O ANO DO PEIXE E A SELEÇÃO DO CAMPEONATO

Publicado ás 14h12 deste sábado, 10 de dezembro de 2016.
Neste fim de semana, o Campeonato Brasileiro chega ao fim. O Santos enfrenta o América, na Vila Belmiro, às 17h, neste domingo (11), em busca de retomar a vice-liderança, o que lhe proporcionará R$ 3,4 milhões a mais em seus cofres já que a premiação para o segundo lugar é mais de R$ 10 milhões, enquanto o terceiro só fica com pouco mais de R$ 7 milhões. 

Mas este post não tem o objetivo de falar sobre o último jogo da temporada do alvinegro e sim, da temporada do clube e a seleção do campeonato. 

Começo pelo último. Não sou o dono da verdade e não tenho a pretensão de que a minha opinião será uma unanimidade aos leitores que acompanham esse blog. Nada mais é do que o meu ponto de vista pelo que acompanhei durante o campeonato. 

Opinião é igual roupa intima. Cada um tem a sua.

Vanderlei: O goleiro santista foi responsável direto por muitos pontos conquistados pelo Peixe ao longo da campanha. Foi fundamental no Rio de Janeiro diante do Botafogo e Chapecoense, no Sul do país, só para lembrar de brilhantes sequências de defesa em que o discreto arqueiro fez em 2016. Outros destaques na mesma posição foram o falecido Danilo (Chapecoense) e Sidão (Botafogo-RJ) que tiveram boas partidas, mas não a mesma regularidade do goleiro santista.

Victor Ferraz: O país vive uma carência na posição, há algum tempo. São poucos os laterais que tem condições de servir a seleção. Nos anos 80, o titular absoluto do Brasil era Leandro, depois Josimar. Nos anos 90, Jorginho, em 2002 Cafu, depois Maicon e Daniel Alves. Veja que a qualidade técnica veio caindo. O camisa 4 do Santos foi o mais regular da competição nacional. Oscilou em um período curto, mas depois, voltou a atuar com consistência. Apóia bastante e dono da jogada mais forte do Santos nas tabelas com Lucas Lima. Não é tão forte na marcação como Fagner do SCCP, por exemplo e prefere as assistências no chão do que cruzamentos. Outro ala que foi bem foi Jean do Palmeiras que jogou improvisado no setor. Fagner caiu de rendimento junto com sua equipe.

Mina: Ótimo no jogo aéreo, não tem a mesma qualidade no chão. Fez ótimo campeonato. Pedro Geromel do Grêmio tem mais técnica do que o Palmeirense, mas o colombiano foi mais decisivo. 

Luís Felipe: Vinha em momento maravilhoso. Foi o defensor que mais me agradou, no Brasil, em 2016. Cresceu demais. Foi um pecado a sua contusão. Tem ótima saída de bola. Destaco o seu companheiro de defesa Gustavo Henrique que infelizmente também rompeu o ligamento cruzado. Aliás, o camisa 6 revelado na Vila é quarto-zagueiro de ofício (atua mais pela esquerda). 

Zeca: Junto com Jorge representam o que tem de melhor no país e a renovação na ala esquerda.  O Flamenguista começou melhor o brasileiro, mas ao longo da competição, Zeca foi mais estável e não oscilou tanto. O camisa 37 do Peixe, melhorou bastante na marcação e principalmente no chute fora da área que resultou até em gols contra Santa Cruz, Grêmio e Botafogo-RJ. 

Renato: Não tem um poder de marcação forte como o palmeirense Tche-Tche, outro que foi muito bem. Mas com a bola no chão, nenhum volante jogou tão bem como o veterano santista. Neste fim de semana, vai completar o campeonato e atuado em todas as rodadas. Jogou quase como terceiro zagueiro e responsável por dar qualidade na saída de bola. Apesar de eu particularmente não gostar do seu estilo, William Arão do Flamengo, também fez bom campeonato. 

Moisés: Fez um campeonato regular e teve até algumas atuações brilhantes, superando a sua capacidade. Ditou o ritmo no setor do time alviverde. Sem concorrente como segundo volante, tamanha a sua superioridade, este ano. Thiago Maia demorou a voltar no ritmo que estava antes da olimpíada, mas joga muito.

Dudu: Pensei bastante para decidir quem foi melhor no Brasileiro. O camisa 7 do Palmeiras ou Diego? Sem medo de errar, o Flamenguista é mais jogador, porém, Dudu foi peça importante na conquista do título do time de Palestra Itália. Se o Flamengo cresceu, assim que Diego chegou, Dudu foi mais regular. Camilo do Botafogo também merece ser destacado.

Robinho: O rei das pedaladas perdeu os quatro títulos que disputou pelo Galo. Mas também não é menos verdade que ao marcar 25 gols na temporada (nunca marcou tanto) ele sobrou no bom ataque do Atlético-MG. 

Gabriel Jesus: Outra disputa difícil. Ricardo Oliveira estreou apenas na 15a. rodada. Lucas Prato, um dos melhores na função no país, na atualidade, oscilou também. Mas o menino que vai embora para o Manchester City da Inglaterra teve um primeiro turno excelente. Caiu de rendimento no fim do campeonato, é verdade, mas o suficiente para ser o melhor da competição. Ficou devendo nos gols em clássicos paulistas.

Marinho: Se o time soteropolitano escapar deve a habilidade, o poder de finalização e a velocidade do atacante que foi mal um ano antes no Cruzeiro. Vive um momento maravilhoso.

Quanto ao ano do Santos, classifico como muito bom. Ótimo ou excelente eu diria se tivesse vencido o Brasileiro ou a Copa do Brasil. Ganhou o bi-estadual, ficou entre os quatro primeiros lugares do Brasileirão, na maior parte da competição e infelizmente derrapou nas "pedras pequenas", inadmissível em campeonatos de pontos corridos. Largou mal no começo dos dois turnos. Ficou o gosto de dava para ter sido campeão. Mas deixa o torcedor otimista para o ano que vem. É o time que menos mexeu nos últimos anos, em relação aos demais do país. 

O único fracasso, na minha opinião foi a desclassificação para o misto do Internacional-RS, nas quartas de finais da Copa do Brasil. O Santos tem muito mais time que o colorado, prestes a ser rebaixado, mas a saída na competição de mata-mata ajudou na recuperação durante o Nacional, pois passou a jogar apenas fins de semana e esteve invicto por nove jogos com oito vitórias e um empate. 

A volta a maior competição do continente, a Copa Libertadores da América, direto para a fase de grupos não deixou de ser uma grande conquista, após quatro anos ausente. Claro que nenhum torcedor vai para a Praça Independência comemorar como um título, mas fez bem para a auto-estima do santista saber que poderá ver seu time em busca do tetra. Aliás, o único brasileiro que pode obter essa conquista inédita para o futebol do país é o Peixe, já que o outro tri da Libertadores, o São Paulo, está fora da competição, o ano que vem.

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