Publicado às 08h30 desta sexta-feira |
O Santos terminou sua participação no Campeonato Paulista 2020 de forma vexatória. Novamente, o alvinegro teve mais um jogador expulso, pela quarta vez seguida e de virada, a equipe perdeu para a Ponte Preta na Vila Belmiro, na noite desta quinta-feira e deu adeus as pretensões de título no Estadual. A Ponte Preta de quase rebaixada está classificada as semifinais, ao bater o Peixe com três gols na segunda etapa por 3 a 1.
Conforme o Blog do ADEMIR QUINTINO escreveu em uma rede social, antes da escalação oficial ser divulgada, o técnico português Jesualdo Ferreira escolheu Alison para a cabeça da área e Jobson ficou no banco. Sánchez que havia cumprido suspensão retornou ao time e Kaio Jorge foi confirmado no ataque.
Mal começou a partida e o time da casa se aproveitou da velocidade de Soteldo que cruzou milimetricamente na cabeça de Marinho, depois de deixar Apodi para trás e o camisa 11 abriu o marcador aos 7 minutos.
Após o gol sofrido, o time campineiro começou a abrir a 'caixa de ferramentas' e distribuir muitas pancadas, principalmente nos dois extremos - Marinho e Soteldo. O autor do até então único gol do jogo 'entrou na pilha' e começou a revidar. Tomou amarelo no primeiro lance e no fim da primeira etapa foi para uma dividida, deixando o braço no rosto do adversário. Levou novo cartão e foi expulso. Neste instante, começou a mudar o destino da partida.
Pela quarta vez seguida, o Santos ficou com um jogador a menos. Antes da paralisação do Campeonato, Jobson levou vermelho e o time do 'portuga' sofreu a virada do São Paulo, no Morumbi. Semana passada, Sánchez foi expulso diante do Santo André. No domingo passado em Itaquera, foi a vez de Uribe ir para o chuveiro mais cedo e nesta quinta-feira, Marinho que pediu desculpas ao torcedor através de uma rede social, por ter 'perdido a cabeça' completou a sequência de indisciplina.
Jesualdo Ferreira tem culpa das expulsões? Óbvio que não. Entretanto, como foram jogos seguidos, não conseguiu segurar a rebeldia dos seus atletas e aí entra o treinador. Todas as vezes que o time ficou com um a menos, o Santos sofreu viradas e no máximo, uma única vez, empatou a partida (1 a 1 contra o Santo André).
O time 'pregou' na segunda etapa. Sem forças até para se defender. Não tem estratégia. Um 'catadão' que marca mal, dá espaços e perdeu mais do que venceu no Estadual, quatro vitórias, mesmo número de empates e cinco derrotas. Vive única e exclusivamente da individualidade dos extremas do ataque - Marinho e Soteldo e sem um deles, vira presa fácil aos adversários.
O Santos é uma caricatura mal feita de um time de futebol. Já não bastassem os problemas extra-campo que são muitos, com falta de dinheiro, jogadores indo a justiça, protestos de torcida, tem uma time com a cara de seu treinador, padrão europeu dos anos 90 que parou no tempo e no espaço.
A velocidade com que a equipe emprega no gramado é de uma 'letargia' contaminante. Parece que vai a campo numa rotação diferente dos outros. Estupidamente lento, com ações covardes e previsíveis, principalmente quando está a frente do marcador.
O Santos foi durante o Paulitão, um time que não demonstra nem um poder de reação. Jesualdo futebolisticamente parece ser irmão-gêmeo de Jair Ventura. treinador que dirigiu o Peixe em 2018.
Após o jogo, o semblante do comandante português santista era a 'cara da derrota'. Não era de inconformado. Era a de chateação, sem forças para chacoalhar o elenco e tirar o Santos desta 'vibe' negativa . Também não é menos verdade que é difícil motivar a equipe com tantos 'incêndios' para apagar.
Não pensem em clamar os 'deuses' do futebol com os mantras, "na Vila, o raio cai mais de uma vez" e "a base sempre salva". O Santos é 'incaível', como diria incorretamente, o ex-ministro Rogério Magri, porque o alvinegro praiano está com o 'case' pronto para dar mais uma insatisfação ao ser torcedor, pois não precisa ser grande entendedor para saber que da forma que está brigará na segunda metade da tabela no Brasileiro.
O clube está impedido pela FIFA de contratar. Não tem dinheiro extraordinário para receber previsto a curto a prazo e poder quitar as dividas. O cenário, às vésperas do inicio do campeonato nacional daqui a dez dias é o pior possível e se algo não for feito, sim, uma tragédia pode acontecer.
