Publicado às 00h40 desta segunda-feira, 5 de março de 2018. |
O técnico Jair Ventura se rendeu a opinião pública lançou os meninos e se não fosse a desastrosa arbitragem de Luiz Flávio de Oliveira, o Peixe teria deixado o Pacaembu com os três pontos. Os "meninos" que amadurecem precocemente (até por necessidade) da Vila, empataram em 1 a 1, diante do SCCP, no clássico deste domingo (4). Uma festa linda no Pacaembu para mais de 34 mil pagantes e 37 mil presentes. O gol do Peixe foi de mais uma cria das categorias de base - Diogo Vitor.
Sem Gabriel Barbosa suspenso, o técnico Jair Ventura lançou Rodrygo pela primeira vez como titular e Cittadini na vaga do veterano Renato. O alvinegro alugou o meio-campo adversário durante quase 20 minutos, porém, não marcou seu gol. E como a lei do ex contra o Peixe, dificilmente deixa de acontecer, Renê Junior, volante santista em 2013, chutou, a bola caprichosamente bate na cabeça de Cittadini e impede qualquer reação de Vanderlei que vê a bola morrer no fundo da rede. No futebol não tem justiça e sim bola na rede. 0 a 1.
O time de Jair Ventura sentiu o golpe. O "menino de ouro" Rodrygo quase não recebia bolas mais, ele que começou o jogo aceso. Copete, em péssima fase, maltratava a bola com chute de três dedos saindo pela lateral e o rival que dentro da sua proposta atingia o objetivo, exagerava nas faltas até desleais, como a de Clayson em Alison e a arbitragem passivamente só advertia verbalmente, cozinhava o "Peixe" e apesar de mais posse de bola e agressividade, o alvinegro foi para o intervalo com a derrota parcial.
Veio a segunda etapa e nela uma alteração. Outro menino, Arthur, entrou bem pelo lado esquerdo do ataque e o Santos era melhor do que já tinha sido no primeiro tempo. O SCCP também teve chances de ampliar, mas esbarrava em Vanderlei, o melhor goleiro das Américas. O time mosqueteiro tinha em Rodriguinho, em ótima fase, um contra-ataque de muito perigo.
No momento em que o Santos mais atacava, deu um black-out, o quinto em oito jogos em 2018, no Pacaembu. A parte elétrica, muito envelhecida não aguenta mais. A partida ficou quase 51 minutos interrompida.
Pouco antes, Jair Ventura colocou Vitor Bueno na vaga de Vecchio. Rodrygo, ganhou de Mayckon pela esquerda e recebeu a falta. Ele sentia muitas dores. A distância parecia ser câimbras. Diogo Vitor, aquele que sumiu algumas vezes e parece ter tomado juízo, entrou na vaga do camisa 43.
Quando a partida se aproximava do fim, Vitor Bueno entrou em diagonal e lançou Jean Mota na linha de fundo pela esquerda. O ala improvisado cruzou, Sasha dividiu com Cássio e Diogo Vitor, bateu rasteiro, seco, para delírio de toda a "Nação Santista" presente ao próprio da municipalidade paulistana.
Quem achou que o jogo tinha acabado, se equivocou. Cittadini recebeu pela esquerda e Balbuena, dentro da área derruba o santista. Como a infração aconteceu, próximo da linha divisória, o irmão do ex-arbitro Paulo César de Oliveira - hoje comentarista da Rede Globo, dá a falta fora, aos 45 minutos do segundo tempo, prejudicando o Santos.
O clássico serviu para Jair Ventura ter a dimensão do que eu tenho escrito há algum tempo e a maioria da opinião pública também , incluindo o torcedor. Põe os meninos para jogar que o sofrimento será menor. O Peixe volta a campo, no meio de semana, diante do Novorizontino, em Novo Horizonte.
