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Publicado às 01:41 desta terça-feira, 21 de outubro de 2025 |
O time que mais quebra tabus no Brasil ataca novamente. O Vitória jamais havia ganho na Vila em toda história (agora 21 jogos) e sendo o pior visitante do campeonato, não tinha um triunfo sequer em partidas longe de seus domínios. Os três pontos do adversário foram conquistados pelo pênalti marcado por Matheuzinho.
A única mudança de Vojvoda em relação ao clássico da última quarta-feira (15) foi a estreia de Willian Arão como titular. Schmidt estava suspenso pelo terceiro cartão e ficou fora até mesmo do banco de reservas.
Os erros do coletivo, incluindo principalmente a comissão técnica, começaram desde a escalação. Um time sem profundidade e sem drible curto, não pode começar com Escobar na esquerda. Isso não diz sobre o argentino, mas sim sobre Souza, que no um contra um é o melhor atacante do time, sendo lateral.
Os nordestinos se posicionavam no esquema 5-4-1, em bloco baixo e buscando sempre as costas da defesa Santista. Eu não lembro o último time do Santos conseguiu furar uma defesa trancada como essa. É um problema que tem se tornado crônico no time mais artilheiro do mundo.
Pela dificuldade, o protagonista do time era Igor Vinícius. Dos pés dele sairam as principais jogadas. Mas aí que está o problema. O Igor com a qualidade e velocidade que tem, tem que ser um complemento e não a cara principal do ataque.
Com 34 minutos, Brazão saiu de forma equivocada e o pênalti foi marcado de forma correta, na minha opinião. Apesar do erro do melhor goleiro do país, fica a pergunta: quando os jogadores de linha foram mal, o camisa 77 chamou a bronca, mas por que quando ele falha, o restante não assume a responsabilidade de cobrir um erro individual?
Eram quatro jogos consecutivos tomando gol de bola aérea e apesar de no quinto não sofrer tento dessa forma, o pênalti cometido partiu de uma jogada como essa.
No primeiro tempo, a melhor chance do Santos, pasmem, foi num "bicão" para o alto de Escobar que foi parar numa grande defesa do goleiro adversário. Já na segunda etapa, Guilherme perdeu um gol incrível aos 26 e Rollheiser foi levar perigo ao gol adversário nos acréscimos.
Estou dizendo isso para comprovar que o ataque do Santos não faz mal a uma mosca. É o setor inofensivo. Se antes o time criava chances e não fazia, isso não aconteceu. Foram 14 finalizações, mas apenas duas grandes oportinidades claras de gol.
Quando a gente fala de colocar os meninos para jogar, não é forçar a barra para a base, ou a supervalorização dela. É trabalhar com fatos. Quando entrou Souza no intervalo, melhorou o time. 23 minutos depois entrou Robinho e também teve seu valor.
Agora, o caldo azedou. A diferença que poderia ser de seis pontos, agora voltou a ser zero, com o Alvinegro ficando a frente do Vitória pelo número de triunfos a mais.
A sequência que tinha cara de tranquila, não foi bem aproveitada. Agora vem de fato a "pedrada". Botafogo, Flamengo e Palmeiras (duas vezes) do G6. Fortaleza confronto direto. Os cinco próximos jogos indigestos do time da Vila.
10 jogos. 14 pontos. A luta será até o final contra o rebaixamento. Não me venham com papo de Sul-americana e muito menos Libertadores. Com esse planejamento, de quem passou meio campeonato com um auxiliar no comando e contratou 20, sendo que na base se encontra melhor desempenho que metade, 16° lugar é motivo de comemoração na Praça Independência.
SANTOS: Gabriel Brazão; Igor Vinicius, Adonis Frías, Luan Peres e Escobar (Souza, no intervalo); Willian Arão (Victor Hugo, aos 23’/2ºT), Zé Rafael (Gabriel Bontempo, aos 40’/2ºT), Barreal (Robinho Jr, aos 23’/2ºT) e Rollheiser; Guilherme (Tiquinho Soares, aos 32’/2ºT) e Lautaro Díaz.
Técnico: Juan Pablo Vojvoda
VITÓRIA: Lucas Arcanjo; Raúl Cáceres, Edu (Neris, no intervalo), Lucas Halter, Zé Marcos e Ramon; Gabriel Baralhas (Willian Oliveira, aos 18’/2ºT) e Ronald; Matheuzinho (Lucas Braga, aos 18’/2ºT), Aitor Cantalapiedra (Osvaldo, aos 29’/2ºT) e Renzo López (Carlinhos, aos 32’/2ºT).
Técnico: Jair Ventura
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Souza não ser titular é um crime de prisão perpétua |
Brazão - Cometeu pênalti após chegar atrasado no adversário. - 4,5
Igor Vinícius - O mais lúcido do ataque. Do minuto zero ao minuto 90 produziu as poucas, mas principais jogadas. Deixou Guilherme embaixo da trave para o 11 perder gol incrível. - 6,0
Adonís - Achou passes nas entrelinhas. Defensivamente não foi brilhante, mas não comprometeu como em outro momento. - 5,5
Luan Peres - Levou a pior nos duelos com Renzo Lopéz, inclusive no segundo tempo cometeu três faltas consecutivas para matar o ataque adversário. Não repetiu a atuação do clássico. - 5,0
Escobar - O argentino fica sem função quando o Santos não é atacado. - 4,0
Arão - Sem ritmo de jogo. Visivelmente atrasado em algumas situações. - 5,0
Zé Rafael - Destoa completamente do restante do time. Intensidade, carrega o "piano" para o ataque, arma jogo e até faz funções que deveriam ser dos companheiros. - 6,5
Barreal - Jogou mais aberto do que de terceiro homem, como em outras partidas. Não repetiu as boas atuações do clássico. - 4,5
Rollheiser - Fisicamente estava se arrastando no final, mas ainda assim fez o goleiro adversário fazer a primeira defesa no segundo tempo. - 6,0
Guilherme - Perdeu talvez o gol mais feito de sua carreira. Pode fazer falta no final. Não tem o drible curto que o time precisa. - 4,0
Lautaro - Muita vontade, mas limitadíssimo tecnicamente falando. Tinha ideias e jogadas interessantes, mas na hora da conclusão pecava na questão técnica. - 4,0
Souza - Um menino de 19 anos mudou o time da água para o vinho. Fez jogadas de linha de fundo, com repertório nos cruzamentos. - 6,5
Robinho Jr. - Trouxe uma característica diferente do restante do time. Esbarrou no ótimo lateral Ramon do adversário. Ainda assim foi o que mais produziu do ataque. - 6,0
Victor Hugo - Tem bom passe, mas nada além do comum. - 5,0
Tiquinho - SEM NOTA
Bontempo - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte.
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