CATÁSTROFE ANUNCIADA

Publicado às 23:26 deste domingo, 17 de agosto de 2025

(*) Pedro La Rocca

Quando Carille foi demitido em 18/11/2024 e Caixinha foi anunciado em 23/12 do mesmo ano, ficou clara e nítida a falta de rumo por parte da diretoria do clube, que mostrou precisar de 35 dias para mudar o comando técnico e consequentemente atrasando a temporada. A derrota de 6x0 para o Vasco é só um retrato daquilo que se construiu ao longo dos últimos nove meses.

Coutinho e David marcaram cada um duas vezes, enquanto Piton e Rayan fecharam a fatura.

Cléber Xavier deixou claro o porque, por enquanto, não pode ser treinador de um clube com tamanha história como o Alvinegro de Vila Belmiro. 

Sabendo que os times de Diniz jogam com vários jogadores no mesmo setor, não se pode ter Tiquinho e Neymar jogando juntos, deixando o meio-campo sob única responsabilidade de Bontempo e Zé Rafael. Não são milagreiros para marcar três de uma vez só.

E volto a repetir, com esse 11 inicial o time pode ser competitivo desde que jogue no campo do adversário e com a bola no pé, caso contrário se torna uma equipe limitada - o que de fato vem acontecendo. 

O Santos só jogou os primeiros 10 minutos. Depois virou um baile dos cariocas. Não vou dizer que esperava levar cinco gols em 23 minutos na segunda etapa, mas quando o treinador voltou do intervalo sem nenhuma alteração, sabia que seria difícil uma virada como aconteceu em Minas Gerais.

Chance de mandar o treinador embora não faltou. Eliminação na Copa do Brasil, goleada do Mirassol, empate com o Sport, desempenho pífio contra o Juventude e primeiro tempo péssimo na rodada anterior em BH. 

Precisou-se levar a goleada mais vergonhosa da história do clube para se tomar uma atitude. Não é esperando o resultado do próximo jogo que se faz futebol. Quem analisa o macro de fato, sabe que o comandante já tinha caído - apenas faltava definir a rodada.

Não sei qual será o resultado no final do ano, mas não me escondo: ainda acho que não cai. Porém, primeiro de tudo que a postura moral foi de rebaixado, segundo que estão fazendo muita força para que de fato aconteça o bi-rebaixamento, mas para que não ocorra, basta não inventar na escolha do treinador. 

Um clube do tamanho do Santos, não pode ser o primeiro da carreira de nenhum técnico, a não ser que haja identificação por trás, como Filipe Luís no Flamengo. Caso contrário, é tragédia anunciada, como foi o trabalho de Xavier, que não chegou aos 20 jogos na Baixada Santista.

O Vasco, que não vencia desde antes da parada para o Mundial, sai da zona de rebaixamento e ainda encosta no Peixe com dois pontos de distância. A perda de pontos contra equipes que disputam o campeonato da parte baixa, pode fazer diferença no final.

Apesar da demissão de Cléber Xavier, Alexandre Mattos informou publicamente que os auxiliares Matheus Bachi e Vinicius Marques, além do preparador físico Fábio Mahseredjian, permanecem no clube.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 0 X 6 VASCO

Local: Estádio do Morumbis, em São Paulo (SP)
Árbitro: Ramon Abatti Abel (SC)
Cartões amarelos: Hugo Moura, Jair e Tchê Tchê (Vasco) / Luisão e Neymar (Santos)

Público: 54.474 torcedores
Renda: R$ 4.344.635,00

GOLS: Lucas Piton, aos 17' do 1ºT, David, aos 6' do 2ºT, Coutinho, aos 8' do 2ºT e aos 16' do 2ºT, Rayan, aos 14' do 2ºT, e Tchê Tchê, aos 22' do 2ºT (Vasco)

SANTOS: Gabriel Brazão; Mayke, Luisão, Luan Peres e Souza (Escobar); Zé Rafael (Rollheiser), Gabriel Bontempo (Rincón) e Neymar; Barreal (Caballero), Guilherme e Tiquinho Soares (Luca Meirelles).
Técnico: Cleber Xavier

VASCO: Léo Jardim; Paulo Henrique, Lucas Freitas, Hugo Moura (Lucas Oliveira) e Lucas Piton; Jair, Tchê Tchê (Thiago Mendes) e Coutinho; Nuno Moreira (GB), Rayan (Puma Rodríguez) e David (Léo Jacó).
Técnico: Fernando Diniz

Torcida do Santos protestou, virando de costas para o gramado

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Brazão - O mais impressionante é que o goleiro evitou uma goleada ainda maior. - 4,5

Mayke - Metade dos gols foram nas costas do camisa dois. - 3,0

Luisão - Tomou de bola nas costas o que eu tomo de água. Estava visivelmente nervoso. - 3,0

Luan Peres - Fez duas grandes coberturas no segundo tempo, mas também deixava muito espaço para o adversário jogar. - 3,5

Souza - Tarde infeliz para o Menino da Vila. Não é por isso que deixa de ter qualidade, não à toa que Ancellotti o observa. Não foi bem na marcação. - 3,5

Zé Rafael - Prejudicado pelo não povoamento do meio-campo. Deixou Bontempo na mão diversas vezes. - 3,0

Bontempo - Se o Santos produziu algo partiu dos pés desse menino. Assim como Zé, estava sobrecarregado na marcação. - 4,0

Neymar - Acompanhou o desempenho do time. Vinha fazendo 10 primeiros mintuos maravilhosos, depois ficou apagado no jogo. O time não acompanha sua qualidade. - 3,5

Barreal - Se não fosse pela bola na trave, certamente a nota do argentino seria abaixo da crítica. Deixou Mayke na mão e pouco produziu no ataque. Vou dar um desconto por estar em posição errada. - 2,5

Tiquinho - Eu contei apenas um pivô que o camisa nove fez com sucesso. Nem parece o mesmo jogador que há dois anos era o craque do campeonato. - 3,0

Guilherme - Perdeu um gol inacreditável quando estava 1x0. Poderia mudar a história do jogo. Nem a recomposição, que é uma virtude do camisa 11, esteve presente nesse jogo. - 2,5

Rincón - Quando entrou a catástrofe já estava formada e pouco participou. - 4,0

Caballero - Muita saúde. Foi um dos poucos que teve a hombridade de correr com a goleada formada. - 4,0

Escobar - Ainda deu tempo de acertar os 15 passes que tentou. Entrou para segurar o ímpeto adversário. - 4,0

Rollheiser - Errou tudo que tentou. Tocou 23 vezes na bola e perdeu a posse em seis oportunidades. - 2,5

Luca - SEM NOTA

 (*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte. 

0 Comentários

BAIXE O MEU APLICATIVO

Acesse o Quentinhas do Quintino e fique sabendo tudo sobre o Peixe em tempo real.