CLUBE GRANDE E DE TRADIÇÃO NÃO PODE PERDER DE CINCO

Publicado ás 23h32 deste domingo, 6 de Maio de 2018.
O Santos sofreu sua terceira derrota consecutiva na temporada. Depois de ser derrotado na Bahia há duas semanas, perdeu em Montevidéu-URU, na última terça-feira e na noite deste domingo (6) levou uma sonora goleada por 5 a 1 para o Grêmio, em Porto Alegre. Foi o maior revés do time praiano em sua história para o tricolor gaúcho.

Com Sasha de volta ao ataque, com o tornozelo recuperado, o Peixe limitou-se desde o primeiro minuto a apenas se defender. Aliás, apesar do técnico Jair Ventura ter dito em seus primeiros dias de clube, que era impossível abdicar do DNA ofensivo, presente em 106 anos de clube, o Santos tem tido um único padrão, o de se limitar apenas a jogar fechado e aguardar uma bola ou outra para o jovem Rodrygo resolver lá na frente. E detalhe, este jogador só assumiu a titularidade há poucas rodadas do fim da fase de classificação do Paulistão. 

É um sofrimento a cada rodada. E essa forma de jogar até funciona com equipes de quilate igual ou inferior, mas com um adversário que vive um brilhante momento técnico, parecia ser questão de tempo para uma tragédia anunciada. 

O alvinegro terminou a primeira etapa com um chute a meta de Marcelo Grohe. Sorte que desviou no zagueiro Kannemann e proporcionou o único gol santista na partida. O Peixe foi para o vestiário com a derrota parcial por 2 a 1. Mas o pior, estava por vir: o segundo tempo.

Na etapa complementar, a atitude não mudou e o 'baile' gremista seguiu. Parecia gol-caixote. E quando ainda restavam dez minutos o time do Sul já tinha chegado nos 5 a 1. É duro dizer, mas os gaúchos tiraram o pé, porque poderia ser pior. 

Mais do que a derrota, que se fosse por um placar apertado, seria compreensível, porque o adversário tecnicamente é superior, o que mais preocupa e incomoda é a postura. Parecia uma inversão de valores históricos. O Grêmio que sempre explorou os contra-ataques, características do futebol gaúcho em décadas passadas, colocando a bola no chão, agredindo o adversário e com fome de bola. Já o Santos passível, e quando retomava a bola, não sabia o que fazer com a mesma. Antes do término do jogo, ainda deu tempo para o goleiro Vanderlei e o volante Alison se agredirem verbalmente dentro do gramado.

Não quero tirar os méritos do Grêmio, mais a apatia e a forma com que o time foi agredido é incomum. Apesar de um jogo a menos em relação aos concorrentes, a equipe da baixada amarga a 16a. colocação, a última, antes da zona do rebaixamento.

Nesta segunda-feira (7), haverá reunião do Comitê de Gestão. Eu, particularmente, espero que decisões enérgicas sejam realizadas por aqueles que assumiram o clube há alguns meses. Que o mesmo choque de gestão dado para as mudanças administrativas, sejam empregadas no departamento de futebol.

Nos últimos anos, as derrotas mais acachapantes que o time sofreu foram em 2013 de 8 para o Barcelona e duas de 4 para Penapolense e Goiás, em 2014 e 2015, respectivamente. Levar de cinco não é normal e o problema não é só o meia que foi prometido e não chegou. Vai muito mais além. Assim, como a culpa não é apenas do treinador, mesmo com uma parcela significativa de tudo que acontece neste instante ser dele, sim, principalmente no quesito forma de jogar.

Na quinta-feira (10), na Vila, o time estreia na Copa do Brasil, nas oitavas de finais, diante do Luverdense-MT. Pelo Brasileiro, no domingo seguinte enfrenta o Paraná no mesmo local.

