UM PONTO NA ESTREIA DE VOJVODA

Publicado às 22:30 deste domingo, 31 de agosto de 2025

(*) Pedro La Rocca

Sexto treinador argentino na história do Santos, Juan Pablo Vojvoda fez a sua estreia em Vila Belmiro. O Alvinegro Praiano não saiu do zero no placar contra o Fluminense e termina a rodada da maneira que começou - na 15ª colocação, mas dessa vez com 22 pontos ganhos.

Foi apenas a segunda vez desde a volta do Mundial de Clubes que o Peixe saiu de campo sem sofrer gols. A última oportunidade havia sido na vitória sobre o Flamengo, em 16 de julho. Apesar disso, foi o terceiro jogo consecutivo sem balançar as redes.

O hermano comandante fez logo de cara cinco alterações no time titular. Após chegar a treinar em separado, Zé Ivaldo foi reintegrado e jogou na vaga de Luisão. No meio-campo, Zé Rafael voltou após sentir dores no tornozelo e tomou a vaga de Schmidt.

No setor ofensivo, apenas Rollheiser foi mantido no time titular em relação à derrota para o Bahia. Tiquinho, Barreal e Bontempo ficaram como opções no banco. Guilherme, que esboçou até deixar o clube, foi convencido do fico por Vojvoda e foi titular, assim como Neymar e Caballero. 

Se eu disser que o time já teve a cara do novo treinador, estarei mentindo copiosamente. Não é possível mudar da água para o vinho com apenas cinco sessões de treino realizadas.

Especialmente no primeiro tempo, as melhores chances foram da equipe visitante. Logo no início, Serna finalizou com perigo aos 11 minutos e também nos primeiros momentos Santi Moreno foi interceptado por Brazão em duas oportunidades, onde o goleiro Santista mostrou sua explosão.

Até os 25 minutos o lado direito da defesa Alvinegra estava uma avenida de carnaval, tamanha festa que os cariocas faziam por ali. Mas depois Mayke cresceu no jogo e Zé Ivaldo colaborou muito nas coberturas.

As descidas tricolores pararam por aí e talvez este tenha sido o grande mérito e ponto positivo do trabalho de Vojvoda. Brazão não precisou fazer nenhum milagre e o Peixe sofreu apenas cinco finalizações, todas no primeiro tempo.

No Campeonato Brasileiro, nenhum time finalizou igual ou menos que o Fluminense contra a meta Santista, mostrando, em números, a imediata melhora do time defensivamente falando. 

Na etapa final foi o Alvinegro que criou as melhores chances em duas grandes oportunidades com Rollheiser na entrada da área, do jeito que ele se destacou no Estudiantes. Se Vojvoda conseguir fazer isso se tornar uma constante nas partidas, o Santos ganha um grande reforço para a reta final do ano. 

Como foi treinado durante a semana, o camisa 32 e Neymar constantemente trocavam de posição. No primeiro tempo o desentrosamento pesou, mas ambos se acertaram na segunda etapa construindo as jogadas de maior perigo para os Santistas.

Com Tiquinho Soares o placar até foi aberto nos acréscimos, mas o bandeira imediatamente levantou o instrumento assinalando a irregularidade. Realmente o camisa nove estava a frente e a seca de quatro meses sem ter um centroavante marcando ainda é pesadelo em Urbano Caldeira. 

Não vou dizer que fiquei satisfeito com a escalação, porque também seria uma heresia da minha parte com os leitores deste espaço, mas não crucifico o novo comandante por ter pouco tempo de casa. Seria loucura trazer uma mudança brusca.

Porém quero ver isso no dia 14 de setembro - data que o Santos volta a jogar contra o Atlético-MG, que também deve ter treinador novo no comando. Duas semanas para Vojvoda conhecer melhor o elenco e suas características e receber os novos reforços que podem chegar no decorrer da semana. 

Como o BLOG do ADEMIR QUITINO falava do interesse em Lautaro Díaz há duas semanas, agora se confirmou e o Alvinegro deve confirmar a contratação. Também emprestado deve chegar Victor Hugo, do Flamengo.

Adonís Frias também é outro que deve chegar no início da semana. O Peixe deve desembolsar cerca de US$4 milhões para ter o atleta do León-MEX.

