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Publicado à 01:03 desta sexta-feira, 10 de novembro de 2023

(*) Pedro La Rocca

Um time que não ganhava de ninguém fora de Vila Belmiro, agora possui mais vitórias longe de casa do que dentro nos últimos 10 jogos. Este é o trabalho de Marcelo Fernandes, que tem aproveitamento de 66,6% desde que assumiu e na última quinta-feira (09) venceu o Goiás por 1x0. Julio Furch marcou o gol da vitória Alvinegra.

O treinador pôde contar com o retorno de Lucas Braga que tomou a vaga do João Lucas na lateral-direita. Por outro lado, Soteldo, que foi diagnosticado com um edema na coxa esquerda, deu lugar a Maxi Silvera.

Por questões técnicas, Lucas Lima e Mendoza perderam suas vagas na equipe titular, dando chance ao Nonato e ao Rodrigo Fernández.

Apesar de criticar a colocação do Jean Lucas aberto, foi compreensível a postura do time sem a bola. Marcar individualmente pelos lados do campo para bloquear as constantes ultrapassagens dos laterais. O camisa oito fechava pela esquerda, enquanto o Nonato auxiliava no corredor direito.

Os volantes do Santos demoraram para entrar no jogo e o Goiás fez boas descidas por dentro e no último terço abrindo para uma finalização. Assim fizeram o goleiro João Paulo fazer sua única grande defesa no jogo aos 16 minutos de jogo, numa finalização do Maguinho.

Ficou nítido que o empate para o Santos não estava ruim, mas foi um primeiro tempo de uma qualidade técnica sofrível. O Peixe teve apenas uma grande chance, um contra-ataque desperdiçado pelo Jean Lucas após o jogador errar o domínio da "redonda", logo no final da etapa inicial.

Foram 53 bolas longas ao todo só em 45 minutos. E o Santos com muita dificuldade de vencer os duelos por ter os baixinhos Marcos Leonardo e Silvera (1,76m cada um) disputando com os zagueiros adversários.

E além de claro, o Soteldo ser diferente tecnicamente por conseguir segurar a bola e ser o homem das quebras de linha.

No segundo tempo, um domínio maior na posse de bola para o time da casa, porém o time de Marcelo Fernandes finalizou o dobro de vezes em relação ao seu adversário.

Precisando do resultado, o Goiás começou a sair para o jogo. Ótimo para o Santos, que teve seus principais jogadores atuando muito bem - como Joaquim, Rincón e Messias. 

Apesar de finalizar mais, o Alvinegro de Vila Belmiro não conseguia fazer o goleiro Tadeu sujar o uniforme. O gol tinha que ser dele - iluminado, predestinado.

O Marcelo só mudou pela primeira vez aos 30 minutos, colocando Mendoza e Lucas Lima. O jogo pedia a característica dos dois atletas, ainda mais porque o Goiás acabara de voltar a ter três atacantes em campo.

Porém aos 38 minutos a mudança chave. Sai Jean Lucas, entra Julio Furch. Aos 42, Lucas Lima cobra escanteio, Joaquim desvia e o predestinado centroavante argentino marca. Dos mesmos criadores de Quiñónez (2008) e Wagner "Palha" (2021), veio Julio Furch (2023).

O Santos utilizou o primeiro tempo para acertar a marcação e se talvez as mudanças poderiam ter ocorrido antes, pelo menos elas vieram em algum momento e foram certeiras. Ninguém pode acusar o Marcelo de falta de coragem, porque num momento delicado ele tirou um volante e colocou um centroavante de área.

Um jogo onde o time sofreu mais uma vez pelos desfalques, mas teve a postura correta para marcar esse organizado Goiás e conseguir matar o jogo quando deu. Mirou no empate, acertou na vitória. Qualquer um dos dois resultados seriam pelo menos ok, melhor ainda que vieram os três pontos.

Não há como ir jogar contra o time goiano na Serrinha e não deixar o volante na cola do centroavante. Não há como não ter marcação individual nos laterais e pontas. Vitória de um organizado Santos.

Desde a catástrofe do Beira-Rio, são cinco jogos com três vitórias e dois empates - nenhuma derrota. Mostrando, mais uma vez, que faz diferença ter pessoas que conhecem o cheiro da grama de Vila Belmiro. Marcelo Fernandes, Alexandre Gallo, Carlito Macedo, Arzul e Claudiomiro estão muito próximos de conseguir o milagre de salvar o Santos.

Das seis vitórias do comandante, quatro foram fora de casa, algo que o Peixe só tinha feito com Odair Hellmann apenas uma vez, contra o Vasco, ainda em maio.

