PÉSSIMAS ESCOLHAS, SALVO PELO ÓBVIO TITULAR

Publicado às 21:57 deste sábado, 26 de julho de 2025
(*) Pedro La Rocca

As péssimas escolhas do treinador, na escalação e nas substituições foram cobertas pelas individualidade de seus comandados. Apesar do Sport, que não ganhou de ninguém nos seus 15 jogos, ter aberto 2x0 no placar, o Santos chegou ao empate, mas o terceiro jogo consecutivo sem vitória. 

Derik Lacerda e Lucas Lima marcaram para os mandantes, enquanto Bontempo e Basso decretaram a igualdade na partida.

Cléber Xavier viu que o escárnio do Escobar improvisado na direita não deu certo e escalou Igor Vinícius na função. Barreal, que entrou com 15 minutos na última partida, foi titular na vaga de Guilherme. Por fim, por opção técnica, Rincón entrou na vaga de Zé Rafael.

No jogo passado eu fiz a conta do absurdo que a idade do meio-campo Santista tem, se somadas a partir dos atletas que fazem a função. Schmidt, Rincón e Neymar têm, juntos, 102 anos. A saída de bola começa no ano novo e termina no Natal.

Claro que tomar um gol aos três minutos da maneira que foi, com Brazão falhando, era tudo que os pernambucanos queriam, tendo em vista a atmosfera do estádio. Se fosse um time de maior qualidade técnica, o primeiro tempo tinha terminado 2x0.

A criatividade do Peixe só aconteceu pelo lado direito, com Rollheiser e Igor Vinícius fazendo jogo de aproximação. Barreal também foi produtivo, mas até a bola chegar nesses jogadores dava tempo de ler a bíblia inteira duas vezes.

Inclusive, Rincón foi expulso nos acréscimos da primeira etapa, a partir de uma disputa em velocidade com o adversário, que ele sai na frente e perde a disputa. 

Na segunda etapa, Xavier armou uma tática que esqueceu completamente da defesa e a organização. Ele posicionou o time num 3-4-2 - o que deixava os três atacantes, sendo dois de velocidade, no mano a mano com a lenta zaga do Peixe.

Formação do Santos no segundo tempo

No segundo gol, que era questão de tempo acontecer, o Sport ficou trocando passes no último terço por 20 segundos. Não tem combatividade no time que abandona o meio-campo e deixa a zaga exposta. 

Foi um festival de contra-ataques dos pernambucanos que, novamente, não mataram o jogo pela falta de qualidade técnica.

Porém, se o treinador teve um acerto, que era óbvio para até começar o jogo, foi a entrada de Bontempo no meio-campo. Falar do preenchimento de espaços do menino é ser repetitivo, mas é fato que ele e Barreal pegaram o jogo debaixo do braço e levaram o Santos ao empate, inclusive com o camisa 49 marcando o primeiro tento.

Duas situações ainda me preocupam. 

Eu não duvido que aconteça a manutenção do treinador - o que seria um erro. Aliás, ele já caiu. Só não está definida a rodada. É questão de tempo. Falta leitura de jogo. O profissional ficar em dúvida, perdendo o jogo, se iria colocar um zagueiro ou centroavante.

Outra situação alarmante é o treinador não saber aproveitar o melhor de seus jogadores. Barreal foi bem, mas pelo sacríficio. A dupla argentina vai bem por dentro, fazendo jogo de aproximação. 

Espero que parem com o discurso de Libertadores no Santos. E nem me venham com empate com gosto de vitória. O Sport tinha três pontos em 14 jogos no campeonato e só não conquistou seu primeiro triunfo, porque novamente ela - a base -, salvou a pele de comissão técnica e diretoria.

