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Publicado às 02:01 desta segunda-feira, 06 de outubro de 2025 |
O resultado não poderia ser outro quando até na escalação as escolhas já começam erradas. Dos mesmos criadores dos seis do Vasco e dos três do Mirassol, agora vieram os 3x0 para o Ceará, em batalha de seis pontos entre os times da parte baixa da tabela. Mugni abriu o placar, enquanto Pedro Henrique e Fernando Sobral liquidaram a fatura.
Depois do empate contra o Grêmio, Vojvoda promoveu três mudanças na equipe titular. A entrada de Igor Vinícius já era esperada, já que Mayke sequer viajou após sofrer inflamação no joelho.
As surpresas ficaram para as entradas de Adonís Frías na vaga de Luan Peres e Rincón na vaga de Barreal. As alterações não esperadas certamente não renderam aquilo que o treinador argentino esperava.
"A mudança foi o Igor Vinícius pelo Mayke, que não pode viajar por um problema físico. Preferimos preservar ele. A maior mudança foi a zaga. Com um jogo aéreo forte do Pedro Raúl, os dois jogadores, tanto Frías quanto Duarte, haviam demonstrado bom jogo aéreo. Eu preferi a agressividade deles. Depois a outra mudança foi mais tática, do Rincón pelo Barreal. Pensava um time mais forte no meio e preservar o Barreal, o Souza, para o segundo tempo. Com o placar em 1 a 0, eu optei para fazer essa modificação de Barreal por Rincón no intervalo", disse Vojvoda.
Terei de discordar do treinador. Apesar da dificuldade de Luan no jogo aéreo nos últimos jogos, Frías perdeu a grande maioria dos duelos no alto com Pedro Raul
O esquema com Schmidt e Rincón juntos já havia sido testado por outros comandantes que passaram pelo Peixe desde Fábio Carille. Os dois atletas em questão tem suas virtudes, mas nenhuma delas é a velocidade. Sem contar que Zé Rafael estava posicionado para acompanhar lateral.
Montar o meio-campo com um losango de quatro jogadores é uma ótima ideia para ganhar o corredor central, mas ao chegar no último terço, necessita-se de profundidade. Igor Vinícius tem essa característica, mas em poucas oportunidades ele foi acionado.
Pela esquerda, local mais explorado pelo Peixe, Escobar e Guilherme se posicionavam próximo à defesa e buscando a bola nos pés dos meio-campistas, respectivamente. O camisa 11 dificilmente produziu jogadas de linha de fundo. Até mesmo Rincón e Alexis Duarte foram vistos se aventurando como ponta-esquerda.
No intervalo, Vojvoda consertou o erro na escalação da trinca de volantes e trouxe Barreal de volta ao time na vaga de Rincón. O Alvinegro tinha a posse de bola, mas ainda faltava a tal profundidade.
Ao sofrer o segundo gol, aos 20 minutos da etapa final, o treinador argentino finalmente promove a entrada de Souza, algo que deveria ter acontecido desde o início de partida. O Menino da Vila, que tem o mano a mano e a profundidade dentro de seu arsenal, obrigou o goleiro adversário a realizar duas grandes defesas.
Dos 18 pontos disputados por Vojvoda, apenas sete foram conquistados. Vamos mais além. Dos últimos nove pontos, o Santos conquistou apenas dois. Com três pontos a mais nessa sequência, o time do técnico argentino já estaria numa posição muito mais confortável na tabela - e não a três pontos do Z4 como se encontra hoje.
Um time que quer permanecer na primeira divisão, não pode cometer tantos erros assim. Passados seis jogos do seu comando, agora Vojvoda já tem que conhecer a características de seus jogadores e passar a fazer escolhas mais coerentes.
Dos próximos quatro jogos, três serão em casa e todos serão confrontos diretos na parte baixa (Corinthians, Vitória e Fortaleza em casa e Botafogo fora). Fazer nove pontos será crucial, pois não dá para contar com pontuação na sequência seguinte que terá Flamengo, Palmeiras, Mirassol e Internacional.
Após a Data FIFA, chegará o momento do time da Vila definir o que quer no campeonato, se vai agonizar até a rodada 38, ou se pela impossibilidade de sonhar com algo maior, já pode comemorar o meio de tabela no Natal.
Para o clássico do próximo dia 15 de outubro, Vojvoda pode contar com o retorno de Victor Hugo, que não atua há três partidas. O argentino já pôde contar com Bontempo na derrota para os cearenses, mas como vem acontecendo com frequência, preferiu não utilizar o jovem.
CEARÁ: Bruno Ferreira; Fabiano Souza, Marcos Victor, Willian Machado e Matheus Bahia; Dieguinho (Fernando Sobral), Lourenõ (Richardson) e Lucas Mugni (Vina); Galeano (Aylon), Pedro Raul e Fernandinho (Pedro Henrique).
Técnico: Leo Condé
SANTOS: Gabriel Brazão; Igor Vinicius (Caballero), Alexis Duarte, Adonis Frías e Escobar (Souza); João Schmidt, Tomás Rincón (Barreal), Zé Rafael e Rollheiser (Thaciano); Guilherme (Tiquinho Soares) e Lautaro Díaz.
Técnico: Juan Pablo Vojvoda
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Souza: Incontestável titular |
Brazão - Não teve culpa nos gols. - 5,5
Igor Vinícius - Não travou o cruzamento no lance do primeiro gol. Pouco acionado ofensivamente. - 5,0
Frías - Perdeu todas contra Pedro Raul. Falha diretamente no lance do primeiro gol. - 3,5
Alexis - Assim como os companheiros de defesa, também teve sua parcela de culpa, já que não encostou em Mugni - autor do primeiro gol. - 4,0
Escobar - Deixou uma avenida nas costas no segundo gol. Não ataca a profundidade. Errou todos os cruzamentos que tentou. - 4,0
Schmidt - O que menos comprometeu do meio-campo. Na minha visão, foi prejudicado pelas mudanças do treinador. Em outros momentos, com o mesmo Vojvoda, teve atuações melhores. - 5,0
Rincón - Teve seus momentos de se aventurar como ponta-esquerda. Bem substituído no intervalo. - 4,5
Zé Rafael - Primeiro tempo apagado, tendo em vista que chegou a ser assistente de lateral. Melhorou levemente no segundo, quando foi para sua posição. - 5,5
Rollheiser - Se não consegue servir os companheiros pela falta de um jogador de lado, que tente ele mesmo finalizar. Precisa chutar mais a gol. - 4,5
Guilherme - Tem que deixar a bola chegar até ele, e não o contrário como vem acontecendo. É jogador de velocidade e finalização, se participar menos do jogo e mais da terminação das jogadas, pode crescer. - 4,0
Lautaro - Se vinha bem anteriormente, no Nordeste do país não dá para dizer isso. Perdeu grandes oportunidades. Apenas 20% de aproveitamento nas finalizações. - 4,0
Barreal - Deixou Lautaro uma vez na cara do gol aos 77 minutos. Apesar de ter entrado sem muito brilho, deveria ter iniciado o jogo. - 5,5
Souza - Visivelmente merece ser titular. Levou perigo em duas oportunidades ao gol adversário. Tem qualidade e o mano a mano como característica, algo raro neste elenco. - 6,0
Caballero - Entrou como ala. Apareceu uma vez ao perder grande chance cara a cara com o goleiro aos 87 minutos. - 5,0
Tiquinho - Levou amarelo desnecessário por reclamação, o que lhe tira do clássico. - 4,5
Thaciano - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte.
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