EMPATE HERÓICO, MAS ERA POSSÍVEL SONHAR?

Publicado às 22:09 deste domingo, 14 de setembro de 2025
(*) Pedro La Rocca

Organizado como há muito tempo não se via, assaltado à mão "apitada" e prejudicado pelo próprio jogador são as três expressões que mostram o segundo empate seguido do Peixe, mas com uma das melhores atuações no ano. Igor Gomes abriu o placar para o Atlético-MG e Tiquinho Soares trouxe o 1x1 das Minas Gerais. 

Vojvoda promoveu a estreia de dois reforços no time titular. Victor Hugo entrou na vaga de Rollheiser e Lautaro Díaz tomou o lugar de Tiquinho Soares. O argentino completou as mudanças com Igor Vinícius tomando vaga de Mayke, que não fez todos os treinos da semana, além de Schmidt que tomou vaga de Rincón.

Como faz diferença ter um treinador de fato. Antes de Vojovoda, apenas nas três rodadas iniciais quando tinha Caixinha no comando. Depois disso, apenas auxiliares estiveram à beira do gramado a favor do Alvinegro.

Jogar com losango no meio-campo trouxe inúmeros benefícios ao time Santista, como ter uma posse de bola de 56% nos 45 minutos iniciais, ganhar praticamente todas as segundas bolas, criar as melhores oportunidades e deixar Brazão protegido, fazendo com que o goleiro realizasse um total de zero defesas no período.

Em 45 minutos, o Alvinegro de Vila Belmiro finalizou nove vezes, sendo duas grandes chances perdidas por Neymar e um pênalti criminoso não marcado aos cinco minutos de jogo. 

Além disso, o Peixe tinha superioridade em praticamente todos os setores e, por isso, Sampaoli precisou desfazer o tradicional 4-3-3 e colocar, assim como o Santos, quatro homens no meio-campo. 

Ter Zé Rafael e Victor Hugo para fazer o "box-to-box" deixava Schmidt mais protegido, deixando a lentidão do camisa cinco desaparecida - ele inclusive fez um grande jogo.

Contudo, aos nove minutos da etapa final, Zé Ivaldo, que já tinha cartão amarelo, puxou Hulk de forma infantil - para ser generoso - e foi acertadamente expulso. Era a "pá de cal" para o Alvinegro de Vila Belmiro murchar em campo - o que posteriormente veio a acontecer. Vojvoda promoveu a estreia de Adonís Frias.

Quatro minutos depois, com o novo defensor frio no jogo, Igor Gomes abriu o placar fazendo uma ultrapassagem entre o lateral e zagueiro Santistas. Brazão, que estava com um "galo" do tamanho do planeta na testa após concussão, nada pode fazer.

Aos 22 minutos, o melhor goleiro do país foi substituído por Diógenes, Menino da Vila, que fez um jogo na série B e fez sua estreia na elite do futebol nacional. O jovem goleiro de 24 anos, diga-se de passagem, fez um grande jogo.

Mas repito, como faz diferença ter um treinador à beira do campo. Para os últimos 10 minutos regulamentares, o comandante promoveu as entradas de Tiquinho na referência, Thaciano dividindo entre segundo volante e meia e Robinho Jr. fechando o lado direito. 

Cinco minutos após a alteração, Thaciano deu a assistência para Tiquinho sofrer pênalti e ele mesmo cobrar e converter. Um centroavante Alvinegro não marcava um mísero gol desde 27 de abril. Seca que o time mais artilheiro do planeta não pode viver novamente jamais. 

Um sentimento que eu tive, como há tempos não sentia, era de um time que poderia jogar para ganhar, ao contrário dos últimos momentos, em que o Peixe entrava, especialmente longe de seus domínios, para não perder. 

Até mesmo após o gol de empate e com um homem a menos, a equipe Santista teve oportunidades de contra-atacar e virar o jogo. Após a expulsão, um milagre de goleiro para cada lado, apesar das 12 finalizações atleticanas contra três Santistas.

Vovjoda terá cinco sessões de treinos até receber o São Paulo para clássico na Vila no próximo domingo (21). Rollheiser retornará de suspensão, mas o treinador não terá Igor Vinícius que tomou o terceiro cartão e será desfalque certo.

Por outro lado, o Alvinegro pode anunciar o argelino Billal Brahimi e já contar com o zagueiro Alexis Duarte.

