o Santos sai de um primeiro tempo com 8% de aproveitamento nas finalizações, para uma etapa final onde chutou 80% das bolas no gol.
Sei que escrevi isso nas outras duas vitórias em clássicos e depois não se concretizou, mas Vojvoda entendendo que Robinho e Bontempo imploram por passagem e com uma repetição de concentração e vigor físico na reta final, o 2026 Santista será na elite do futebol nacional.
Entendo que na quarta-feira (19), às 21h30, também em Urbano Caldeira, contra o Mirassol, Vojvoda precisará provar que não ganha jogos apenas pela volúpia de seus jogadores, mas também com qualidade. O popular vencer e, se possível, convencer.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 1 X 0 PALMEIRAS
Gols: Rollheiser, aos 47’/2ºT (1-0)
SANTOS: Gabriel Brazão; Igor Vinicius, Zé Ivaldo, Adonís Frías e Souza (Escobar, aos 42’/2ºT); João Schmidt, Willian Arão (Victor Hugo, aos 15’/2ºT) e Zé Rafael (Rollheiser, aos 42’/2ºT); Barreal (Robinho Jr, aos 10’/2ºT), Neymar e Guilherme (Lautaro Díaz, aos 10’/2ºT).
Técnico: Juan Pablo Vojvoda
PALMEIRAS: Carlos Miguel, Fuchs, Murilo e Micael; Khellven, Aníbal Moreno, Raphael Veiga, Mauricio (Larson, aos 39’/2ºT) e Jefté; Felipe Anderson (Luighi, no intervalo) e Bruno Rodrigues (Flaco López, no intervalo).
Técnico: Abel Ferreira
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| Vojvoda venceu todos os clássicos na Vila |
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS
Brazão - No primeiro tempo não foi acionado, mas no segundo fez duas grandes defesas. - 6,0
Igor Vinícius - Teve uma taxa de acerto muito alta na parte ofensiva, mas defensivamente deixou a desejar. Com Barreal fazendo o gol aos 20 minutos, seria assistência do camisa 18. Correu demais. - 6,5
Adonís - Cumpriu sua função defensiva e ainda foi bem na saída de bola, com três passes criando oportunidades. Melhor partida do argentino pelo Peixe. - 6,5
Zé Ivaldo - Não esteve no nível do seu companheiro de zaga, mas também não comprometeu. Teve duas falhas no início do segundo tempo e demorou para achar Flaco Lopéz. Consegue ser ótimo e péssimo num mesmo jogo. - 6,0
Souza - Pela qualidade do jogador pode render mais. Defensivamente não comprometeu, mas na sua principal virtude que é o ataque, já atuou melhor. - 5,5
Arão - Uma pena que cansou com poucos minutos do segundo tempo, porque sua saída gerou um aluguel do adversário no meio-campo. Ótima leitura de jogo. - 6,5
Schmidt - No primeiro tempo foi um dos destaques na ótima pressão alta feita pelo time. No segundo ficou sobrecarregado pela saída de Arão. - 6,0
Zé Rafael - Entrou para anular Bruno Fuchs. Cumpriu bem a função. - 6,0
Barreal - Se fizesse metade dos gols que perde seria artilheiro isolado do campeonato. Se movimenta bem, às vezes até cria para si próprio, mas precisa subir o aproveitamento se quiser ser unanimidade na equipe. - 6,0
Neymar - Cresceu de produção com a entrada de Robinho, pelo nível técnico subir. Algumas perdas de bola mostram a falta de ritmo de jogo do camisa 10. Mudou muito sua postura dentro de campo, ponto positivo nesse quesito. - 6,0
Guilherme - O mais apagado do ataque. Bem substituído. - 5,0
Lautaro - Conseguiu bloquear as subidas de Khellven, mas sofre muito tecnicamente. - 4,5
Robinho - Contei quatro vezes que pegou a bola no último terço, acertou três, sendo uma assistência. Taxa de acerto muito alta para um menino de 17 anos. Os últimos três gols do Santos tiveram participação do guri. - 7,0
Victor Hugo - Pode finalizar mais. Tecnicamente é bom jogador, mas pode ser mais incisivo. Deixou a desejar na marcação. - 5,5
Escobar - Sai dos pés do argentino o cruzamento que originou o gol da vitória. - 6,0
Rollheiser - Antes do gol já havia levado perigo ao goleiro adversário. Sendo mais finalizador mostra sua qualidade. - 6,5
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte.




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