QUE VENHA A ERA VOJVODA

Publicado às 22:08 deste domingo, 24 de agosto de 2025

(*) Pedro La Rocca

Certamente Vojvoda terá muito trabalho para tirar o Santos da atual situação na tabela. A derrota por 2x0 para o Bahia deixou muito claro qual era o time organizado e qual era o desorganizado, sob todos os aspectos, dentro e fora de campo. Luciano Juba e Lucho Rodríguez marcaram para os soteropolitanos. 

Matheus Bachi, que ganhou sobrevida mesmo com a demissão de Cléber Xavier, fez quatro alterações no time titular. Escobar tomou vaga de Souza na esquerda. Schmidt e Rincón voltaram a fazer dupla de volantes, já que Zé Rafael sentiu o tornozelo e Guilherme ficou abalado após xingamentos de torcedores no CT. Por fim, Rollheiser jogou na vaga do suspenso Neymar.

O agora auxiliar fixo da casa não aprendeu com os erros do seu ex-companheiro de comissão e escalou Schmidt e Rincón juntos. Contra o Sport isso tinha sido tragédia anunciada. O Bahia tem mais qualidade e obviamente alugou o terreno do meio-campo e não saiu mais.

Ainda no jogo do primeiro turno, com Caixinha no comando, o Alvinegro da Vila já havia sofrido com as movimentações de Luciano Juba por dentro - voltou a acontecer neste domingo (24). O que para mim hoje é o melhor lateral-esquerdo do Brasileirão, fez o que quis com Schmidt e Bontempo, a toda hora aparecendo entre os dois jogadores do Peixe.

Dessa forma abriu o placar aos 11 minutos.

Tudo isso para não dizer também que o Everton Ribeiro parecia o lendário Pita no auge. O que o ótimo jogador recebia de bola nas costas dos volantes do Peixe não está escrito. Com isso, Luan Peres precisava cobrir os volantes e Luisão que mais uma vez fez um jogo muito inseguro, para dizer o mínimo.

Assim, já aos 59 minutos, saiu o segundo gol. Ribeiro recebeu com absoluta solidão. Luan Peres precisou subir. Deixou espaço nas costas e Lucho aproveitou. Cara a cara com Brazão, sem chance de Luisão chegar na cobertura. 

Além de tudo isso, se já é do entendimento do treinador, que o adversário terá mais posse de bola, até por característica do seu treinador, é necessário ter no mínimo um jogador de velocidade. Caballero, apesar de achar que lhe falta recurso técnico, precisava ser titular com a ausência de Guilherme.

O time atual do Santos, especialmente nos últimos três jogos, não está nem perto de ser um animal silvestre, mas sim doméstico e muito carinhoso. Não coloca medo em absolutamente ninguém. 

Duas situações colocam em prova essa afirmação. Primeiro que o goleiro Ronaldo fez um total de UMA defesa com dificuldade em toda partida e com o detalhe que ela só aconteceu aos 88 minutos. 

A segunda situação foi logo depois do segundo gol adversário. Caballero cabeceia e Ramos Mingo amplia o braço e intercepta a bola. O pênalti deveria ter sido marcado no ato, o que não foi feito pelo árbitro do campo. Cabia aos 11 jogadores do Santos cercar o dono do apito de todas as formas, mas fizeram uma abordagem estilo pandemia: distanciamento social.

Vojvoda terá de fazer um trabalho diferente do que fez no Fortaleza, blindando o elenco, que é desequilibrado, da bagunça que existe dentro do departamento de futebol e no clube em geral. No time nordestino não existia nem algo parecido com o que acontece em Urbano Caldeira.

Além disso, se não chegaram mais contratações até o próximo dia dois, quando se encerra a janela, eu já vou preparar o terço, porque além de Vojvoda, o Alvinegro precisará de no mínimo um milagre para evitar o pior.

