LARGADO ÀS 'TRAÇAS'

Publicado às 22:03 deste domingo, 16 de julho de 2023

(*) Pedro La Rocca

Normalizaram a vergonha e a mediocridade no Santos. Assistir jogos deste elenco atual é uma prova de amor incondicional ao clube. São quase 11 meses sem vencer um clássico e uma média de uma goleada por ano nesse tipo de confronto nos duelos desde 2021. Dessa vez, neste domingo (16), um placar de 4x1 para o São Paulo, no Morumbi. Marcos Leonardo descontou para o Peixe já no final do jogo, enquanto Calleri (duas vezes), David e Pato marcaram para os visitantes.

O técnico Paulo Turra, suspenso, não estava à beira do gramado e o comando do Peixe ficou sob responsabilidade do auxiliar Felipe Endres. O time teve mudanças na defesa e no meio-campo. Dodô estreou e pegou o lugar do Kevyson e Dodi entrou na vaga do suspenso Rodrigo Fernández.

A escalação já mostrava a tragédia. Dodô sem ritmo e o Dorival monta a sua equipe para jogar por ali. Além disso, eram quatro homens no meio-campo adversário, contra apenas Sandry, Dodi e Lucas Lima. Quatro gols, um de pênalti, um originado por dentro e dois pelo lado esquerdo.

O Santos teve um bom momento com três minutos de jogo, pressionando a equipe adversária. Mas só isso. Os outros 87 minutos foram de puro vexame para a torcida Alvinegra, que está cansada de ser a vítima dentre os rivais da capital.

Com domínio total da equipe mandante, Joaquim cometeu um pênalti infantil em cima de Calleri, que bateu e converteu a cobrança. Eu nunca vi um goleiro tão espectador como o Rafael. 21 minutos de passividade completa do Santos.

Aos 45 o São Paulo ampliou. Calleri de novo. Após contra-ataque, Alisson aproveitou que Joaquim e João Lucas estavam marcando a bola e não o camisa nove, que colocou no contra-pé de João Paulo.

Para se ter uma ideia de um dos piores 45 minutos da temporada Santista, o Peixe acertou 49 passes e perdeu a posse de bola 56 vezes.

No segundo tempo, a bola foi entregue ao Alvinegro, que sequer soube levar perigo ao gol adversário. 

O São Paulo dobrou o placar com David (aos 33) e Pato (aos 42), que fez sua segunda partida pelo São Paulo e vem de uma lesão séria no joelho. 

Marcos Leonardo diminuiu a vergonha aos 47 cobrando pênalti sofrido por Deivid.

O São Paulo jogou na quinta-feira (13) e tinha mais de 50% do time titular em campo. O Santos teve a semana inteira livre. E como tem coisas que só aconteceu em Vila Belmiro, os jogadores Alvinegros chegavam sempre atrasados e atrás dos adversários.

Só um time entrou em campo. O Santos ficou no vestiário.

Como confiar num planejamento esportivo dentro do gramado, se tem um time que o lateral-esquerdo joga de zagueiro, não só de forma definitiva no segundo tempo na hora do desespero, mas também na saída do tiro de meta Santista, que se posicionava da seguinte maneira: João Paulo; Joaquim, Messias, Dodô e Lucas Lima; João Lucas, Dodi e Sandry, Mendoza, Marcos Leonardo e Lucas Braga.

O Santos joga como time pequeno. A maré de suas tradições caminham de um lado e as escolhas do departamento de futebol atual caminha em outra. 

Ao final do jogo, o Endres jogou com apenas dois homens no meio-campo, sendo que anteriormente já havia a prova de que o Peixe sofreu num quatro contra três na região central. Mas eu entendo o técnico Santista - é só chutão, por que precisa do meio, né?

Enquanto não bater o senso de urgência em todos os departamentos do clube, o pior tende cada vez mais a acontecer. Será que esses dirigentes não conhecem o Titanic, onde os comandantes negligenciaram o óbvio e o navio bateu no iceberg. Ainda dá para desviar, basta agir e corretamente.