O Santos volta a campo, dia 9, diante do Red Bull Bragantino, em partida válida pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro.
Felipe Jonathan, um dos poucos que escaparam da tragédia da eliminação precoce no estadual. |
FICHA TÉCNICA
Santos 1 x 3 Ponte Preta
Estádio da Vila Belmiro - Santos (SP)
Árbitro: Salim Fende Chaves (SP)
Cartões amarelos: Pará e Arthur Gomes (Santos); Jeferson (Ponte Preta)
Cartão vermelho: Marinho(Santos)
GOLS: Marinho 7'/1ºT (1-0); Bruno Rodrigues 5’/2T (1-1); Moisés 16’2T (1-2); João Paulo 43’2T (1-3)
SANTOS: Vladimir, Pará, Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan; Alison (Jobson 26'2T), Pituca (Jean Mota 26'/2T) e Sánchez; Marinho, Kaio Jorge (Arthur Gomes 18'/2T) e Soteldo Técnico: Jesualdo Ferreira.
PONTE PRETA: Ivan; Apodi, Henrique Trevisan, Wellington Carvalho e Guilherme Lazaroni; Dawhan e Vinícius Zancocelo (Índio 25'/2T), Jefeson (Roger intervalo) e João Paulo (Danrley 45'/2T); Bruno Rodrigues e Alison Safira (Moisés intervalo). Técnico: João Brigatti.
Jesualdo Ferreira teve mais derrotas do que vitórias no Estadual, a frente do Santos. |
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS:
Vladimir: Não foi uma noite feliz para o camisa 1 santista. No primeiro gol, a bola passou do seu lado na trave e no segundo, não conseguiu espalmar a bola para o lado. - 4,0
Pará: Não apoiou. Errou alguns passes e um recuo perigoso na primeira etapa. - 5,0
Lucas Veríssimo: O melhor e mais seguro dos defensores santistas da atualidade, falhou no primeiro gol da Macaca, a bola era do camisa 28. - 4,5
Luan Peres: Nenhuma falha gritante e o zagueiro canhoto foi mais eficiente no jogo aéreo em que ele mesmo reconhece que precisa trabalhar. Após a expulsão, a marcação afrouxou e a defesa ficou exposta. - 5,0
Felipe Jonatan: O melhor da defesa. Não tem subido tanto ao ataque por ordem da comissão técnica. Deu bons passes para Soteldo iniciar as jogadas ofensivas, principalmente no primeiro tempo. - 5,5
Alison: Fez a marcação eficiente no primeiro tempo e na segunda etapa, após o Peixe sofrer a virada, ficou sem função. - 5,0
(Jobson): Quando entrou a 'casa já tinha caído'. Tentou melhorar a qualidade de passe e não obteve êxito. - 5,0
Pituca: Se apresentou um pouco melhor em relação as partidas anteriores. Ajudou Felipe Jonathan na marcação pelo lado esquerdo, principalmente quando Apodi e Jeferson se revezavam como ala e ponta, respectivamente. Como o Santos não tem coordenação de jogadas, pouco apareceu para ajudar a construção das mesmas, principalmente após a expulsão de Marinho. - 5,5
(Jean Mota): A exemplo de Jóbson, quando entrou o time já não tinha forças, nem física. Ainda tentou em alguns lances de bola parada. - 5,0
Sánchez: Tem maior potencial do que visto nestes 90 minutos. Quando ficou sem a opção de um dos extremas, desapareceu na partida. - 5,0
Marinho: Ao lado de Soteldo, como de costume, era o jogador mais perigoso do time. Marcou gol, mas pôs tudo a perder ao entrar na 'pilha' do adversário, revidar e ser expulso de forma infantil. - 3,5
Kaio Jorge: Se movimentou e apesar de não ser sua obrigação, tentou auxiliar na marcação. No alto, teve dificuldades de posicionamento. No chão, só recebeu bola de costas. - 5,0
(Arthur):
Soteldo: O melhor jogador santista da partida ficou 'espetado' e solitário na frente, durante a segunda etapa. Deu dó. No primeiro tempo, deu bela assistência para o gol de Marinho. - 6,0
Técnico: Jesualdo Ferreira: O time tem a cara do treinador. Lento, sem poder de reação, desorganizado e quando fica com um a menos, nunca consegue sequer se proteger. A entrevista do comandante técnico português, após a desclassificação, era a 'face da derrota'. Não teve indignação por ser eliminado, parecia um cidadão conformado com o péssimo trabalho realizado. Os problemas extra-campo são culpa da administração, mas a falta de futebol e desorganização tática é do comandante técnico. - 4,0