TRÊS JOGOS SEM VENCER E DESEMPENHO DUVIDOSO

Publicado à 01:39 desta quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

(*) Pedro La Rocca

Nesta quarta-feira (25), o Santos voltou a jogar na Vila Belmiro, com uma possível chance de melhora. Não aconteceu. Pior do que isso, o Santos aplicou mais um futebol medíocre e empatou com o Água Santa, que tinha feito um ponto até aqui. Um 0x0 que expõe o quão ruim é o futebol do clube.

Depois de usar 4-3-3 com tripé no meio-campo e usar 4-2-4, o técnico Odair mudou o esquema de jogo e os jogadores. Nathan ganhou oportundade como titular, assim como Carabajal. Dodi com problemas no reto femural e Mendoza com Amigdalite foram cortados da partida. Além deles, Maicon sentiu no aquecimento e deu lugar a Bauermann.

Mesmo com as mudanças, aquele Santos sem criação permaneceu. Soteldo, escalado como ponta-esquerda, vinha buscar bola no meio e Carabajal se escondia. O Marcos Leonardo tocou 13 vezes na bola no jogo inteiro, a bola não chega para o atacante do time finalizar.

A melhor oportunidade do jogo inteiro, não só do primeiro tempo, curiosamente - ou não - foi do Água Santa. Inclusive, nesse lance, João Paulo operou um milagre que salvou o Santos da derrota nesta quarta rodada. 

A melhor (e única) chance do Santos, também no jogo inteiro foi aos 46 minutos do primeiro tempo. Diferente do rival, que obrigou o goleiro Santista a fazer boa defesa, Ângelo entregou de graça a única finalização no gol que o Santos teve no jogo inteiro.

No segundo tempo o Água Santa se recusou a atacar. Era o momento do Santos ser protagonista no jogo. E foi mesmo, negativamente. 

Soteldo continuou com a responsabilidade de atacar por quatro. Marcos Leonardo não tocou na bola. Carabajal sumido.

O time do Santos, desde o mais poderoso, até a última opção do elenco, está deixando seu futebol (departamento e campo) cada vez mais pobres de ideias. Em quatro rodadas, oito finalizações certas, dois por jogo. O último colocado no quesito neste Paulistão. A última vez que um time não marcou gols no clube de Diadema faz seis meses.

Não é de hoje que eu falo que os reforços não mudariam o patamar do time. Se não vai mudar de patamar, um time que esteve no escalão mais baixo nos dois últimos Paulistões, a carência e o futebol pífio vai continuar imperando em Vila Belmiro.

Um time sem ideias de jogo, estático, que não produz nada de diferente, que vá mudar o resultado de uma partida. Dentro de campo, dificuldades para furar bloqueios do penúltimo colocado do campeonato. Fora dele, os reforços de peso aparecem como gelo no deserto.

Se não contratar. Se não bater o choque de realidade. Se não elevar o futebol do clube de patamar, eu temo pelo pior.

O Santos busca se recuperar no próximo sábado (28), quando enfrenta a Ferroviária no Canindé, às 18:30. A partida válida pela quinta rodada do Paulistão vai marcar o ínicio da parceira Vila Canindé. Os próximos quatro jogos do Peixe serão longe da Vila Belmiro.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 0 X 0 ÁGUA SANTA

Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos (SP)

Cartões amarelos: Nathan (Santos; Marcondes, Igor Henrique, Joílson, Rodrigo Sam (Água Santa)

Público: 9.125

Renda: R$ 442.025,00

SANTOS: João Paulo; Nathan (João Lucas), Messias, Maicon e Lucas Pires; Rodrigo Fernández (Gabriel Pirani), Sandry e Carabajal (Lucas Barbosa); Ângelo (Lucas Braga), Marcos Leonardo (Rwan Seco) e Soteldo.
Técnico: Odair Hellmann

ÁGUA SANTA: Ygor; Reginaldo, Rodrigo Sam (Cristiano), Didi e Joílson; Bruno Xavier, Ronald (Lelê) e Marcondes; Bruno Xavier (Gabriel), Júnior Todinho (Bruno Mezenga) e Igor Henrique.
Técnico: Thiago Carpini

Soteldo é um oásis nesse time do Santos

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

João Paulo - Se não fosse ele, o Santos perderia para o Água Santa dentro da Vila Belmiro. Fez uma grande defesa aos 36 minutos do primeiro tempo. - 7,0

Nathan - Dois milhões de euros para um lateral que não marca e não tem profundidade. Tinha explosão, ao menos, no tempo de futebol europeu. Não mostrou isso aqui ainda. - 2,5

Bauermann - Continua com a mania de marcar a bola, ao invés de cobrir seu espaço. Defesa não sofreu no segundo tempo. - 4,5

Messias - Bem na bola aérea. Ganhou cinco dos oito duelos pelo ar que teve. - 5,0

Lucas Pires - O bom lateral que se mostrou ser no primeiro semestre de 2022 ficou por ali. Não apoia com tanto êxito e perdeu muito da boa visão de jogo que tinha. - 3,5

Fernández - Lidera sempre em desarmes e ganhos de posse. Outro ponto positivo é que não levou amarelo, como de costume. - 5,5

Sandry - Não foi bem nos passes, como usualmente vai. É vísivel que perdeu muitos atributos depois das lesões. - 4,5

Carabajal - O meia, que em determinado momento era ponta esquerda, em outro era ponta-direita. Sem função nenhuma, aquele que foi escalado para coordenar as jogadas ofensivas. - 2,0

Ângelo - Um atacante que termina um jogo com mais desarmes do que dribles certos, é porque tem coisa errada aí. É nítido que sua qualidade é ofuscada pela desaparição de seus companheiros, e ainda mais com 18 anos, sente o momento do time, porém é preciso ser mais agressivo quando se tem a bola. - 4,0

Marcos Leonardo -  Tem vezes que dá pena do camisa nove Santista. Não recebe uma bola o jogo inteiro, mesmo que se movimente, ainda mais sendo marcado por três zagueiros. - 5,0

Soteldo - O único que tenta alguma coisa. Sem ele, o time morre tecnicamente. - 6,0

João Lucas - Bem na linha defensiva, porém com a necessidade do Santos propor jogo, é nulo no ataque. - 4,5

Lucas Braga - Ainda tentou jogadas nos 32 minutos que jogou, mas não tem como um jogador driblar quatro, cinco defensores. Mais um refém do time estático que o Santos tem. - 5,0

Lucas Barbosa - Pouco tocou na bola. - 5,0

Rwan Seco - As duas vezes que participou, errou passes nas duas. - 4,0

Pirani - SEM NOTA

(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e comentarista na Web Rádio Piabanha

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