Antes de terminar o texto fica um alerta. O presidente José Carlos Peres precisa solicitar ao seu responsável pelo Patrimônio, para que o mesmo entre em contato com a administração do Pacaembu. O mandatário já disse publicamente que pretende realizar os jogos do time praiano na Libertadores, no estádio Paulo de Carvalho. Que se faça algum tipo de acordo para que alguma providência se tome para que novos "apagões" não aconteçam novamente no estádio mais bem localizado na capital.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 1X1 SCCP
Estádio do Pacaembu, São Paulo (SP)
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Cartões amarelos: David Braz, Diogo Vitor e Vecchio (SFC); Clayson e Gabriel (SCCP)
Público e renda: 34.448 pagantes / R$ 1.052.220,00
GOLS: Renê Júnior, aos 19'/1ºT (0-1) e Diogo Vitor, aos 41'/2ºT (1-1).
SANTOS: Vanderlei, Daniel Guedes, Lucas Veríssimo, David Braz e Jean Mota; Alison, Léo Cittadini e Vecchio (Vitor Bueno, aos 18'/2ºT) ; Rodrygo (Diogo Vitor, aos 32'/2ºT), Copete (Arthur Gomes, no intervalo) e Sasha; Técnico: Jair Ventura
SCCP: Cássio, Fagner, Balbuena, Henrique e Maycon; Gabriel e Renê Júnior; Romero, Jadson (Emerson Sheik, aos 32'/2ºT), Rodriguinho e Clayson (Júnior Dutra, aos 18'/2ºT) - Técnico: Fábio Carille.
Rodrygo pela primeira vez foi titular. Fez um ótimo primeiro tempo. |
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS:
Vanderlei: Fez uma defesa no primeiro tempo, digna da sua grandeza. Sem culpa no gol adversário, já que teve desvio. - 7,0
Daniel Guedes: Errou alguns cruzamentos, sua maior qualidade. Na marcação colocou Clayson no bolso. - 6,5
Lucas Veríssimo: Errou duas saídas de bola seguida no primeiro tempo. Depois se recuperou na partida. - 6,0
David Braz: Costuma crescer em jogos mais importantes. Fez o arroz com feijão e quando isso acontece costuma ir bem. - 6,5
Jean Mota: Não fez um bom primeiro tempo. Melhorou na segunda etapa e foi do seu pé esquerdo que saiu o cruzamento para a continuação da jogada e o gol de Diogo Vitor. - 6,0
Alison: Um Leão. Uma raça de dar gosto. Se vira sozinho na marcação no meio-campo. - 7,0
Léo Cittadini: Errou alguns passes no primeiro tempo e tinha perdido a confiança. No segundo tempo melhorou. Sofreu pênalti no último minuto, não marcado pelo árbitro que estava na frente do lance. - 6,0
Vecchio: Começou bem distribuindo o jogo. Alternou bons e outros não tão objetivos, durante a partida. Quase marcou um lindo gol de puxeta. Foi substituído. - 6,0
(Vitor Bueno): Melhorou a qualidade do passe, principalmente nos extremos, os lados do campo. Assim nasceu o gol de empate, após achar Jean Mota que cruzou. - 6,5
Rodrygo: Em seu primeiro jogo de titular, começou muito bem, com dribles rápidos e até um chapéu. Depois, num recebeu uma bola em condições de encarar o adversário.Jogador diferenciado. Se pegar uma sequência, não sai mais do time.- 7,0
(Diogo Vitor): Além de talentoso, goza de uma estrela maior que ele. Jogou apenas 15 minutos (incluindo os acréscimos) e tempo suficiente para igualar o placar. Outro que precisa ser mais utilizado. - 7,5
Copete: Errou tudo que tentou. Sou um dos maiores defensores de sua capacidade tática, ajuda na marcação, além do faro de artilheiro que sumiu esse ano, mas está difícil defender o colombiano que tem se atrapalhado muito com a bola, há alguns jogos. - 4,0
(Arthur): Se em outros jogos foi mais discreto, outro menino revelado na base, deu um calor no ala Fagner, de Seleção Brasileira. Entrou bem demais. - 6,5
Sasha: O gaúcho que é ótima figura no ataque, fez sua pior partida desde que chegou com a camisa do Santos. Ainda assim, atrapalha Cássio, no lance do gol de empate. - 5,5
Técnico: Jair Ventura: O time não foi reativo como nas outras partidas. Ainda assim, o meio-campo santista não conseguia tomar a bola no bom toque do SCCP. No segundo tempo, foi feliz nas alterações. Se na quinta-feira passada , na Libertadores, errou em todas, dessa vez acertou nas três. - 6,0