Um clube profissional não pode ter um diretor que pouco antes de um clássico mais importantes do país, onde seu time precisa vencer e não tem confiança, ele está vendo a final de Wimbledon.

Como diz o hino do clube, mas em outro sentido, claro: Salve o nosso campeão. Que Deus e Pelé salvem o Santos. Não existem quatro times que praticam o esporte tão pior quanto o time de Vila Belmiro.

O Santos volta a campo no próximo domingo (23), para enfrentar o líder, Botafogo, às 16 horas, na Vila Belmiro.

FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 4 X 1 SANTOS

Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Árbitro: Braulio da Silva Machado (Fifa-SC)
Cartões amarelos: Alisson, MIchel Araújo (São Paulo); Messias, Mendoza, Sandry, Joaquim, Kevyson (Santos)

GOLS: Calleri, aos 21 do 1ºT e 45 do 1ºT, David, aos 33 do 2ºT, e Pato, aos 42 do 2ºT (São Paulo); Marcos Leonardo, aos 47 do 2ºT (Santos)

SÃO PAULO: Rafael; Rafinha, Arboleda, Diego Costa e Welington (Caio); Méndez, Alisson (Nestor) e Michel Araújo; Juan (Pato), Luciano (Erison) e Calleri (David)
Técnico: Dorival Júnior

SANTOS: João Paulo; João Lucas, Messias (Balieiro), Joaquim e Dodô; Dodi, Sandry (Camacho (Kevyson)) e Lucas Lima (Deivid); Lucas Braga (Patati), Marcos Leonardo e Mendoza
Técnico: Felipe Endres (auxiliar)
Dodô estreou e não foi bem

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

João Paulo - Ainda conseguiu fazer uma defesa que evitaria uma derrota maior. É prejudicado pela falta de envergadura. - 4,0

João Lucas - Burocrático. Falha gravemente no segundo gol, onde marca a bola e não Calleri. Tem dificuldade em guardar posição. - 3,0

Joaquim - Tomei uma enxurrada de críticas ao afirmar que este jogador entregava em jogo grande. Aconteceu de novo. Mais um pênalti infantil integrada às falhas nos outros três gols. - 2,0

Messias - Muito limitado. Tiveram que mudar o posicionamento do time para ele não jogar torto na saída de bola. - 3,0

Dodô - Sem ritmo de jogo. Sentiu a falta de nível físico e a ausência de cobertura. - 4,0

Sandry - Levou um cartão cedo e bobo e ficou pragmático na marcação. Não conseguiu fazer a saída de bola, vide a falta de vontade do Santos de ter a bola. - 4,0

Dodi - Estava bem até o primeiro gol. Depois desandou e parou de fazer as coberturas, como vinha sendo nos últimos jogos. Assim como o Sandry, sofre por sempre enfrentar equipes com superioridade numérica no meio-campo. 3,0

Lucas Lima - Outro que some em jogo grande. Um meia-armador não pode tocar 34 vezes na bola em 90 minutos. Entregou uma bola no pé do adversário com 20 segundos de jogo e quase sofreu o gol. - 2,5

Mendoza - Finalizador. Tem dificuldade para puxar contra-ataques, apesar da velocidade, porque é péssimo tecnicamente. - 3,5

Marcos Leonardo - Outro e um dos poucos que não merece o time que tem. O Santos pode começar a jogar sem atacante. A bola quase não chega, e se chega, vem quadrada. - 4,0

Lucas Braga - Assistente de lateral. Apenas isso. Fez a única jogada de ataque do Santos no jogo, quando Mendoza finalizou. - 4,5

Camacho - Jogou apenas 30 minutos, saiu machucado. Não acrescentou muita coisa. - 4,0

Deivid - Sofreu o pênalti e acertou uma bola na trave. - 6,0

Kevyson - SEM NOTA

Balieiro - SEM NOTA

Patati - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e repórter na Rádio Zero9.  

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