CONTRA FATOS NÃO HÁ ARGUMENTOS

Publicado às 22:41 desta quarta-feira, 03 de dezembro de 2025
(*) Pedro La Rocca

Com Neymar novamente decidindo, o Santos pela primeira vez com Vovjoda no comando venceu dois jogos consecutivos, sendo também o primeiro triunfo longe de Urbano Caldeira. O camisa 10 voltou a marcar três gols num só jogo após três anos e sete meses e decretou o 3x0 no placar contra o já rebaixado Juventude.

Ao contrário do que vinha acontecendo nos últimos jogos, onde ele chegou a trocar sete, até oito peças no time titular, o treinador argentino dessa vez utilizou do conservadorismo e trocou apenas um jogador. Lautaro Díaz foi novidade na vaga do lesionado Tiquinho Soares.

Apesar de ter dado certo contra o Sport, o esquema com dois volantes de menos velocidade e as duas linhas de quatro para defender não era a melhor opção para o jogo da Serra Gaúcha. O controle do jogo foi totalmente do time da casa, com mais posse de bola, mas principalmente porque ditava o que queria fazer.

O técnico Carpini colocou linha de três na zaga contra Lautaro e Neymar: superioridade numérica. Colocou também quatro jogadores no meio-campo: Nenê e Mandaca toda hora recebendo entre as linhas de marcação do Alvinegro. 

Por querer dominar o campo ofensivo com e sem a bola, os alviverdes deixavam espaço nas costas, mas os Santistas recuperaram a bola pela primeira vez para puxar contra-ataque nos acréscimos, quando Guilherme e Neymar desperdiçaram grande chance de gol. 

Veio o segundo tempo e a postura mudou. No primeiro minuto Neymar já levou perigo ao gol de Jandrei e já dava um presságio do que viria a acontecer posteriormente.

Já com controle do jogo e das ações, aos 10 minutos a jogada começou com Zé Ivaldo virando jogo a Igor Vinícius, aproveitando a superioridade pelo lado do campo, tendo em vista que o adversário tinha mais meias do que pontas, como citado anteriormente. 

O argentino Barreal recebeu e achou Neymar nas costas dos volantes, que viu Guilherme, que devolveu para o craque abrir o placar.

Neymar perto da área e Guilherme no facão. Ambos com poucos toques na bola. Simples. A especialidade deles.

Nove minutos depois, Igor Vinícius, que cresceu nos últimos jogos, puxou contra-ataque aproveitando que o Juventude se lançou no escanteio e encontrou o inteligente facão do Neymar. Na cara do goleiro é ele. 

Deu oito minutos e o mesmo camisa 10 marcou em pênalti sofrido por Lautaro Díaz. 

Por favor, não briguem com estatísticas. Sem Neymar o aproveitamento é de 27,7%. Com ele sobe para 50,8%. Números de quem vai à Libertadores na oitava posição - com a abertura de um G8. 

São cinco gols e uma assistência nos últimos três jogos.

Tudo isso aconteceu, porque ele mudou muito seu posicionamento e postura. Deixou de vir buscar bola perto dos volantes (até zagueiros) e passou a ser mais líder no sentido de preferir a orientação aos companheiros ao invés da bronca mais incisiva. 

Perto da área e nas costas dos volantes estamos falando do principal jogador no país e fatalmente de Seleção. Se não for assim terá dificuldade, principalmente pela questão física. 

Neymar está salvando a pele de uma diretoria que esteve perdida durante todo ano e não respeitou aquilo que convém à história do clube. Pelos atletas contratados, pelas vendas, pela não utilização com frequência dos jovens.

Internacional só pega o Peixe na rodada derradeira se tirar uma diferença de sete gols no saldo. Apenas Vitória, Fortaleza e Ceará têm condições apenas por pontos de ultrapassar o Santos. 

Se vencer o Cruzeiro no domingo e contar com outros resultados, pode ainda terminar em 10° na frente do Corinthians. Que a diretoria não se orgulhe disso.

FICHA TÉCNICA

Juventude 0 x 3 Santos

Competição: 37ª rodada do Campeonato Brasileiro
Local: Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul (RS)
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO)
Cartões amarelos: Rodrigo Sam (JUV); Souza e Zé Rafael (SAN)

Gols: Neymar aos 10, 19 e 27 minutos do segundo tempo (SAN)

JUVENTUDE: Jandrei; Luan Freitas (Giovanny), Rodrigo Sam, Marcos Paulo e Igor Formiga; Jadson, Daniel Peixoto (Ênio), Mandaca e Marcelo Hermes; Nenê (Bilu) e Gabriel Taliari.  

Técnico: Thiago Carpini

SANTOS: Gabriel Brazão; Igor Vinícius (Mayke), Adonis Frías, Zé Ivaldo (Luan Peres) e Souza; Willian Arão, João Schmidt, Barreal (Rollheiser) e Neymar (Thaciano); Guilherme e Lautaro Díaz (Zé Rafael). 

Técnico: Juan Pablo Vojvoda

Zé Rafael tomou terceiro amarelo e não joga o último jogo da temporada

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Brazão - Fez uma grande defesa antes do gol anulado do primeiro tempo, mas depois passou a ser espectador. Gostei do seu jogo com os pés e saída em bola aérea. Terminou a partida mancando. -6,0

Igor Vinícius - Nessa sequência de cinco jogos sem perder, foi o maior crescimento e surpresa do elenco. Fez a jogada da grande chance no primeiro tempo e deu a assistência para o segundo gol de Neymar e tem melhorado a tomada de decisão cada vez mais. - 7,5

Adonís - Estava exposto, então fez um primeiro tempo tenebroso. Depois cresceu junto com o time. - 5,5

Zé Ivaldo - Maravilhosamente bem nas coberturas do lado esquerdo. Apesar do péssimo primeiro tempo do coletivo, se salvou dessa barca. Iniciou a jogada do primeiro gol. Apesar de jogar torto na esquerda, está bem na saída de bola. - 7,0

Souza - As poucas oportunidades promissoras que o time criou passou pelo camisa 33. Ainda vai evoluir defensivamente, porque é jovem, mas tem uma leitura acima da média para a idade. - 6,5

Arão - O meio-campo foi completamente dominado pelo adversário no primeiro tempo, mas depois cresceu pela postura do time, que controlou jogo. - 5,5

Schmidt - Volta a fazer um grande jogo. Tem virado rotina. Também sofreu no primeiro tempo, pela inferioridade numérica, mas fez um segundo muito correto. - 6,5

Neymar - Contra fatos não há argumentos. Apenas nos 19 jogos feitos pelo camisa 10 no Brasileirão o aproveitamento é de time de Libertadores. Teve muita coragem e responsabilidade ao deixar sua recuperação em segundo plano em prol da salvação de um novo descenso. Jogando próximo da área e com poucos toques na bola é fatal. - 9,0

Barreal - Pouquíssimo participativo no primeiro tempo, mas encontrou diversas vezes Neymar no entrelinhas no segundo. - 6,0

Lautaro - Não foi muito acionado como centroavante, mas correu demais. Importante na pressão alta. Sofreu pênalti do terceiro gol. - 5,5

Guilherme - Chegou ao terceiro jogo consecutivo dando assistência. Quando deu passe para gol de Neymar, estava no facão, sem partir para mano a mano, como manda sua característica. Quando se aproveita das costas da defesa adversária, se torna um bom jogador. - 6,5

Rollheiser - SEM NOTA

Zé Rafael - SEM NOTA

Luan Peres - SEM NOTA

Mayke - SEM NOTA

Thaciano - SEM NOTA

 (*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte. 

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