FICHA TÉCNICA
GRÊMIO-RS 5 X 1 SANTOS
Arena do Grêmio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Pericles Bassols Pegado Cortez (PE)
Público/renda: 25.779 pagantes/R$ 822.966
Cartões amarelos: Dodô, Lucas Veríssimo e Alison (SAN); Ramiro (GRE)
Gols: Maicon (30’/1ºT) (1-0), Jean Mota (32’/1ºT) (1-1), 
Everton (46’/1ºT) (2-1), Maicon (9’/2ºT) (3-1), André (24’/2ºT) (4-1), Arthur (34’/2ºT) (5-1)
GRÊMIO-RS: Marcelo Grohe; Léo Moura (Madson, aos 35'/2ºT), Geromel, Kannemann e Bruno Cortez (Marcelo Oliveira, aos 30'/2ºT); Maicon, Arthur, Ramiro, Luan e Everton; André (Jael, aos 25'/2ºT). Técnico: Renato Gaúcho.
SANTOS: Vanderlei; Daniel Guedes, Lucas Veríssimo, David Braz e Dodô; Alison, Jean Mota, Cittadini (Copete, aos 11'/2ºT), Sasha e Rodrygo (Vitor Bueno, aos 36'/2ºT); Gabriel Barbosa (Arthur, aos 27'/2ºT). Técnico: Jair Ventura.


Rodrygo começou a jogada do gol santista. Em 2002,Robinho tinha Diego e em 2010,Neymar tinha PH.E o crioulo?

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS
Vanderlei: Levou cinco e fez duas defesas que poderiam aumentar ainda o placar. Nenhuma culpa nos gols. Tentou fazer cera com 20 minutos de jogo. - 5,0
Daniel Guedes: Foi envolvido na troca de posição entre Luan e Everton. Perdeu uma chance de diminuir o placar e em seguida, o Santos tomou o quinto. - 3,5
Lucas Veríssimo: Alguns lampejos. Também não conseguiu evitar o bombardeio de finalizações gremistas. - 3,5
David Braz: O texto que acabei de escrever para seu companheiro de zaga serve para o quarto-zagueiro. - 3,5
Dodô: Até começou bem o jogo, mas parece ter sido contagiado pela má performance de seus companheiros. Até passes, algo incomum, ele errou. - 4,0
Alison: O maior sacrificado do esquema tático não conseguiu sozinho frear as constantes trocas de posições do meio-campo do Grêmio e muito menos os avanços dos volantes. - 4,0
Jean Mota: Apareceu apenas no gol que marcou e teve a colaboração do zagueiro gringo gremista que tocou na bola. Não conseguiu ser o coordenador, tampouco segurar a bola quando o Santos roubava. - 4,0
Cittadini: Mais um que foi envolvido pelo bom toque gremista. Não conseguiu colaborar na marcação e muito menos na armação. - 3,5
(Copete): Nada acrescentou. Nem na marcação, sua grande qualidade de jogador tático. - 4,0
Sasha: Longe de ter tido a volta dos sonhos, após três jogos fora. Ficou mais de assistente de lateral e algumas vezes se posicionou até de volante. Mais um sacrificado no esquema que privilegia apenas a defesa. - 4,0
Rodrygo: Começou bem o jogo, dando outra caneta, desta vez em Ramiro. Fez grande jogada no gol santista e depois desapareceu junto com o time. O único que ainda cria algo diferente quando a bola chega. Robinho teve Diego em 2002; Neymar teve PH Ganso e o Rodrygo tem quem?- 5,0
(Vitor Bueno): Entrou com o jogo decidido. - SEM NOTA
Gabriel Barbosa: Não vem bem e até o momento não justificou o investimento para a sua volta feito pelo clube. Nessa partida especificamente, a bola quase não chegou no camisa 10 e as que ele teve em seus pés, não evoluíram. Finalmente foi substituído durante o jogo, algo que não havia acontecido. - 3,5
(Arthur, aos 27'/2ºT): Quando entrou a casa já tava escancarada. Pouco podia fazer. - 4,5
Técnico: Jair Ventura: Não aceito o esquema de apenas se defender e jogar por uma bola. As alterações que realizou não surtiram efeito e até abriram ainda mais o meio-campo. Blefou quando disse que não abdicaria do DNA ofensivo, assim que assumiu o time. Também não é menos verdade que faltam peças em algumas posições. A equipe é apenas reativa e nos últimos três jogos, nem isso. - 3,0

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