EMBAIXADA RELEMBRA TÍTULO DA CONMEBOL NO PRÓXIMO SÁBADO

Publicado às 21h05 desta segunda-feira, 15 de outubro de 2018.
Recordar é viver. E o torcedor santista vai ter a oportunidade no próximo sábado (20), poder desfrutar da companhia de alguns dos ídolos de um passado recente, no período das 'vacas magras' do clube. A Embaixada do Santos de São Paulo vai reunir o elenco campeão da Copa Conmebol de 1998 e reviver a 'Batalha de Rosário', com os protagonistas desse dia histórico, num ambiente descontraído e familiar. Há 20 anos, com um time bem desfalcado, o Peixe empatou em 0 a 0, diante do Rosário Central, na casa do adversário e conquistava a competição continental.

O jejum de grandes títulos do Santos não acabou oficialmente em 1998, mas aquela temporada deu um alento à torcida do clube antes do surgimento da geração vitoriosa de 2002 que tinha Robinho e Diego. 

Há duas décadas, o Peixe era comandado por Emerson Leão, em sua primeira das três passagens como técnico do clube. Sob a batuta do treinador mais importante do alvinegro nas últimas décadas, o Glorioso da Vila bateu semifinal da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro,  título e conquistou o título da Copa Conmebol, a primeira taça internacional santista em 29 anos, a última tinha sido no distante ano de 1969.  Foi o primeiro título do clube fora do país, após o fim da era Pelé.

Para chegar até a final, a o alvinegro teve que deixar para trás os colombianos do Once Caldas, os equatorianos da LDU e o emergente Sampaio Corrêa do jovem centroavante Kléber Pereira (que depois foi Campeão Brasileiro pelo Atlético-PR em 2001 e contratado pelo Santos em 2007), que disputava a Série B do Brasileirão e se classificou para o torneio continental por ter sido campeão da Copa da Norte. 

Na grande finalíssima, uma 'casca de ferida', um time argentino, o Rosário Central, campeão três anos antes e que havia eliminado o Atlético Mineiro, o então campeão do ano anterior para novamente ir a decisão.

Claudiomiro em ação na decisão em Rosário.
No jogo de ida da final, na Vila Belmiro, deu Peixe por apenas 1 a 0, com gol do zagueiro Claudiomiro de cabeça. A vitória pelo placar mínimo, deixou sequelas. O zagueiro Jean, que foi confundido pelo árbitro com Narciso foi expulso, assim como Viola – artilheiro e destaque do time na temporada, além do comandante Leão.

Alguns torcedores do alvinegro arremessaram pedras na saída do ônibus do Rosário Central do Estádio da Vila Belmiro. Foi a senha para uma 'guerra fria' que se instalou durante os próximos 14 dias, data do jogo da volta no estádio Gigante de Arroyito, na Argentina.

Na chegada ao estádio do Rosário, o ônibus santista foi escoltado por policiais locais que disparavam tiros para o alto para dispersar quem se aproximasse. O isolamento se rompeu na saída dos atletas do ônibus, assim que o Santos chegou ao vestiário e um clima de guerra era observado pela delegação do time brasileiro.
“Eu falei que naquelas condições eu não mandaria o time a campo e que nós voltaríamos para o hotel e depois para o Brasil. Falei ao Samir (presidente do Santos a época), não vai ter jogo, vamos embora”, contou Leão. 
O treinador santista já tinha sido vítima da falta de segurança em território argentino, um ano antes. Leão foi atingido por uma barra de ferro, na final da Conmebol 1997, quando dirigiu o Atlético Mineiro que venceu Lánus. O ex-goleiro teve que passar por intervenção cirúrgica, em razão de um osso da face ter sido quebrado. A Conmebol temerosa do que poderia acontecer, permitiu que técnico santista, apesar da suspenso, ficasse no banco de reservas e comandasse a equipe para que o Santos entrasse em campo. E com 50 minutos de atraso, o manto imaculado branco santista, sob a vaia de 46 mil argentinos, entrou em campo.

O Santos não tinha Jean e Viola, suspensos. Além deles Argel, Jorginho, Ariztizabal e Lúcio todos lesionados sequer viajaram. Para piorar ainda o cenário, o atacante Alessandro Cambalhota, uma das referências técnicas daquele time jogou no sacrifício com uma lesão em uma das virilhas. 

Leão teve que se virar para escalar o time com o material humano que tinha. O Peixe não tinha nem os sete jogadores que poderiam ficar no banco e ficaram apenas três. A Conmebol não permitia que atletas juniores, que não estavam inscritos na competição, compusessem os suplentes, por isso o time tinha apenas 14 jogadores à disposição. 

Pela primeira vez naquele ano, o alvinegro jogou com três zagueiros e apenas um atacante que estava a 'meio pau'. Jogou com o regulamento embaixo do braço. FOi para garantir o empate. E como todo final feliz precisam de alguns heróis, um deles foi para o jogo. O meio-campo Fernandes que tinha jogado apenas cinco vezes naquele semestre. Ele foi o responsável por segurar a bola e fazer o tempo passar.

O outro herói da partida, já tinha feito história no rival São Paulo, como goleiro bi-campeão do Mundo 92 e 93. Faltava uma grande partida pelo Santos, clube que ele tinha desembarcado um ano antes. O camisa 1 Zetti, fez nove grandes defesas no jogo.

A grande imprensa, a mesma que diz que vale a Copa Sul-Americana para o São Paulo em 2012, não considerou um grande título santista aquele de 1998, mas o torcedor do Glorioso da Vila abraçou o time e recebeu-o na entrada da cidade com uma grande multidão, que acompanhou o caminhão do corpo de bombeiros que traziam a taça e os jogadores campeões, até a Vila Belmiro.

Quem tem no mínimo 35 anos, sabe bem o que representou aquela conquista e ao lado dos campeões poderão remorar isso, neste fim de semana, à partir das 13h, no Quintal do Espeto, na Vila Madalena - Rua Mourato Coelho, 1022 - Pinheiros, São Paulo. Os organizadores informam que o couvert artístico custa R$ 10,00 por pessoa e crianças até 12 anos não pagam.

Entre os presentes já confirmados estarão: O técnico Leão e os ex-atletas Zetti, Sandro, Narciso, Jorginho, Alessandro, Adiel, Gustavo Nery, Marcos Basílio, Eduardo Marques, Elder, Anderson Lima, Jean, Claudiomiro, Lucio, Fernando Leão, Athirson, Ronaldo Marconato, Nando e o então superintendente de Futebol Marco Aurelio Cunha. O zagueiro Argel que hoje é técnico do Coritiba, pretende dar treino pela manhã na capital paranaense e se dirigir a São Paulo para participar das festividades de 20 anos da conquista.

Jogadores comemoram o título em território argentino.
FICHA TÉCNICA:
ROSÁRIO CENTRAL 0 X 0 SANTOS
Data: 21/10/1998
Estádio Gigante de Arroyito - Rosário - ARG.
Público: 46 mil pagantes.
ROSÁRIO CENTRAL: Buljubasich; Marra (Cappelletti), Gerbaudo, Cuberas e Jara; Rivarola, Daniele, Hugo González (Equi González) e Walter Gaitán; Coronel e Macerateri (Ruiz). Técnico – Edgardo Bauza.
SANTOS – Zetti; Anderson Lima, Sandro, Claudiomiro e Athirson; Narciso, Marcos Basílio, Élder, Eduardo Marques e Fernandes (Baiano); Alessandro Cambalhota (Adiel). Técnico – Emerson Leão.

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