FISICAMENTE MARAVILHOSO PARA QUBRAR TABU EM BH

Publicado às 23:58 deste domingo, 10 de agosto de 2025
(*) Pedro La Rocca

Apenas pela segunda vez no Brasileirão, o Santos consegue duas vitórias consecutivas. O time conseguiu um feito que não acontecia há 10 anos: vencer o Cruzeiro em BH pelo nacional. O triunfo por 2x1 de virada deixa o Peixe longe do Z4 por cinco pontos. Fabrício Bruno abriu o placar, enquanto Guilherme e Caballero decretaram a vitória Santista.

Curiosamente, as duas vitórias da equipe após a parada, foram contra os dois líderes da competição.

Pendurado no cargo, Cléber Xavier fez quatro mudanças no time titular. Conforme o BLOG do ADEMIR QUINTINO trouxe com absoluta exclusividade nas redes sociais, Luan Peres sentiu um desconforto no pé, viajou, mas sequer ficou no banco. Luisão voltou a jogar após dois meses e meio.

Mayke, que estreou como titular na vaga de Igor Vinícius, Rincón, voltando de suspensão no lugar de Schmidt, e Guilherme, que deixou Tiquinho Soares no banco de reservas, foram as outras três novidades no 11 inicial.

O jogo se dividiu em dois tempos completamente diferentes. Água e vinho. Céu e terra.

Na primeira etapa, Brazão fez dois milagres e Mayke tirou uma finalização de Kaio Jorge em cima da linha. Lamentável a postura pela qual o time da Vila entrou em campo. Postura essa que fez a equipe levar 10 finalizações em 49 minutos.

Cássio voltou do intervalo com o mesmo uniforme. Isso porque o Santos foi finalizar a primeira vez com 45 minutos - Neymar mandou longe.

Jogar com Guilherme, Barreal, Rollheiser e Neymar, sendo que a marcação está baixa, é um convite ao prazer para o adversário, que ataca o Santos sabendo que não vai ser contra-atacado, porque exceção feita ao camisa 11, não há um jogador velocista nesse quarteto.

Mesmo subindo sua média de posse de bola em 11%, foi confortável para os mandantes ficar no campo ofensivo até abrir o placar aos 42 minutos.

No intervalo, Xavier tira Barreal, Rollheiser e o amarelado Rincón para colocar Caballero, Tiquinho e Zé Rafael. O camisa seis não está bem com a bola, mas tem mais velocidade que o venezuelano. 

Caballero é mais agudo e veloz que os dois argentinos. 

A partir do gol de empate, que sai aos 61 minutos com Guilherme, o jogo vira completamente para o lado Alvinegro, que posteriormente teve mais uma oportunidade com Souza, aos 86, antes de sair a virada aos 88 com Caballero.

Essa vitória do Peixe lembra muito o time de 2022 comandado por Fábian Bustos - que chegou a liderar o Brasileirão até a nona rodada. Naquela época, a comissão técnica, pela precoce eliminação no estadual, teve tempo para preparar a equipe fisicamente. Quando os adversários igualaram o vigor, os resultados pararam de vir, culminando na eliminação do argentino. 

As vitórias sobre Flamengo e Cruzeiro passam (e muito) pelas mãos de Fábio Mahseredjian, o preparador físico. Não à toa, os gols das vitórias de ambas partidas, saem após os 40 minutos do segundo tempo. 

Os cariocas voltavam do mundial, enquanto os mineiros vêm de três jogos em sete dias repetindo exatamente o mesmo time titular, com o adendo de que o técnico Jardim, fez apenas três das cinco alterações que tinha direito contra o Peixe. 

O resultado foi maravilhoso para deixar o Z4 mais distante, mas contar apenas com a parte física para sair vencedor é perigoso e temporário. O Vasco, adversário do próximo domingo (17), terá a semana cheia para treinar, assim como o Santos, podendo igualar esse diferencial do Alvinegro da Vila.

FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 1 X 2 SANTOS

Local: Mineirão, em Belo Horizonte, MG
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio
Cartões amarelos: Villalba, Lucas Romero, Christian, Kaiki, Matheus Pereira (Cruzeiro); Rincón, Caballero, Zé Rafael (Santos)

GOLS: Fabrício Bruno, aos 42 do 1ºT (Cruzeiro); Guilherme, aos 16 do 2ºT (Santos)

CRUZEIRO: Cássio; William, Fabrício Bruno, Villalba e Kaiki; Lucas Romero (Gabigol), Lucas Silva e Christian (Marquinhos); Matheus Pereira, Wanderson (Matheus Henrique) e Kaio Jorge
Técnico: Leonardo Jardim

SANTOS: Gabriel Brazão; Mayke, Gil, Luisão e Souza; Tomás Rincón (Zé Rafael), Gabriel Bontempo e Rollheiser (Tiquinho Soares); Barreal (Caballero), Neymar (Schmidt) e Guilherme (Escobar)
Técnico: Cleber Xavier
Fábio Mahseredjian é o principal motivo da melhora física do time

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Brazão - Fez dois milagres no primeiro tempo que evitaram uma goleada no invervalo. - 7,0

Mayke - Não comprometeu na defesa e o time não produziu para que aparecesse no ataque, que é sua principal característica. Venceu todos os duelos no chão. - 6,0

Luisão - Não gostei do primeiro tempo, mas melhorou no segundo, principalmente na saída de bola e coberturas. Tem velocidade e pela característica é promissor, mas pode tomar decisões diferentes. - 5,5

Gil - Sofreu para marcar Kaio Jorge na segunda etapa. Não foi bem no jogo aéreo. - 5,0

Souza - Parece clichê, mas venceu novamente todos os duelos e liderou a partida em desarmes. No segundo tempo, ainda fez jogada para deixar Neymar em condições de finalizar, mas o craque não chegou na bola. - 7,0

Rincón - Muito pilhado e tomando cartões que não são do seu feitio, principalmente pela experiência. - 4,5

Bontempo - Cresceu após a entrada de Zé Rafael e junto com o time depois do empate, gol que o Menino da Vila fez a jogada. - 6,5

Rollheiser - Jogar reativo interfere negativamente no futebol do argentino, que praticamente não tocou na bola no ataque. - 4,5

Barreal - Estava bem enquanto jogava pela esquerda, mas quando mudou o lado, o time ficou sem saída de bola, porque o argentino passa a jogar de costas e não por aproximação. - 5,0

Neymar - Não era dia de concluir a gol para o camisa 10, mas gostei das movimentações, especialmente no segundo tempo. - 6,0

Guilherme - Crescendo com o time, fez um segundo tempo de manual. Se digo que não é construtor, e realmente não é, precisa ser elogiado pela visão ao achar Caballero na virada. - 7,0

Tiquinho - Tocou poucas vezes na bola. Interessante as trocas de posição com Neymar, inclusive lançou o craque numa oportunidade. - 6,0

Caballero - O nome do jogo. Aproveitou sua velocidade e a carência física do adversário para colocar em jogo sua principal virtude. Ótima tomada de decisão para virar o jogo. - 7,5

Zé Rafael - Mal na saída de bola, mas dá outra intensidade para o meio-campo. - 5,5

Escobar - SEM NOTA

Schmidt - SEM NOTA
 (*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte. 

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