ALISON: "EU VOU VOLTAR, PRECISO JOGAR. TIREI FORÇAS DE ONDE NÃO TINHA"

Publicado às 22h22 desta terça-feira, 24 de setembro de 2019.
Você pode gostar ou não do futebol de Alison, volante  titular do meio-campo santista do técnico Jorge Sampaoli, mas de fato, independente se aprecia ou não da qualidade do jogador, tenho a convicção que todos os santistas o respeitam. 

O camisa 5 do Peixe deu entrevista ao no meu canal no YouTube - "Pronto, eu Falei" nesta terça-feira (24). O 'raçudo' jogador revelou na entrevista exclusiva há pouco, que jogou um clássico diante do São Paulo, em fevereiro de 2015 - terminou 0 a 0, rompeu  o ligamento cruzado e mesmo contra vontade dos médicos, voltou para o jogo após ser atendido no intervalo.

O 'Menino da Vila' que chegou ao clube com apenas 11 anos era meio-campista armador. No seu primeiro minuto como titular do time profissional, rompeu o ligamento cruzado e nem os pais sabiam que ele estava jogando, porque o jovem de 18 anos a época, não disse a ninguém.
"Muricy (técnico) não tinha definido o time titular. Após o treino, ele me chamou e disse que jogaria, na véspera do jogo (contra o Cruzeiro - 11/9/2011). Eu sou um cara muito calado e essa notícia que eu seria titular eu só disse a um amigo. Nem para minha mãe e pro meu pai, eu disse. Pedi para eles virem assistir para fazer uma surpresa. E no dia do jogo com menos de um minuto, o goleiro deles lançou e eu subi para cabecear e não alcancei a bola. Como estava muito ansioso, querendo mostrar serviço, na minha cabeça eu ia aterrizar, girar e correr atrás da bola. Nessa, eu fiz o movimento para fora, meu pé ficou preso e rompeu. Minha mãe tava chegando ao estádio e soube ao perguntar a um torcedor que estava com um rádio de pilha e o rapaz disse - tão dizendo que ele rompeu o ligamento de um dos joelhos" relembra o pitbull da Vila.
Alison veio de Mongaguá, cidade do litoral paulista. O jogador relembra que os dois primeiros anos de Santos não podia ficar no alojamento e ia e voltava para sua cidade. Andava quilômetros para pagar a condução e mal tinha tempo de comer, em razão dos horários escassos da condução para a Vila Belmiro, associado ao ensino escolar.