FICHA TÉCNICA

ATLÉTICO-MG 1 X 1 SANTOS 

Local: Arena MRV, em Belo Horizonte (MG)

Árbitro: Bruno Arleu de Araújo (RJ)

Cartões Amarelos: Zé Ivaldo, Escobar, Igor Vinícius (Santos); Hulk, Alexsander (Atlético-MG)

Cartões vermelhos: Zé Ivaldo (Santos)

Árbitro: Bruno Arleu de Araújo (RJ)

GOLS: Igor Gomes, aos 14 do 2ºT (Atlético-MG); Tiquinho Soares, aos 42 do 2ºT (Santos)

ATLÉTICO-MG: Everson; Natanael, Lyanco, Victor Hugo e Arana; Fausto Vera (Alexsander), Alan Franco (Júnior Santos), Scarpa (Reinier) e Cuello (Dudu); Rony (Igor Gomes) e Hulk.

Técnico: Jorge Sampaoli.

SANTOS: Gabriel Brazão (Diógenes); Igor Vinícius, Zé Ivaldo, Luan Peres e Escobar; Zé Rafael, João Schmidt (Thaciano), Victor Hugo (Caballero) e Neymar (Robinho Jr.); Guilherme (Adonis Frías) e Lautaro Díaz (Tiquinho Soares).

Técnico: Juan Pablo Vojvoda

Schmidt voltou a fazer um grande jogo

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS 

Brazão - Levou uma joelhada na cabeça e, por irresponsabilidade médica, ainda ficou em campo por mais 19 minutos. Pouco trabalhou. - 6,0

Igor Vinicíus - Ofensivamente poderia ter aparecido mais no primeiro tempo, especialmente nas costas de Arana, que não marca muito. Defensivamente muito bem, tendo em vista que ficava órfão contra dois atacantes. Ainda assim, foi o Santista com mais desarmes (cinco). - 6,5

Zé Ivaldo - Irresponsável. Expulsão infantil. Merece ser multado. - 3,0

Luan Peres - Teve 70% de aproveitamento nos duelos e foi crucial na reta final de jogo, tirando dois cruzamentos na base do jogo aéreo. Estava mais confiante para arrastar na saída de bola, como sempre soube fazer. - 6,0

Escobar - Assim como Luan, cresceu demais defensivamente na reta final de partida. De restante, não comprometeu. - 6,0

Schmidt - Melhor partida desde o Paulistão 2024. Jogar com três homens de meio à frente fez crescer seu futebol, sem grande necessidade de velocidade. Pisou muito na área e deu o passe para Neymar sofrer o pênalti não marcado. - 7,0

Zé Rafael - Pelo fato de ser muito técnico, precisa jogar por aproximação - como aconteceu. Criou algumas oportunidades a partir de tabelas. Desarmou quatro vezes. - 6,5

Victor Hugo - Grande estreia do Menino. Com a posse era meio-campo pela direita, e sem, fazia a recomposição no corredor do mesmo lado, apesar de não ter um grande jogo sem bola. Assim como Zé Rafael, é técnico e por muitas vezes foi até o lado esquerdo para se aproximar e tabelar com Neymar. - 6,5

Neymar - Perdeu duas grandes chances no primeiro tempo que não são do seu costume. O Alvinegro poderia ter ido ao intervalo com dois gols de vantagem. - 4,5

Guilherme - Partida apagada do amado, que não estava inspirado nas finalizações. - 5,5

Lautaro Díaz - Fez a pressão alta maravilhosamente bem, mas teve dificuldade com a bola e na tomada de decisão. Vou aguardar para tomar uma visão em cima deste jogador, já que atuou apenas três vezes nos últimos quatro meses. - 5,5

Frías - Erro de posicionamento do argentino no gol adversário. Darei um desconto por estar frio, mas é fato que falhou. - 5,0

Diógenes - Estreia na elite dos sonhos para o Menino da Vila. Fez um milagre e outras duas grandes defesas que trouxeram um empate heróico para a Baixada Santista. - 7,5

Caballero - Entrou para ser secretário de lateral. - 5,5

Robinho Jr. - Tocou pouquíssimas vezes na bola. - 5,5

Tiquinho - Teve duas chances em bolas paradas. Levou perigo para Everson em falta no seu primeiro lance e depois marcou num pênalti que ele mesmo sofreu. - 6,5

Thaciano - Sem a bola era segundo volante e, quando o Santos recuperava, encostava em Tiquinho. Assim, a partir de um passe do camisa 16, saiu a penalidade máxima. Não jogava desde 19 de julho. - 6,0

(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte. 


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