Com os novos reforços e o longo período sem duelos, é esperado que já na próxima rodada o time tenha mais a cara do argentino. Já vi melhora na parte defensiva e identifiquei jogadas ensaiadas - até mesmo na saída de jogo no minuto zero. Que isso seja aprimorado e que outras valências comecem a aparecer.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 0 X 0 FLUMINENSE

Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO)
Cartões amarelos: Martinelli, Santi Moreno, Kevin Serna (Fluminense); Escobar, Rollheiser e Neymar (Santos)

SANTOS: Brazão; Mayke (Igor Vinícius), Luan Peres, Zé Ivaldo e Esobar; Tomás Rincón (João Schmidt), Zé Rafael, Rollheiser (Barreal) e Caballero (Deivid Washington); Neymar e Guilherme (Tiquinho Soares).
Técnico: Juan Pablo Vojvoda.

FLUMINENSE: Fábio; Guga, Thiago Silva, Freytes e Renê; Martinelli (Otávio), Hércules (Thiago Santos), Lucho Acosta (Ganso); Santi Moreno (Soteldo), Kevin Serna e Germán Cano (Igor Rabello).
Técnico: Renato Gaúcho.
Vojvoda fez a sua estreia no comando Santista

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Brazão - Duas grandes intervenções no primeiro tempo. O melhor goleiro do Brasil foi pouquíssimo exigido. - 6,0

Mayke - Começou defensivamente muito perdido, depois com as coberturas conseguiu se ajeitar no jogo. Ainda não repete o bom futebol apresentado nos últimos 12 anos no Brasil. - 5,0

Zé Ivaldo - Não tenho dúvidas da qualidade deste jogador, mas precisa transformar isso em constância, fazer por vários jogos em sequência. Ótimas coberturas e bem na saída de bola. Ganhou todos os duelos. - 6,5

Luan Peres - Um pouco abaixo do seu companheiro. Cresceu no segundo tempo, quando o time teve um pouco mais a bola. - 6,0

Escobar - Levou um calor do Serna no primeiro tempo. Quando o time teve a bola, em grande parte do segundo tempo, parecia estar sem função, tendo em vista que não tem característica ofensiva. - 5,5

Rincón - Venceu todos os duelos no chão e deu três desarmes. Muito longe daquele general que brilhou na Europa, até pela falta de velocidade, especialmente na saída de bola, mas defensivamente não comprometeu em nada. - 6,0

Zé Rafael - Melhor partida do "trem" desde a volta do Mundial. Três desarmes, assim como Rincón, fez boas tabelas com Neymar e preencheu uma espaço no meio-campo que faltava algumas vezes pelo Peixe estar com quatro atacantes. - 6,5

Rollheiser - Fez um primeiro tempo apagado, mas gostei demais dos últimos 45 minutos do argentino. Finalizou três vezes, duas no gol e uma com muito perigo. Se Vojvoda tornar isso uma constante, encontrando a posição certa para o camisa 32, o time ganha muito em qualidade. - 6,5

Neymar - Participou de apenas dois treinamentos na semana pelo pequeno edema na coxa. O capitão foi quem achou Rollheiser em duas oportunidades para finalizar ao gol. Melhor no segundo do que no primeiro tempo. - 6,0

Caballero - Tem muita velocidade, mas quando o time precisou do drible curto lhe faltou no seu arsenal. - 5,5

Guilherme - Depois de tudo que passou, o amado fez um bom jogo. Pecou em algumas tomadas de decisão e teve cinco impedimentos, mas não deixou de ser participativo. - 6,0

Deivid - Ainda longe daquele Deivid que conhecemos, mas quando jogou aberto pela esquerda, recompôs na defesa na maioria dos momentos, algo que não fazia antes. - 5,5

Schmidt - Deu 31 passes, mas nada incisivo. Não comprometeu e nem foi diferencial. - 5,5

Igor Vinícius - Fez duas boas jogadas de linha de fundo. Defensivamente foi pouquíssimo exigido. - 6,0

Tiquinho - Tocou três vezes na bola. Dois passes e o gol anulado. Seria o herói do jogo. - 6,0

Barreal - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte. 

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