FICHA TÉCNICA
SPORT 2 X 2 SANTOS

Local: Ilha do Retiro, em Recife (PE)
Árbitro: Rafael Rodrigo Klein (RS)
Cartões amarelos: Zé Lucas, aos 37' do 1ºT; Hyoran, aos 41' do 2ºT (Sport) / Escobar, aos 42' do 1ºT (Santos)
Cartão vermelho: Rincón, aos 48' do 1ºT (Santos)

GOLS: Derick Lacerda, aos 4' do 1ºT; Lucas Lima, aos 24' do 2ºT (Sport) / Bontempo, aos 33' do 2ºT; João Basso, aos 42' do 2ºT

Sport: Gabriel; Matheus Alexandre, Rafael Thyere, Ramon Menezes e Igor Cariús; Rivera, Zé Lucas (Pedro Augusto), Lucas Lima (Hyoran); Chrystian Barletta (Romarinho), Matheusinho (Rodrigo Atencio) e Derick Lacerda (Ignacio Ramírez)
Técnico: 
Daniel Paulista

Santos: Gabriel Brazão; Igor Vinícius (Caballero), João Basso, Luan Peres e Souza (Gabriel Bontempo); Rincón, João Schmidt e Neymar; Rollheiser, Barreal e Deivid Washington (Tiquinho Soares)
Técnico: Cleber Xavier

Neymar, apesar de longe do ideal, ainda é o diferencial principal do time

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Brazão - Apesar de ser um dos melhores do país, falhou e muito no primeiro gol adversário. - 3,5

Igor Vinícius - Não merecia ser substituído no intervalo. Pela postura que teve no primeiro tempo, era muito cabível ser o ala pelo lado direito. O pouco que o Peixe produziu foi pelo lado do camisa 18. - 5,5

Basso - A defesa ficou muito exposta durante todo segundo tempo pela mudança tática, mas no primeiro também pela escolha de ter dois volantes sem recuperação. - 4,5

Luan Peres - Apesar da exposição, tem mais capacidade de cobertura do que seu companheiro de zaga. Ao contrário dos últimos jogos, não venceu a maioria dos duelos. - 4,0

Souza - Tem muita qualidade e é também muito promissor. Acredito que o Menino da Vila é mal aproveitado, porque fica posicionado muito longe do último terço. Quando chega, na maioria das vezes sai algo bom. Assim como o lateral oposto, não merecia ter saído. - 5,0

Schmidt - 40% de aproveitamento nos duelos. Lento, e por isso, deixava a zaga muito exposta. Jogou o segundo tempo de zagueiro. - 4,0

Rincón - Apesar da vasta carreira e os 37 anos, tem tomado cartões infantis nos últimos jogos. Perdeu na corrida para Lacerda e, após cometer a falta, foi expulso. - 3,0

Neymar - Perdeu muitas vezes a posse de bola no primeiro tempo, o que não aconteceu no segundo, porque tinha mais qualidade no time, apesar do jogador a menos. Cresceu no jogo a partir da jogada que fez para o primeiro gol. Por ser o cara do time, pode render mais do que vem jogando e isso passa também pelo seu entorno, que não tem ajudado. - 4,5

Barreal - Fez um segundo tempo de muito sacríficio jogando na ala e mesmo correndo o campo todo, conseguiu criar jogadas, desperdiçadas pelos companheiros. Sai dos pés do argentino a cobrança de falta que gerou o gol de empate. - 6,5

Deivid - Tomou bronca de Schmidt no final do primeiro tempo com razão. - 4,5

Rollheiser - Deixou Igor Vinícius em condições de cruzar numa oportunidade aos 22 minutos. No segundo tempo, se tornou volante. Não é do seu feitio - fica muito longe do gol. Jogador com mais criatividade do time, ao lado de Neymar, não pode jogar isolado na ponta. - 5,0

Caballero - Se corria, não pensava. Se pensava não corria. Não dá para ter uma ideia final, porque jogou numa posição inventada pelo treinador.  - 4,5

Tiquinho - Aproveitamento alto no pivô. Dessa forma ele deixou Bontempo na cara do gol - com ajuda do adversário. - 5,5

Bontempo - Esse menino, que joga tanto que não parece ter a idade que tem, não ser titular é um crime. Se 71% da terra é coberto por oceano, o restante é pelo camisa 49, porque o que cobre de espaço, é impressionante. - 7,5

 (*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte.  

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