Após a finalização da 33ª rodada, o Peixe já não é mais o pior paulista no Brasileiro, já que pelo número de vitórias, já vê o Corinthians pelo retrovisor.

A luta continua. Faltam quatro pontos para chegar nos 45.

Domingo (12) é clássico em Vila Belmiro, contra o São Paulo, às 18h30min. O técnico Marcelo Fernandes terá o retorno do reserva Dodi.

FICHA TÉCNICA
GOIÁS 0 X 1 SANTOS

Local: Serrinha, em Goiânia (GO)
Árbitro: Paulo Cesar Zanovelli da Silva (FIFA)
Cartões amarelos: Guilherme e Matheus Babi (Goiás); Lucas Lima (Santos)

Gol: Julio Furch, aos 41 min do 1ºT (Santos)

GOIÁS: Tadeu; Maguinho, Lucas Halter, Bruno Melo e Hugo; Raphael Guzzo (Alesson), Morelli e Guilherme (Dieguinho); Allano (Vinícius), Matheus Babi e Anderson Oliveira (Palacios).

Técnico: Armando Evangelista

SANTOS: João Paulo; Lucas Braga, Messias, Joaquim e Kevyson (Inocêncio); Tomás Rincón, Rodrigo Fernández, Jean Lucas (Furch) e Nonato (Lucas Lima); Maxi Silvera (Meneoza) e Marcos Leonardo (Jair)
Técnico: Marcelo Fernandes
Marcelo Fernandes comemora a vitória Alvinegra

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

João Paulo - Fez apenas uma grande defesa durante o jogo. Foi consciente no jogo com os pés. - 6,5

Lucas Braga - Sofreu no começo da partida, mas depois se encontrou no jogo. Fez, defensivamente, um bom segundo tempo, acompanhando o resto da equipe. - 5,5

Messias - Fez novamente uma partida segura e dessa vez ainda bloqueou dois chutes com endereço do time adversário. Longe de ser o ideal para o Santos, mas vem cumprindo de maneira razoável o seu papel. - 6,5

Joaquim - Novamente um monstro e soberano pelo alto. Foram 16 cortes do camisa 28. Oito duelos aéreos de 10 disputados foram vencidos, incluindo a assistência para o gol. Se não tem a saída de bola mais fina, cumpre a função literal do zagueiro. - 8,0

Kevyson - Ainda nervoso e sem confiança. Vai precisar do Paulistão para amadurecer. Tenta jogadas que dão certo no sub-20, porém não no profissional. Apesar disso, é o que melhor tem feito a função de ala nesses novos esquemas. - 5,0

Rincón - Assim como outros, não fez um bom primeiro tempo, porém os últimos 50 minutos foram dignos de um capitão. Dono da frente da área. Importância grande também para bloquear as subidas de cabeça do Matheus Babi. - 8,0

Fernández - Completamente "fora da casinha" em muitos momentos. Taticamente não ajuda em nada, pelo contrário. Cresceu no segundo tempo também, mas muito pouco perto do esperado. - 4,0

Jean Lucas - Fisicamente é visível que não está bem. O contra-ataque que ele perde no primeiro tempo é provador disso. - 4,0

Nonato - Se não tem a qualidade de um coordenador de jogadas, tem a entrega. Ajudou mais na defesa do que no ataque enquanto esteve em campo. - 6,0

Silvera - Voluntarioso, porém com muitas dificuldades técnicas. Tocou menos na bola do que o goleiro João Paulo. Pela função de segundo atacante que exerceu, é muito pouco. Precisava explorar mais as costas da zaga adversária. - 4,0

Marcos Leonardo - Longe do gol, participou do jogo mais do que o normal. Foi crucial para bloquear a defesa adversária no lance do gol. - 6,0

Lucas Lima - Poderia ter entrado uns 5 minutos antes. Só deu tempo de cobrar o escanteio que originou o gol. - 5,5

Mendoza - Sem a bola pensou, fez pelo menos três facões nas costas da zaga adversária que foram promissores. Quase ampliou o placar ao final do jogo. - 6,5

Furch - Iluminado. Predestinado. Além do gol importantíssimo, serviu Mendoza quando o colombiano quase marcou o segundo. Jogador ótimo para segundo tempo, sabe segurar a bola. Três gols com a camisa Alvinegra, os três depois dos 40 minutos. - 7,5

Jair - Não jogava desde janeiro ainda na Copinha. Estreou como profissional atuando apenas 10 minutos. -  SEM NOTA

Inocêncio - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e repórter no Esporte por Esporte.



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