RESERVA NA BASE, DEPRESSÃO, SELEÇÃO BRASILEIRA E TÍTULOS

Publicado às 00h10 desta quarta-feira, 15 de abril de 2020.
O ex-meia e hoje técnico de futebol Robert, participou de uma live conosco em uma rede social. Campeão Brasileiro pelo Santos em 2002 e vice em outra duas oportunidades - com o Peixe em 95 e com o Atlético-MG em 99, o ex-atleta relembrou durante quase uma hora os louros de uma carreira vitoriosa, mas que teve alguns dissabores. 

O antigo camisa 11 da Vila falou das frustrações das perdas dos títulos estaduais em 2000 e 2001, além do vice-brasileiro 'garfado' de 1995. Ele classificou o gol na semifinal contra o rival Corinthians como a mais dolorida:
Em 2001 foi muito frustrante. Fizemos uma campanha espetacular, tínhamos um timaço. Muito jogador experiente que ganhava bem e tiveram que sair para o ano seguinte. Se a gente fosse para a final e ganhasse aquele título, chegaríamos voando em 2002 com esses meninos subindo também. Foi uma pena não ter sido campeão, porque era um time que merecia demais. Doeu muito aquele gol do Ricardinho” garantiu Robert.
O atleta revelado no Rio de Janeiro, mas que brilhou boa parte parte da carreira no futebol paulista contou como parou em Vila Belmiro em 95 até chegar a Seleção em 2001:

Robert na Seleção Brasileira em 2001
"Joguei no time do Romário quando era pequeno. Me convidaram para fazer um teste no Olaria e eu fui na hora. Eu passei, mas me arrependi porque queria começar de um time grande. Fui até o Vasco e nem me deixaram fazer peneira, então fiquei no Olaria mesmo e sempre como reserva (risos), Mas eu sempre me dediquei fisicamente até que um dia treinou nos profissionais de lateral-esquerdo, já que o titular tava machucado. Marquei um gol de falta sem querer (risos), Depois fiquei de meia-esquerda e num jogo que o Guarani veio ver o Djalminha eu acabei indo junto para o Guarani porque tive ótima atuação contra o Flamengo. Depois fui emprestado ao Rio branco e sempre jogava bem contra o Santos, logo me contrataram e anos depois fui para a Seleção. A realização de um sonho". afirmou.

A perda do brasileiro com erro de arbitragem e a conquista do Rio São Paulo e Robert deixava o Peixe. Mas o maior adversário estava por vir - a depressão:
A depressão começou em 1996, pelo Santos. Eu estava com problemas psicológicos, não estava bem espiritualmente, e o time também não estava bem. Naquela época, eu não estava firme, e a insegurança profissional começou a minar minha mente e meus sentimentos.O time quase foi para a segunda divisão, e aquilo foi me deixando triste. Quando o ano virou, deu uma aliviada.
O jogador deu detalhes de como a doença o atingiu:
"O Luxemburgo chegou e começou a formar um time melhor, fomos campeões do Rio São Paulo, mas a depressão não foi tratada e ficou escondida dentro de mim. Meu filho nasceu, e eu parecia mais feliz, mas ainda estava doente. Quando fui vendido para o Grêmio, na minha estreia, fui subir de cabeça e quando desci, meu joelho torceu e rompeu os ligamentos. Aí a depressão voltou com tudo. Achei que minha carreira tinha acabado ali. Foi muito difícil, foi grave, mas sei que fui curado. Cheguei a ser internado para cuidar da cabeça” revelou Robert
Evangélico assumido, Robert disse que mais que os medicamentos, a fé no pai celestial o fez voltar ao normal até chegar ao Atlético-MG em 99:
"A depressão é uma coisa que não existe e que nós seres humanos na fraqueza, damos força e ela se agiganta. Eu já era evangélico, mas muito relapso, quando levei a sério, mesmo, Deus me tirou dessa." disse.
De volta ao Peixe em 2000, após o vice brasileiro pelo Galo, Robert foi eleito o melhor do estadual no ano seguinte, mas foi emprestado ao São Caetano. Voltou para ser campeão brasileiro. Com o surgimento de Diego virou reserva. Mas o destino dele estava traçado para jogar a grande decisão do Brasileiro de 2002:

Robert em ação pelo Peixe em 2002
 "Ninguém sabia quem jogaria. Com o Diego como dúvida, ele foi poupado a semana toda. Jogou demais em todos os jogos do mata-mata. A única certeza era o terceiro cartão amarelo do Alberto. Na minha cabeça, o Leão ia me colocar e deixar o Diego avançado. Mas ele colocou o William, como você diz espetado (risos). Fiquei doente de raiva do Leão. Quando o Diego machucou, eu dei um pulo no banco, já coloquei a mão no ombro dele e comecei a alongar. Sabia que o Diego não era de dar 'migué' (risos)” contou.

Aposentado dos gramados, Robert busca o mesmo sucesso nos campos, agora de treinador. Ele já realizou alguns trabalhos principalmente no Mato Grosso:
"Agora tem surgido convites para trabalhar em outros Estados, como Goiás e Mato Grosso do Sul, mas estou aproveitando essa parada para avaliar direitinho. Tinha um curso na Espanha para realizar, mas a pandemia me atrapalhou” disse o ex-jogador.
No fim da entrevista qual foi o jogador que tecnicamente era o melhor com quem jogou, Robert desconversou:
"Joguei com Romário, Giovanni, Djalminha e Robinho. Como vou escolher um só. Não dá (risos)" 
strutura.com.br

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