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Publicado às 00:08 desta quinta-feira, 17 de julho de 2025 |
O futebol é inexplicável. Até semanas atrás o Flamengo estava vencendo o Chelsea-ING por 3x1 e o Santos a Desportiva Ferroviária-ES pelo mesmo placar. Mas no duelo entre os dois venceu o Alvinegro pelo placar mínimo com o primeiro gol de Neymar pós-renovação e de bola rolando.
Desde 2019 o Peixe não vencia os cariocas na Vila e foi o primeiro triunfo como mandante desde a chegada de Cléber Xavier.
O treinador Santista repetiu o mesmo time do amistoso da última semana. Rollheiser estava suspenso e ele tomou como definição a colocação de Deivid na referência e Neymar mais recuado como meia.
Apesar de ter feito um grande trabalho no pré-jogo, essa decisão de Xavier foi uma das poucas errôneas na escalação inicial. O principal jogador do time foi muito acionado defensivamente, mas pouco na parte ofensiva, onde ele pode ser o diferencial.
Em determinado momento, Neymar virava secretário de Souza e, na saída de bola, descia quase como um volante - deixando o Alvinegro sem a sua principal peça no ataque. Ele já não é mais o menino de 18 anos que armava e criava para si próprio.
Neymar será mais decisivo ao Peixe se for a flecha. Apenas em momentos urgentemente necessários ele vira arco.
Com 74 minutos, Bontempo entrou na vaga do "Presidente" Deivid e Neymar se deslocou para a referência. Não deu 10 minutos e o time de Cléber Xavier abriu o placar.
O Flamengo joga como ninguém no Brasil. Digo no quesito estilo de jogo. O time de Filipe Luís tem muita paciência para rodar e trocar a bola de corredor. Foram 707 passes trocados e uma posse de bola 74%. A "redonda" ficou com os cariocas durante 3/4 do jogo, que não alugou, mas comprou o terreno ofensivo e não saía mais.
O trabalho do preparador físico Fábio Mahseredjian se fez prevalecer. O Santos mesmo sem bola correu demais no balanço defensivo e, jogadores que sofriam fisicamente na reta final, não deixaram de correr um minuto. Rincón e Neymar são os casos mais alarmantes e visíveis.
A bola ficou mais com o rubro-negro, mas os três pontos ficarão em Urbano Caldeira.
Se em outros momentos, o Alvinegro propunha jogo com bola, mas pecava no aproveitamento de finalizações. O mundo girou. Xavier abdicou completamente e propor para buscar uma única oportunidade de matar. Ela chegou.
"Era buscar a segunda vitória consecutiva que não tínhamos desde a minha chegada, não tomar gol. Se fizer mais de um, ótimo", disse o treinador.
Não preciso dizer mais nada sobre a estratégia do treinador - o próprio deixou muito claro.
Pelo menos até o jogo contra o Internacional quarta-feira (23) que vem, o Santos não dorme na zona de rebaixamento. Para enfrentar o Mirassol no sábado (19), o time de Xavier entra em campo sem essa preocupação. Distância de quatro pontos.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 1 X 0 FLAMENGO
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Felipe Fernandes de Lima (MG)
Cartões amarelos: Basso, Luan Peres (Santos); Jorginho, Arrascaeta, Bruno Henrique (Flamengo)
Público: 13.541
Renda: R$ 1.270.130,00
GOL: Neymar, aos 38 do 2ºT (Santos)
Santos: Gabriel Brazão; Gonzalo Escobar, João Basso, Luan Peres e Souza; Tomás Rincón, Zé Rafael (PItuca) e Neymar; Álvaro Barreal (Robinho Jr.), Deivid Washington (Bontempo) e Guilherme (Willian Arão)
Técnico: Cléber Xavier
Flamengo: Rossi; Wesley, Léo Ortiz, Danilo, Varela; Allan (De La Cruz), Jorginho, Arrascaeta; Luiz Araújo (Cebolinha), Bruno Henrique (Wallace Yan) e Plata
Técnico: Filipe Luís
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Robinho Jr estreou no profissional Santista |
Brazão - Já fez partidas mais milagrosas, porém com cinco defesas, garantiu os três pontos para o Alvinegro de Vila Belmiro. - 7,0
Escobar - Tinha a indigesta missão de marcar Bruno Henrique, Luiz Araújo e posteriormente Cebolinha. Apesar da altura do ex-Santos foi mais uma vez brilhante defensivamente. - 6,0
Basso - Mais uma partida muito segura. Marcar o Plata em velocidade, ainda mais para um zagueiro que não tem essa virtude, não é uma tarefa fácil. Não foi brilhante na saída de bola, mas defensivamente novamente não comprometeu. - 6,0
Luan Peres - Se chover, chama o camisa 14 para fazer cobertura. Foram 12 cortes. - 6,5
Souza - Manteve uma concentração absurda durante os 90 minutos. Sua qualidade não foi muito aproveitada como em outrora pela postura do coletivo. A esquerda defensiva do Peixe era o lado mais acionado por Filipe Luís e o Menino da Vila vai levar Luiz Araújo pra casa. - 7,0
Rincón - Se não me mostrar o RG eu vou duvidar que o general tem 37 anos. O que ele evoluiu fisicamente não está escrito nos livros de história. Teve suas dificuldades pela superioridade numérica no meio? Sim, mas sempre se recuperou. - 7,0
Zé Rafael - Ao contrário de outros jogos, não foi muito produtivo na saída de bola. Defensivamente, foi líder de desarmes da partida. - 6,0
Neymar - Jogou 3/4 da partida na meia e correu até para ser assistente de lateral. Mas Neymar foi Neymar quando partiu para a referência e abriu o placar. - 7,0
Barreal - Limitou-se a ser secretário de Escobar. Nessa função, foi bem. - 6,0
Deivid - Ainda pode ser mais participativo na pressão. Até Neymar foi mais efetivo no quesito do que o camisa 36. - 5,5
Guilherme - Do jeito que ele sabe, do jeito que ele gosta o camisa 11 puxou o contra-ataque que decretou a vitória. Pecou em alguns momentos na tomada de decisão. - 6,5
Robinho Jr. - Menino tocou três vezes na bola. - SEM NOTA
Pituca - SEM NOTA
Bontempo - De algum jeito, e sem ser de meia, tem que ser titular do time. Tem intensidade e deu um lançamento para Juninho que depois Pituca desperdiçou a chance. - 6,5
Arão - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte.
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