ESTAGNADO

Publicado às 22h15 deste domingo, 20 de Maio de 2018.
Pelo quinto jogo consecutivo fora de casa, o Santos voltou a perder. Desta vez, no clássico para o São Paulo em partida válida pela sexta rodada do Brasileirão 2018. O único gol da partida foi de Diego Souza.

O técnico Jair Ventura mexeu na equipe. Após longo tempo ausente, em razão de problemas musculares, Renato reapareceu no meio campo na vaga de Jean Mota. Os titulares poupados na derrota em Lucas de Rio Verde, na Copa do Brasil, retornaram ao time.

Estive no Morumbi. Não a trabalho, pois como a grande maioria deve saber, não estou em rádio e fui com familiares acompanhar a partida e torcer discretamente, já que era jogo de torcida única, na casa do mandante. 

Novamente, desde o primeiro minuto, Peixe jogou atrás da linha da bola, na tentativa de puxar um contra-ataque, algo que não aconteceu de forma efetiva nos primeiros 45 minutos. Sidão, goleiro tricolor, foi mero expectador. 

O São Paulo podia ter ido para o vestiário com uma vantagem parcial significativa, se tivesse mais qualidade na finalização.

Veio a segunda etapa e o Santos com uma linha defensiva um pouco mais a frente, não sofria tantos riscos, mas a postura de deixar a bola com o adversário permanecia. 

Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura e furou. Everton cruzou da esquerda e Diego Souza, que tinha perdido inúmeras oportunidades, se antecipou a David Braz e marcou o único gol do jogo.

Somente após sofrer o revés, que o alvinegro tentou propor algo. Teve duas chances, uma que passou a frente da pequena área, mas ninguém chegou a tempo para concluir e outra com Dodô, nos minutos finais. 

Foi a décima primeira derrota na temporada, em 28 jogos. O Peixe, ao lado do Vitória e Vasco são os times de série A que mais perderam em 2018, sendo que os cruz-maltinos e o rubro-negro baiano atuaram mais, 30 e 34  jogos ,respectivamente. Em 2016, o alvinegro foi o time que menos perdeu (12). Em 2017, o terceiro que menos perdeu - foram 19.

O fato da derrota no clássico é aceitável, o que me incomoda, particularmente, é a forma de se limitar a defender e tentar apenas a contra-atacar. Nem vou citar o mantra do DNA ofensivo, porém, se o elenco não é nenhum supra-sumo, tem carências no meio-campo, também não é pior do que metade dos elencos dos outros times da série A.

Que a gestão assumiu muitas "bombas" de herança é fato, além dos cofres vazios, porem, todos os candidatos sabiam da situação periclitante que o clube se encontra. 

O time só foi reforçado com três jogadores, todos por empréstimos (Sasha veio em definitivo após acerto com o Inter em troca por Zeca). O comandante técnico dirige o time como se fosse o Botafogo, e o Peixe não é o alvinegro da estrela solitária. Alguns jogadores também estão devendo futebol. Essa equação resulta nesse momento muito ruim, antes da pausa para o Mundial de seleções na Rússia.

Serei injusto se apenas responsabilizar o treinador. Ele tem grande parcela, mas não é somente do comandante técnico. 

Na próxima quinta-feira (24), o Santos busca garantir o primeiro lugar no seu grupo diante do Garcilaço-PER. Uma vitória simples é o suficiente. Pelo Brasileiro, o Peixe volta campo no dia 27, domingo que vem, no Pacaembu, diante do Cruzeiro. 

Como não existe nada tão ruim que não possa piorar, o volante Alison saiu direto do Morumbi para o hospital. O jogador teve um entorse no joelho e existe uma preocupação grande pois o atleta já teve cirurgia no local. O jogador deve realizar exame de ressonância magnética em uma clínica na manhã desta segunda-feira (21), para avaliar o quadro.

Apesar da classificação em todas as competições (Copa do Brasil e Libertadores), o time não encaixa e segue sob desconfiança de todos.

