TIME GIGANTE NÃO PODE SER TÃO LIMITADO

Publicado às 20:14 deste sábado, 17 de agosto de 2024
(*) Pedro La Rocca

Depois de sete rodadas, o Santos perdeu a liderança do nacional. A derrota por 1x0 para o Avaí foi o primeiro revés em Vila Belmiro na série B. Giovanni acertou um balaço de longe e decretou o resultado negativo na Baixada Santista.

Carille manteve a base do time que venceu o Paysandu, mas contou com o retorno de Gil. Ainda no sacrifício, o camisa quatro entrou na vaga de João Basso.

O Santos entrou no ritmo do Martinho da Vila: "é devagar, devagarinho". Com 20 segundos, o Avaí aproveitou erro na saída de bola e teve a primeira chance do jogo.

Com 20, Vagner Love (aquele) perdeu um gol embaixo da trave depois de mais um erro de passe da equipe Santista.

No primeiro tempo, o Santos consagrou o goleiro César Augusto. Foram 25 cruzamentos e apenas quatro certos. É irritante a falta de produção por dentro. Uma falta de criatividade tremenda.

Com Guilherme deixando de finalizar, o futebol não tolera desaforo. Giovanni acertou um chute de muito longe num lugar indefensável. Foi o terceiro contra-ataque cedido pelo Alvinegro. 

Ainda sob condições normais, sem o desespero do final do jogo com derrota, o Peixe trocou 260 passes e acertou apenas uma finalização numa cabeçada de Rodrigo Ferreira, ou seja, não conseguiu levar perigo com a bola no chão.

Quando o camisa 11, artilheiro do time, perdeu pênalti, aos 20 minutos da etapa derradeira, Daronco poderia apitar o final de jogo, porque as mudanças feitas por Carille mataram o time da casa.

Até concordo com as entradas de Patati e o estreante Billy Arce, porque se por dentro não tinha criatividade, por fora ela tinha que vir com um dos dois jogadores, mas depois Carille tirou Schmidt e colocou o menino Villareal.

O Santos começou a jogar num 4-1-5 e perdeu aquele que deveria ser o coração do time - mas no clube de Vila Belmiro, por algum motivo que desconheço, precisam fazer a roda girar ao contrário do óbvio.

Terminou o jogo com 48 cruzamentos e nota zero para a criatividade.

Assistir jogos do Santos tem sido prova de amor incondicional ao clube, de um torcedor que mais uma vez lotou a Vila numa interminável série B.

Limitado e antipático. Esse é o time que hoje é vice-líder do "fortíssimo" campeonato nacional.

Hoje o time de Carille carece de um articulador de jogadas e, se Otero não está bem, não tem um jogador quebrador de linha com um drible curto.

Próximo jogo será na quarta-feira (21) contra o Guarani. Se não vencer no Brinco de Ouro da Princesa, vai azedar o caldo.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 0 X 1 AVAÍ

Local: Vila Viva Sorte, em Santos (SP)
Árbitro: Anderson Daronco-RS
Cartões amarelos: César, Mário Sérgio e Ronaldo  Henrique (Avaí)
Público: 13.545 torcedores
Renda: R$ 625.663,75

GOL: Giovanni, aos 37 minutos do 1°T (Avaí)

SANTOS: Gabriel Brazão; Rodrigo Ferreira (Hayner), Gil, Jair (João Basso) e Escobar; João Schmidt (Alejandro), Diego Pituca e Serginho (Billy Arce); Otero (Weslley), Furch e Guilherme.
Técnico: Fábio Carille

AVAÍ: César Augusto; Gustavo Talles, Tiago Pagnussat, Gustavo Vilar e Mário Sérgio; Willian Maranhão (Ronaldo Henrique), Pedro Castro (Judson) e Giovanni (João Paulo); Gabriel Barros, Mauricio Garcez (Alan Costa) e Vagner Love (Natanael).
Técnico: Enderson Moreira
Antes da tragédia em campo, o Pelé da comunicação, Silvio Santos, foi homenageado

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Brazão - Fez uma defesa difícil que foi com 20 segundos de jogo. Levou gol indefensável. - 6,0

Rodrigo Ferreira - Começou bem o jogo, mas terminou mal. Com 1,80m conseguiu uma das finalizações mais perigosas do Santos na partida. No segundo tempo deixou de apoiar. Limitado. - 5,5

Gil - Se tem algo que o Santista não se preocupa é a zaga, apesar do gol sofrido. Seguro. - 5,5

Jair - Fez mais um bom jogo. Sempre bem na saída de bola e, apesar de não ser tão rápido, fez bem a cobertura das costas de Rodrigo Ferreira. - 5,5

Escobar - Com o time com todo primeiro tempo precisando atacar, não é a dele. - 4,5

Schmidt - Pior jogo dele na série B. Deu dois contra-ataques de graça para o Avaí. Me pareceu desconectado com o jogo. - 4,0

Pituca - Primeiro tempo razóavel, mas sendo o único jogador do meio no segundo tempo, ficou sobrecarregado e não terminou bem o jogo. Errou 10 passes. Não é normal para o capitão. - 4,5

Serginho - Se o time é pouco criativo passa por esse jogador. - 3,0

Otero - Se está pouco inspirado como esteve, o time perde o drible curto e consequentemente um quebrador de linhas para enfrentar defesas fechadas. - 4,5

Furch - Perdeu gol sem goleiro e perdeu a bola em quatro vezes, das 11 que recebeu. É bom jogador, mas a parte física lhe atrapalha, apesar de ser o segundo jogo seguido ficando todo tempo em campo. - 3,5

Guilherme - Perdeu uma oportunidade ainda no primeiro tempo quando ainda estava 0x0. Depois do pênalti perdido, sumiu do jogo. - 4,5

Patati - Recebeu 11 passes e chutou duas vezes para fora. Como oscila o Menino da Vila. - 5,0

Arce - Sem ritmo, jogou quase todo tempo como uma espécie de segundo volante. Injusto avaliar. - SEM NOTA

Villareal - Estreou como profissional e recebeu ZERO passes. - SEM NOTA

Hayner - Péssimas tomadas de decisão. Perdeu duas vezes a bola e errou um cruzamento. - 4,5

Basso - SEM NOTA

(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo, repórter na Energia 97FM e no Esporte por Esporte.

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