São 20 jogos para o Peixe até aqui com um aproveitamento de 35% apenas. Para chegar no número mágico de 45 pontos, Vojvoda precisará de 44% dos 54 pontos que ainda estão em disputa.

Que ele consiga tirar o sentimento de conformismo hoje presente no coração do torcedor Santista, trocando pelo da esperança a partir de terça-feira, quando ele inicia os trabalhos no CT.

No próximo domingo (31) todos os caminhos nos levam a Urbano Caldeira. O adversário será o Fluminense, às 16h.

FICHA TÉCNICA
BAHIA 2 X 0 SANTOS

Local: Arena Fonte Nova, em Salvador (BA)
Árbitro: Rafael Rodrigo Klein
Cartões amarelos: Ademir, Acevedo (Bahia); Rollheiser (Santos)

GOLS: Luciano Juba, aos 11 do 1ºT, e Lucho Rodríguez, aos 14 do 2ºT (Bahia)

BAHIA: Ronaldo; Santi Arias, David Duarte, Ramos Mingo e Luciano Juba; Acevedo (Rezende), Jean Lucas e Everton Ribeiro (Rodrigo Nestor); Ademir (Cauly), Kayky (Tiago) e Willian José (Lucho Rodríguez).
Técnico: Rogério Ceni

SANTOS: Brazão; Mayke (Igor Vinícius), Luisão, Luan Peres e Escobar (Escobar); João Schimdt (Hyan), Rincón, Gabriel Bontempo (Caballero), Rollheiser e Barreal; Tiquinho Soares (Deivid Washington)
Técnico: Matheus Bachi (interino)

A partir de agora, Matheus Bachi será auxiliar fixo da casa

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Brazão - Apesar dos dois gols o Bahia finalizou em outras duas oportunidades na meta do Peixe, mas sem dificuldade. - 6,0

Mayke - As duas últimas partidas do ala não foram nada animadoras. Entendo que seu estilo de jogo precisa de espaço nas costas da defesa adversária e está sendo prejudicado pelo coletivo desorganizado. - 4,5

Luisão - Mais uma vez muito inseguro e marcando à distância. Tem saída de bola interessante, mas dentro do que precisa um zagueiro, mais uma vez bem abaixo. Não fez a bola coberta no lance do primeiro gol. - 3,5

Luan Peres - Água no deserto na defesa. Ganhou todos os duelos no alto e bem nas coberturas. Prejudicado pelo meio-campo lento montado pelo treinador. - 6,0

Escobar - Não estava bem na marcação no primeiro tempo, mas melhorou no quesito a partir do intervalo. No ataque pouco ajuda, como é de praxe. - 5,0

Schmidt - Tomou bola nas costas o jogo inteiro, mas a gota d'água foi quanto fez Luan Peres subir marcação e assim saiu o segundo gol. - 3,5

Rincón -  Fez o Everton Ribeiro voltar aos tempos de Flamengo, de tão livre que estava o camisa 10 adversário. - 3,5

Rollheiser - Mais apagado que minha luz quando não pago a conta. Joga muito distante dos volantes e pontas. - 4,0

Barreal - Se Schmidt toma a bola nas costas no segundo gol, foi porque o argentino não fechou o passe de Arias. Ofensivamente inoperante também. - 3,5

Tiquinho - Nem o pivô, que tanto fazia bem, está conseguindo. - 4,0

Bontempo - Escalado como atacante, o Menino da Vila não fez um bom jogo. Até gosto dele pela direita, mas não na linha ofensiva. - 4,5

Caballero - Fez uma fumaça pelo lado direito. Quando o time joga reativo, como o Santos, favorece o seu futebol de velocidade. - 5,0

Igor Vinícius - SEM NOTA

Deivid SEM NOTA

Souza SEM NOTA

Hyan SEM NOTA

 (*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte. 

0 Comentários

BAIXE O MEU APLICATIVO

Acesse o Quentinhas do Quintino e fique sabendo tudo sobre o Peixe em tempo real.