O Santos termina a rodada apenas um ponto a frente da zona de rebaixamento, mas com um jogo da terceira rodada diante do Vasco-RJ, a menos.

FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 1 X 0 SANTOS
Estádio do Morumbi, São Paulo
Árbitro: Braulio da Silva Machado (SC)
Público/renda: 40.465 pagantes/R$ 954.725,00
Cartões amarelos: Hudson, Reinaldo e Militão (SP), David Braz e Yuri Alberto (SFC)
Cartões vermelhos: Anderson Martins, aos 46'/2ºT (SP)
GOL: Diego Souza (10'/2ºT) (1-0)
SÃO PAULO: Sidão; Militão, Anderson Martins, Bruno Alves e Reinaldo (Edimar, 30'/2ºT); Jucilei, Hudson e Nenê; Marcos Guilherme, Éverton (Liziero, aos 34'/2ºT) e Diego Souza (Tréllez, aos 24'/2ºT). Técnico: Diego Aguirre.
SANTOS: Vanderlei; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, David Braz e Dodô; Alison (Jean Mota, 16'/2ºT), Renato e Vitor Bueno (Yuri Alberto, aos 26'/2ºT); Gabriel Barbosa, Rodrygo e Sasha (Copete, aos 30'/2ºT). Técnico: Jair Ventura.

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS
Vanderlei: Sem culpa no gol sofrido. Fez algumas boas defesas durante a partida. - 5,5
Victor Ferraz: Apesar do cruzamento de Everton ter saído pelo seu setor, a bola estava de frente para o zagueiro David Braz. Foi o único jogador do time que a bola não queimou na primeira etapa. Deu a assistência para o gol de empate, perdido por Dodô. - 6,0
Lucas Veríssimo: Não comprometeu. Como costuma dizer o amigo Alan Otacílio, o arroz com feijão bem temperado. - 5,5
David Braz: Mesmo de frente, não conseguiu se antecipar a Diego Souza, no momento do gol. Não repete o bom ano de 2017.Voltou de lesão após três jogos ausentes. - 4,5
Dodô: Nas poucas chances em que o time teve, ele deu início. Tem muita técnica. Perdeu um gol incrível. - 5,5
Alison: Preocupa a lesão no joelho. Sobrecarregado na função. - 5,5
(Jean Mota): Mesmo não sendo um jogador de qualidade técnica diferenciada, entrou muito bem no jogo. Trocou passes e deu uma bela finalização. - 6,0
Renato: Fazia uma partida satisfatória, mas errou o passe que resultou no gol do adversário. A qualidade do meia é indiscutível. A intensidade, em razão da sua longa carreira, é. - 5,0
Vitor Bueno: Perdeu três bolas no começo da partida e parece ter perdido a confiança. Tem futebol, mas não repete a ótima temporada de 2016. - 4,5
(Yuri Alberto): Entrou ligado no jogo. Quase empatou a partida ao dividir com Sidão e mandar a bola para a pequena área. - 6,0
Gabriel Barbosa: Mesmo não finalizado, creio que foi a partida mais participativa do camisa 10, principalmente no terço final. - 5,5
Rodrygo: O único que ainda tenta algo no um contra um. Levou a melhor em alguns momentos nas jogadas laterais. Ainda leva a pior nas divididas, em razão do corpo de passeio. - 6,5
Sasha: Com a mudança no esquema, ele saiu da ala para jogar de centroavante e acaba aparecendo menos. Deu uma bicicleta no começo do jogo e depois foi discreto. - 5,5
(Copete): Entrou e quase não apareceu no jogo. Longe do jogador decisivo de 2016 e participativo de 2017. - 5,0
Técnico: Jair Ventura: O time não tem outro esquema a não ser o de se defender e explorar o contra-ataque, quando consegue. As linhas do Santos são distantes. Pra não dizer que não falei das flores, falta melhor material humano ao comandante técnico, entretanto, vejo outros times, como o Fluminense, por exemplo, com problemas gritantes no elenco e Abelão tem se virado. Não me agradaram os argumentos apresentados pelo treinador na entrevista coletiva. - 4,0

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