Publicado à 01:12 desta quinta-feira, 19 de janeiro de 2023 |
(*) Pedro La Rocca
Sem criação, sem alma, defesa mais "generosa" que coração de mãe. Esse foi o retrato do Santos na derrota para o Guarani por 2x0, na noite desta quarta-feira (18). Derrota talvez seja pouco para o atropelo que o time do Santos levou. Giovanni Augusto (pênalti) e Nicolas Careca decretaram a vitória Santista. Um tabu de 13 anos se encerrou na noite de 18 de janeiro de 2023.
Incomodado - com razão - com o meio-campo do Santos na estreia, Odair mudou o time para esta segunda rodada. Ângelo, que não treinou durante boa parte da semana em decorrência do falecimento do seu avô, deu lugar ao Sandry para que o setor fosse reforçado.
Qualquer tipo de plano que Odair tinha em mente, como a marcação forte no meio campo e verticalidade na saída, foram frustrados aos seis minutos de jogo. Naquele momento, me veio na cabeça o Santos de 2021/22.
Maicon recua bola para João Paulo pressionado pelo atacante rival e toca para Bauermann que não chega na bola. Os mandantes recuperam a bola e Derek sai de cara com João Paulo que até divide na bola, mas Raphael Claus dá um pênalti inexistente. Giovanni Augusto bateu, deslocou João Paulo e marcou. Um árbitro de Copa do Mundo abre a temporada de erros contra o clube de Vila Belmiro.
O erro crasso do "apiteiro" não inibe o fato de que o Santos estava sendo amassado por um clube de série B e que voltou a jogar à série A1 do Paulistão em 2019. Ano este, inclusive, que o Santos ganhou de 3x0 dos Campineiros.
No primeiro tempo todo, o Santos deu um único chute no gol. O Guarani, por sua vez, obrigou João Paulo a fazer pelo menos dois milagres. Foram sete finalizações ao todo, seis para longe do gol.
Mesmo que o Odair mudasse esquema, postura e jogadores, os atletas tiraram toda e qualquer esperança de vitória. 17 (dezessete) segundos foram suficientes para o Santos sofreu o gol. Lucas Pires sofreu bola nas costas, Nicolas Careca é encontrado sozinho entre os zagueiros do Peixe e cabeceia sem chances para João Paulo.
A partir do gol, o jogo ficou exatamente igual do primeiro ao 50° minuto. Ou bola no Soteldo e seja o que Deus quiser, ou cruzamentos vindo lá da defesa que nunca deram e jamais darão certo tendo um centroavante de 1,74m contra 1,85m e 1,87m dos zagueiros bugrinos.
Foram oito técnicos desde 2021, quatro competições ridículas que o Santos fez. O problema é o técnico? O Odair me parece ter entendimento do riscado e tem variações, mas o elenco do Santos é extremamente limitado.
Um mês de trabalho, pré-temporada não foram suficientes para o entrosamento do time. É suficiente para o time voar, como foi em outros tempos? Não, mas era para se apresentar minimamente melhor do que no último ano. Contra o Mirassol, ficou uma cortina de fumaça pela vitória, porque os visitantes dominaram o jogo em plena Vila Belmiro.
Hoje o Santos depende de dois meninos de 18 e 19 anos (Ângelo e Marcos Leonardo - que passa fome de tão pouco receber bola) e Soteldo, que não foi bem. No máximo quatro se salvam.
Defesa estava uma peneira, tudo passava, meio-campo segue acéfalo e o ataque estava isolado. Não tem uma jogada, os meias tocam e ficam parados. O tal meia de criação que tanto se fala, não seria o principal problema hoje. A deficiência do Santos é geral, com excessão do gol e do ataque. 400 mil no Angulo mais 500 mil no Goulart, se traz um jogador (pelo menos) de alto nível. O que foi gasto em Nathan + 50% do Zanocelo, se gasta no Pituca (O Kashima pede 20 milhões por ele).
Olhar o banco de reservas dá vontade de chorar. Não tem como contratar três jogadores rebaixados e achar que vai dar certo. Eu tenho dito há um tempo e repito, vai ser mais um ano sofrível para o Santista. O elenco não mudou de patamar, não tem elenco competitivo e incrivelmente vai continuar sofrendo no competitivo Paulistão.
O Santos tenta voltar a vencer no próximo domingo (22), quando enfrenta o São Bernardo no Primeiro de Maio, às 18:30.
Local: Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas (SP)
Árbitro: Raphael Claus (SP)
Cartões amarelos: João Paulo (Santos)
GOLS: Giovanni Augusto, aos 6 do 1ºT, e Nicolas Careca, aos 01 do 2ºT (Guarani)
Odair terá muito trabalho para corrigir time do Santos |
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS
João Paulo - Se complicou junto com Bauermann no primeiro gol, mas salvou o Santos em outros dois momentos. - 6,0
João Lucas - É bom defensivamente, mas deixa a desejar no ataque. - 5,5
Maicon - Sua pior partida com a camisa do Santos. Cruzamentos péssimos e falhou feio no segundo gol. - 4,0
Bauermann - Falhou no primeiro, por sua lentidão, falhou no segundo por marcar a bola e não o jogador. - 3,0
Lucas Pires - 25% de aproveitamento em cruzamentos. Baixa quantidade e baixa porcentagem de acerto (1/4). Sua atuação defensiva contra o Mirassol foi boa, mas não a repetiu nesta rodada. - 4,0
Sandry - É perceptível que a lesão no joelho ainda o prejudica, pouco se movimenta em campo. O que mais é intenso na marcação. - 5,0
Dodi - O "menos pior" do meio-campo. Desarma bem, mas seus 1,69m de altura o prejudicam. - 5,0
Zanocelo - Não marca. Só passe da lado. O que seria o terceiro homem de meio, não faz infiltração, não arma e não aproxima. - 3,0
Soteldo - Jornada infeliz do camisa 10. Errou boa parte do que tentou, cruzamentos, chutes. Ainda assim é um dos poucos que tentam. - 4,5
Mendoza - Velocidade apenas. Qualidade técnica zero. - 4,0
Marcos Leonardo - Não recebe uma bola redonda dentro da área, onde é fatal. - 5,5
Ângelo - Ainda não engrenou na temporada, porém junto com Soteldo, é um dos poucos que ainda consegue aparecer em meio a companheiros estáticos. - 5,0
Lucas Barbosa - O meia ou ponta, entrou como segundo atacante e não performou. - 4,5
Rwan - Vem técnico, vai técnico, nenhum escala o centroavante em sua posição. Hoje entrou de meia. Tragédia anunciada. - 4,0
Nathan - Limitou-se à linha defensiva. - 5,0
Lucas Braga - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e comentarista na Web Rádio Piabanha
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