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Publicado às 01:50 desta quinta-feira, 02 de outubro de 2025 |
Se em outros momentos o resultado final trouxe um gosto de derrota, pelo ótimo desempenho do time, o empate contra o Grêmio por 1x1, nessa quarta-feira (01), ficou o sentimento que o resultado foi melhor que a atuação. Edenilson abriu o placar e posteriormente Lautaro Díaz marcou pelo segundo jogo consecutivo para deixar um ponto na Baixada Santista.
Vojvoda fez apenas uma mudança em relação à equipe que empatou na última rodada contra o Bragantino. Escobar retomou a titularidade na ala esquerda defensiva, enquanto Souza voltou a ser opção para a segunda etapa.
O Grêmio que veio ao litoral paulista tinha inicialmente 11 desfalques - depois viraram 12 pela ausência de Marcos Rocha. Eram duas improvisações na defesa e, do meio para frente, apenas Arthur e talvez Edenilson são titulares com todos os atletas à disposição.
Os gaúchos plantaram uma linha de cinco na sua defesa e assim como vem acontecendo há pelo menos cinco anos, o Alvinegro sofre para propor jogo. Foram apenas oito finalizações e duas na meta. Rollheiser levou mais perigo aos 12 minutos.
No intervalo, Vojvoda de forma ousada sacou Schmidt para colocar Tiquinho Soares.
A mudança seria interessante se os alas dessem profundidade para abusar dos cruzamentos - o que não aconteceu. Escobar e Guilherme pela esquerda deixavam um latifúndio vazio no último terço. Mayke não vivia boa noite para atacar a última linha.
Além disso, o treinador argentino perdeu a força de combate do meio-campo. Zé Rafael e Barreal, atletas escolhidos para compor a região, são jogadores de saída de bola e aproximação - não de marcação. Entendo que Schmidt não vivia grande noite e estava amarelado, mas que não abrisse tanto o time assim.
Edenilson entrou na área sem marcação do volante, que não existia, e abriu o placar para os visitantes. Alguns minutos depois Vojvoda colocou Rincón e Igor Vinícius para estancar tal problema.
O Alvinegro de Vila Belmiro veio a empatar apenas aos 43 minutos da etapa final. E num lance de bola parada, depois de muita insistência.
O campeonato que o Santos disputa não tolera desaforos. A quantidade de gols perdidos pelo time de Vojvoda pode fazer falta no final. 23 minutos antes do empate, Tiquinho e Lautaro perderam a chance depois de tentar três vezes no mesmo lance.
Foram 16 finalizações na segunda etapa, mas não completa uma mão as vezes que o goleiro Gabriel Grando precisou fazer milagre.
É nítido que o time não tem profundidade. Esse fato fica ainda mais claro, quando entra Robinho Jr. no jogo e o menino bota fogo na reta final - inclusive quase marcando gol. Isso não quer dizer que esteja pronto, mas mostra que não tem ninguém da característica dele no elenco. Além dele, Mateus Xavier do sub-20, também pode ascender ao time de cima e mudar o tipo de pontas que Vojvoda tem como opção.
Além disso, Souza ser reserva desse time é quase um crime inafiançável - ainda mais em Urbano Caldeira, local onde a iniciativa de jogo será do time da casa. Se fosse o menino que tivesse tomado o baile que Escobar levou, caía o mundo na cabeça dele. Como caiu na cabeça de Chermont, que pagou por um erro contra o Bahia e nunca mais jogou. Mayke vai pagar da mesma forma?
Repito: o Brasileirão NÃO tolera desaforo. Dessa forma, o Santos terá uma permanência culposa - quando não há intenção em permanecer. O não descenso virá pela incompetência dos demais.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 1 X 1 GRÊMIO
Público: 9.306
Renda: R$ 439.188,00
Gols: Edenilson aos 11 minutos do segundo tempo (Grêmio); Lauta Díaz aos 44 do segundo tempo (Santos)
SANTOS: Gabriel Brazão; Mayke (Igor Vinícius), Alexis Duarte, Luan Peres e Escobar (Souza); João Schmidt (Tiquinho), Zé Rafael e Barreal (Tomás Rincón); Rollheiser (Robinho Jr.), Guilherme e Lautaro Díaz.
Técnico: Juan Pablo Vojvoda
GRÊMIO: Gabriel Grando; Gustavo Martins, Noriega, Wagner Leonardo e Marlon; Dodi, Arthur (Alex Santana) e Edenilson (Cristado); Alysson (Aravena), Pavon (Amuzu) e André Henrique (Riquelme).
Técnico: Mano Menezes
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Vojvoda tem quatro empates e uma vitória no comando Santista |
Brazão - Falhou no gol anulado da primeira etapa. Mais uma vez pouco exigido. - 5,0
Mayke - Não encostou em Pavón para bloquear cruzamento do gol sofrido pelo Santos. Pouco produziu ofensivamente. - 4,5
Alexis - Vai bem na saída de bola. Defensivamente não comprometeu. - 5,5
Luan Peres - Pelo segundo jogo consecutivo falhou diretamente no gol adversário, novamente pelo jogo aéreo. Estava mal posicionado no gol sofrido. - 4,5
Escobar - Vai ter um pesadelo com o habilidoso Alysson. A marcação, que sempre foi sua principal virtude, não aproveitou nesse duelo. - 4,5
Schmidt - Não foi bem como em outros jogos. Apareceu à frente, mas sem sucesso. - 5,0
Zé Rafael - Cara do jogo. Acertou a trave duas vezes e foi um dos poucos que aproveitou o abafa de fim de jogo. Cresceu no decorrer do jogo. - 7,0
Barreal - Produziu no primeiro tempo, mas sem qualidade na finalização. No segundo virou segundo volante e não foi bem. Não tem característica de marcação. - 5,5
Rollheiser - Fez bons 30 primeiros minutos depois caiu. Na reta final de jogo morreu fisicamente falando. - 5,0
Guilherme - Quando o time precisa propor, suas virtudes não batem com a necessidade do time. Não tem drible curto e pouco aproveitou da profundidade. Desnecessariamente vai buscar muito a bola no pé do companheiro. - 4,5
Lautaro - Muita disposição e oportunismo. Apesar disso, aos 20 minutos da etapa final perdeu um gol incrível mesmo tendo duas oportunidades. - 5,5
Tiquinho - Sofreu muitas faltas pelo ótimo pivô. Mas na área, "na dele", perdeu um gol incrível no mesmo lance de Lautaro. - 5,0
Rincón - Com pouco tempo em campo, teve três desarmes. Organizou o meio-campo. - 6,0
Igor Vinícius - Trouxe profundidade ao time. - 6,0
Robinho Jr - Além de ter cobrado o escanteio que gerou o gol, fez duas boas jogadas individuais. Tem um contra um, que nenhum outro do elenco possui como característica. - 6,0
Souza - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte.
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