Publicado às 22h22 desta quarta-feira, 20 de abril de 2016. |
O Conselho Fiscal do Santos enviou aos conselheiros na tarde desta quarta-feira (20), os pareceres com as demostrações contábeis acompanhado do relatório dos auditores feito pela empresa “Macso Legate". O CF sugere a reprovação das contas do primeiro ano da gestão presidida por Modesto Roma Jr, em 2015.
O Blog do ADEMIR QUINTINO teve acesso ao parecer enviado aos conselheiros. Entre as irregularidades apontadas está que em Janeiro do ano passado, o clube adquiriu um empréstimo de R$ 4,5 milhões para comprar de volta os direitos econômicos do volante Alison a ser pago em cinco dias, caso contrário ocorreria, como de fato aconteceu multas, juros, correção, taxas etc. Como não pagaram até a presente data o valor atualizado é de mais de R$ 7,5 milhões, sendo assim um valor de acréscimo de 57% em 14 meses.
Outro apontamento cita as antecipações de receitas, Ocorreram em 2015, antecipação do Campeonato Paulista de 2016, junto a Federação Paulista de Futebol, no valor total de R$ 6.725 milhões, onde o clube pagará R$ 7.17 milhões para receber R$ 5.57 milhões, em seis meses de empréstimo. Existe também uma receita contabilizada em cotas de TV de R$ 19.8 milhões, informada como “bônus sobre transmissão de TV do Campeonato Paulista - temporadas 2016, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021”. Porém, nos documentos apresentados, a rubrica é a de antecipação. O Conselho Fiscal, até o final de 2015, não havia sido informado da existência dessas antecipações ou “bônus” que está em total desacordo com o que determina o artigo 91 do Estatuto Social.
O artigo 91 do Estatuto do clube, diz que “o Comitê de Gestão não poderá antecipar, nem comprometer as receitas ordinárias ou extraordinárias do Santos, por período superior ao do seu mandato, em benefício de sua gestão (…), sem prévia autorização do Conselho Deliberativo, mediante parecer do Conselho Fiscal, sendo ineficaz o ato em contrário”.
O CF também cita o pagamento de intermediação a agentes e empresários sem que eles tivesses prestados quaisquer serviços. O relatório aponta pagamentos de quase R$ 4 milhões de comissão pelas renovações de jogadores que já estavam no clube, como Caju, Victor Ferraz, David Braz e Ricardo Oliveira. Sem deixar explícito de qual atleta se tratava versa a seguinte frase sobre o assunto no documento de 15 páginas:
"Conforme ocorrido onde o próprio atleta se recusa a assinar o contrato de Intermediação por não reconhecer esse serviço prestado pelo intermediário"
O parecer do Conselho Fiscal assinado pelos membros do CF - Antonio Gonçalves Neto - presidente, Celso Leite, relator, e pelos membros Dagoberto Cipriano de Jesus Oliva, José Carlos de Oliveira e Sylvio Affonso Moita Figo e será votado no Conselho Deliberativo do clube, na próxima quarta-feira (27).