Quando se recuperou em poucos meses após a primeira lesão no joelho, o jogador teve outro dissabor. Quando voltou aos treinos, sentiu muitas dores e teve que fazer outra cirurgia, porém, mais leve, apenas corretiva e em dezembro de 2012, após muita fisioterapia, ele estava a disposição do elenco, mas guerreiro e batalhador como sempre foi, viu na Copa São Paulo do ano seguinte, que inciava no começo da temporada, que poderia aproveitar a chance e demonstrar seu valor. Ele foi um dos titulares na campanha da terceira Copinha da história do clube - algo que o alvinegro não conquistava há 29 anos. 
"Depois de um ano e quatro meses, eu retornei. Eu quero jogar e tinha trabalhado com o Claudinei Oliveira (técnico) no sub-17 e ele foi muito honesto comigo. Ele disse que eu seria importante, mas disse que já estava trabalhando os meninos há algum tempo (haviam acabado de conquistar o estadual sub-20) e falou que me ia me inscrever, mas não garantia a titularidade. O primeiro jogo fui reserva, entrei no segundo e na final, tinha cinco jogadores para quatro posições no meio- campo - Eu, Leandrinho, Lucas Octávio, Pedro Castro e o Cittadini e o Claudinei me disse que estava pensando em me colocar na lateral e eu só respondi - eu quero jogar e assim virei o ala pela direita, na decisão contra o Goiás."
Alison foi emprestado ao Red Bull em 2017 e voltou após o estadual.
Alison virou titular do time de cima, logo após a Copinha, principalmente com a efetivação de Claudinei Oliveira no time principal. O jogador virou homem de confiança na reconstrução da equipe após a saída de Neymar para o Barcelona e o clube terminou a competição na 7a. colocação.
"Vou te contar um episódio que não contei a ninguém. Nesse jogo com cinco minutos, eu escorreguei e o joelho ficou preso no gramado e ali eu senti que tinha estourado. Aguentei o primeiro tempo e corri para o vestiário no intervalo. O médico me examinou e disse, rompeu o seu cruzado e você vai precisar sair do jogo. Eu falei, não, eu vou voltar, preciso jogar. Coloquei as chuteiras  , mesmo com muitas dores , tirei forças de onde não tinha e terminei a partida. O ano praticamente foi perdido, voltei apenas no fim da temporada." revelou Alison.
O incansável jogador santista não fugiu de resposta nenhuma durante o programa. Indagado se sentia injustiçado após seu regresso de empréstimo ao Red Bull, que tem muitos dificuldades de passe, o meio-campista disse que não se considera perseguido.
"Não acredito nisso (perseguição). A minha ida ao Red Bull me ajudou muito, amadureci. Sou nascido e criado no Santos, nunca tinha vestido outra camisa foi algo novo para mim. Voltei e quando o Elano assumiu, eu voltei a ter chances. Nesse crescimento que eu tive, não creio que seja na entrega da Bola e sim como o Sampaoli fala, na minha maior participação no jogo. Eu participava muito pouco da transição ofensiva e era mais presente na recomposição e participação defensiva. A cobrança maior que eu me faço e na participação ofensiva. Eu cresci muito, continuo crescendo, mas quero crescer muito mais".
Durante 40 minutos de entrevista falou de tudo de 15 anos que está no Santos.
O jogador acredita que o Santos possa crescer novamente no Brasileiro. 
"A nossa proposta de jogo sempre foi, desde que o Samapoli assumiu, ter muita agressividade na marcação. Uma cosia que muda muito é a dificuldade dos jogos. No Brasileiro são adversários que a dificuldade aumenta e isso não muda nossa maneira de jogar. Porém, às vezes, em alguns jogos é complicado colocar a marcação intensa alta. Fizemos um primeiro turno ótimo, mas acontece em um campeonato longo essa oscilação. Mas se quisermos ser campeão, precisamos evitar o máximo perder pontos dentro de casa. Estamos incomodados com essa situação momentânea de nos últimos três jogos na Vila, não vencemos.A torcida pode ter ciência que nosso pensamento segue sendo o título"

Alison foi pra cima do amigo Gabriel Barbosa.
Alison já foi bi-campeão Paulista, mas não como titular. Ele revela que o seu grande sonho. Ele tem contrato até 2022. O jogador contou o que disse ao seu amigo Gabriel Barbosa e quem afirma ser amigo pessoal, mas durante o jogo, pegou no uniforme do ex-companheiro de clube e soltou alguns impropérios.
"Chamei ele de canto e disse. Tu é moleque. Para...Sai daqui, vamos jogar bola... Depois do jogo, a gente conversou, mas como você falou, durante a partida ele defende a equipe dele e eu a minha",contou Alison.
Por fim, Alison ficou feliz de eu ter lembrado dos gols que ele fez contra Flamengo e São Paulo, em 2017. O jogador explicou que sua maior preocupação efetivamente é com a parte defensiva.
"Você Lembra (dos gols)? Tem gente que não lembra. O Sampaoli pede para eu participar do jogo ofensivo, mas sou um dos caras junto com os zagueiros, quando nós estamos atacando, tenho que estar ligado o tempo todo na transição para o ataque do adversário, então acabo tendo poucas chances de finalizar. Mas se sobrar alguma bola para eu chutar, quem sabe?"  contou.
Com oito anos no profissional santista, Alison tem 195 jogos e quatro gols com o manto alvinegro. Em 2019, já foram 30 partidas com um gol e três assistências. No Brasileirão, ele jogou metade dos jogos do Peixe este ano - 10.

Quem quiser ver a entrevista, segue o link da mesma. Aproveite e se inscreva no canal: https://www.youtube.com/watch?v=9t_ArVOVx30

strutura.com.br

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