MARQUINHOS: AQUELE TIME RECONSTRUIU O SANTOS E MARCOU ÉPOCA

Publicado às 07h30 desta sexta-feira, 1 de maio de 2020.
Marquinhos foi importante na construção de um time que comandaria o país e o continente, à partir de 2010. Jogador experiente com passagens por Flamengo, São Paulo e futebol alemão, era uma das lideranças do Santos dirigido por Dorival Junior. Além de grande qualidade técnica, ele pode ter 'salvo' o começo de carreira de Neymar. No primeiro jogo da final da Copa do Brasil, o alvinegro vencia por 1 a 0, e o camisa 11 perdeu um pênalti ao dar uma cavadinha. No fim da partida, o meio-campista marcou um lindo gol de falta, o segundo e o Santos conseguiu ir para Salvador com uma vantagem ainda maior. 

O agora gerente de futebol do Avaí participou de uma live conosco no youtube e em uma enorme demonstração de humildade, disse que tinha uma dívida para pagar com a 'jóia' que hoje atua no PSG-FRA.  
"Aquele gol diante do Vitória, na final da Copa do Brasil, eu consegui pagar a dívida que eu deixei para ele (Neymar) e o time, no Paulista, quando eu fui expulso contra o Santo André, ainda no primeiro tempo, na decisão. Paguei a dívida. (risos) Naquele time todos se gostavam, corriam um pelo outro e queiram ou não, nos últimos 10 anos, marcou história e com a cara do futebol brasileiro, marcava muitos gols e nunca abdicava de fazer mais e mais" .disse cheio de orgulho o aposentado jogador.
Marquinhos marcou o segundo gol na final da Copa do Brasil.
Marquinhos tinha contrato de três anos com o Peixe, mas como foi Dorival que o convidou a ir para a Vila, o jogador não se conformou com a saída do comandante técnico, após desentendimento com Neymar, no jogo contra o Atlético Goianiense, na Vila: 
"Quando o Dorival foi embora, eu disse a ele que não ficaria. Foi muita covardia o que fizeram com ele. A Nação santista naquele momento, estava do lado do Dorival. Eu tinha contrato por mais dois anos. Acho que não fomos campeões brasileiro porque ele saiu. Foi ele que montou aquele time" relembra.
Eterno ídolo do Avaí, com várias passagens pelo clube, Marquinhos, esteve não como jogador, mas como expectador, no confronto entre as equipes do Santos e o time catarinense, na Ressacada, em partida válida pelo segundo turno daquele ano. No fim do jogo com a virada dos donos da casa, ficou emocionado. A vitória sobre o Peixe manteve o time na Série A. A atitude revoltou alguns torcedores santistas, a época. O jogador relembrou o fato:
"Eu pedi para o Jamelli (gerente) e para o presidente (Luiz Álvaro) que entendesse a minha situação e pedi pra não jogar contra o Avaí. Eu sou Avaiano de arquibancada, de frequentar jogos. Só sai algumas vezes para ganhar dinheiro, se não jogaria aqui o resto da minha vida.  O Santos fez 2 a 0, a torcida do Avaí começou a gritar meu nome. Empataram o jogo ainda no primeiro tempo e no final, saiu o terceiro gol e eu me emocionei. Estava de cabeça baixa escondido e quem filmou foi uma conselheira do Avaí. Eu não me arrependo. Eu participei da transformação desse clube." afirmou.
O meio-campista, dono de extrema categoria e um exímio batedor de faltas, disse que muitas vezes deixou de sair do clube catarinense até por salários maiores. Ele revelou que tinha uma proposta para vir ao Santos em 2008, financeiramente bem maior, mas a sua paixão pelo Leão da Ilha da Magia catarinense, que o revelou, não permitiu:
"Em 2008, o Cuca pediu para me contratar para o Santos. A proposta era bem maior do que quando eu fui para a baixada, dois anos depois. Eu ganhava 20 mil reais aqui e não fui, fiquei. Eu sabia que o Avaí precisava de mim naquele instante, por tudo, futebol, liderança, planejamento e carinho da torcida. No ano seguinte, realizamos a melhor campanha da história do clube, sexto lugar" disse.
O ex-jogador dá detalhes da relação forte com o clube catarinense. O presidente do Avaí a época, João Zunino, ele classificou como figura paternal. Também disse que o mandatário foi um dos maiores responsáveis por ele ter vindo para o Santos em 2010:
"O Avaí nunca vai chegar no patamar do Santos, mas subimos (de divisão) é para nós era muito valioso. O presidente do clube era como um pai. Eu tinha uma proposta do Catar e ele disse, vai para o Santos, porque meu sonho é te ver com a camisa 10 que foi do Rei Pelé, vai lá, daqui a pouco eu vou te trazer de volta. Eu vi o esforço dele e mesmo de fora, eu via o carinho dele comigo e com o clube que eu amo." ainda se referindo ao episódio de ter ficado emocionado com a vitória do clube de coração sobre o Peixe, clube que ele deixou no fim daquele ano após 47 partidas e nove gols.
O meio-campista jogou em grandes clubes do Brasil e do exterior. Além de Flamengo e São Paulo, o coordenador de jogadas atuou no Bayer Leverkusen, da Alemanha, Paraná, Coritiba, Santa Cruz, Atlético-MG e Grêmio, mas para o ex-jogador nada é mais importante do que ter jogado no Santos e ter vestido a camisa 10 que foi do Rei Pelé. Durante a conversa, o dirigente que completará 39 anos em setembro, faz questão de mostrar o uniforme alvinegro no quadro do escritório de sua residência:
"Não tem coisa melhor, gratificante de falar aos meus filhos que eu joguei com a 10 do Pelé. Todos os jogos que entrei pelo Santos eu respeitei e dei meu máximo com essa camisa. Isso foi um prêmio, um sonho realizado." disse com sorriso no rosto.
O jogador elege o time de 2010 do Peixe, como o melhor em que ele atuou em quase duas décadas de carreira:
"Disparado. Muito bom. As pessoas só vêem o jogo e eu me incluo nessa qualidade técnica boa que o elenco tinha. O  que mais te mostra que você tinha um time acima da média, eram os treinos. Aqueles treinos de dois toques. Uma vez, o Dorival deixou a gente num campo reduzido e por mais de cinco minutos, a bola sem cair e sem o time reserva tocar nela. Impressionante. O Dorival nos disse. 'Chega que já ganhamos o dia'. " relembrou.
Marquinhos agradece a Deus por estar na hora certa, no lugar certo e no time certo. M10 garante que aquele time marcou época:
"Aquele time reconstruiu o Santos e se você ver, a folha salarial era uma das menores." enfatizou.
Sobre qual a partida que o jogador elege como a melhor com o manto santista, o 'patrão' como era conhecido no elenco, não fala da decisão contra a Vitória, na Vila, após Neymar perder pênalti. Ele elege uma vitória diante do Tricolor na semifinal do estadual:
"O gol de falta na final foi importante, mas contra o São Paulo, na Vila, aquele 3 a 0, eu joguei demais. Eu cruzei a bola e o Neymar fez um gol de peito, o Ganso marcou um gol de direita (risos). O São Paulo, não dava uma dentro, sofria muito com a gente e o time deles era muito bom. Tinha o falecido Cléber Santana, Washington e outros." declarou. 
strutura.com.br

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