SALVO POR 'TADEUS'

Publicado às 01:30 desta quinta-feira, 20 de junho de 2024
(*) Pedro La Rocca

Longe de ter a atuação dos sonhos, o Santos voltou a vencer na série B, após quatro derrotas consecutivas. A ressurreição Alvinegra veio no retorno à Vila sobre o Goiás, com um triunfo por 2x0. Tadeu (contra) e Bigode marcaram os gols que deixaram o Peixe, ainda que momentaneamente, dentro do G4.

Carille teve os retornos de Guilherme e Furch ao time titular e reeditou o ataque da estreia na temporada com Pedrinho pelo lado direito. O camisa 11 não era titular há cinco jogos. O argentino há 11.

Falar que o Santos dominou as ações da primeira etapa é um fato. Agora, o time demorou para levar perigo ao gol de Tadeu, algo que só aconteceu nos acréscimos dos primeiros 45 minutos num chute de JP Chermont.

Foram 11 finalizações e apenas duas no alvo para um time que trocou 237 passes. 

Algo que se repetiu no duelo contra o Goiás, foi a dificuldade do Santos em furar linhas de cinco, como ocorreu contra Botafogo-SP e Novorizontino no nacional e São Bernardo no estadual. 

A falta de variação além das bolas abertas nas pontas para cruzamento é notória quando o time precisa de 118 passes para acertar uma bola no gol em 45 minutos. Carille disse na coletiva que não pretende mudar o seu estilo de jogo. 

Para mim, um erro, porque o Goiás não foi a primeira e nem será a última equipe que virá à Vila Belmiro e vai plantar dois ônibus robustos em frente à sua grande área.

Sorte do pressionado treinador e do Alvinegro mais famoso do mundo que existe um Tadeu no mundo para salvar a pele do comandante e seus comandados.

Até agora não consigo crer e descrever como Tadeu sobe soberano, sem marcação e espalma a bola para o gol estando na entrada da pequena área. 

O gol aconteceu aos 34 da etapa final e, dessa maneira, o Goiás teve que sair para o jogo - tudo que o Santos de Carille gosta. E, assim, saiu o segundo e derradeiro gol.

Aos 39, Pituca encontrou Bigode em velocidade. O atacante veterano driblou a zaga adversária e chapou de canhota no canto direito de Tadeu.

Mesmo com o retorno de titulares o time de Carille não conseguiu propor jogo com eficiência e com varição para encontrar as deficiências do time goiano - como por exemplo as costas dos volantes que em nenhum momento foi explorada por Giuliano e posteriormente Serginho. 

Como disse até o Gallo na última entrevista coletiva, não se pode cair nas armadilhas do sucesso. Ainda acho que o time pode jogar mais e que precisa de quatro jogadores contratados para serem titulares absolutos - goleiro, lateral-esquerdo, meia e ponta-direita.

Carille se aliviou agora, e se perde contra o Mirassol na terça-feira (25)? Volta a pressão em cima do seu trabalho, ou só a vitória contra o Goiás (jogando mal diga-se de passagem) já ameniza tudo. 

Se as tomadas de decisões do departamento de futebol forem a partir dos resultados e não da maneira que vc chega nele e dos desempenhos, a série B será mais difícil do que se imagina.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 2 X 0 GOIÁS

Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Rodrigo José Pereira de Lima (Fifa-PE)
Cartões amarelos: Luiz Henrique e Lucas Ribeiro (Goiás); Escobar (Santos)
Cartões vermelhos: Lucas Ribeiro (Goiás)
Público: 8.720 torcedores
Renda: R$ 337.295,00

GOLS: Tadeu (contra), aos 34' do 2ºT (Santos); Willian Bigode, aos 39' do 2ºT (Santos)

SANTOS: Gabriel Brazão; JP Chermont (Hayner), Gil, Joaquim e Escobar (Rodrigo Ferreira); João Schmidt, Diego Pituca e Giuliano (Serginho); Pedrinho (Otero), Guilherme (Willian Bigode) e Furch.
Técnico: Fábio Carille

GOIÁS: Tadeu; Lucas Ribeiro, Edson e David Braz; Dieguinho (Douglas Borel), Wellington (Nathan Melo), Marcão (Juninho) e Luiz Henrique; Paulo Baya, Welliton Matheus (Pedrinho) e Breno Herculano (Denzel).
Técnico: Márcio Zanardi
Carille se alivia no cargo de treinador do Peixe
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

Brazão - Fez duas boas intervenções no pé do atacante adversário. - 6,0

Chermont - Bem na defesa e o melhor no apoio. Produziu o primeiro lance perigoso da parte e obrigou Tadeu a fazer a primeira defesa dele no jogo. Tem muita explosão e inteligência de jogo. - 6,5

Gil - Voltou a ser o camisa quatro que conheci em outrora. Muito preciso e seguro nos desarmes. Voltou a compensar a falta de velocidade com posicionamento e leitura de jogo. - 6,5

Joaquim - Infelizmente, pela obrigação do Santos na competição de atacar o seu adversário, foi o melhor em campo. Sempre preciso no alto e fez uma cobertura no segundo tempo que foi crucial - o atacante sairia cara a cara com Brazão. - 7,0

Escobar - Mal na marcação. O lance mais perigoso do time visitante saiu, porque não guardou posição. Apanhou da bola. - 4,0

Schmidt - Pode acelerar mais a saída de bola. Já o vi jogar melhor. - 5,0

Pituca - Começou mal na marcação depois cresceu. Fez a jogada do segundo gol. - 5,5

Giuliano - Saiu mais da área para buscar jogo com Schmidt e Pituca. Nos últimos 20 minutos já não tinha mais perna. Precisa de alguém para disputar posição com ele urgente. - 4,5

Pedrinho - Bem no um contra um. Mal nas tomadas de decisão. O camisa sete teve duas oportunidades de servir um companheiro, mas preferiu a finalização. - 5,0

Furch - Não foi bem pelo alto e fez algumas jogadas estilo pivô de futsal. Longe de ser um perigo para Tadeu. - 5,0

Guilherme - O time precisa dele bem. A cara já mudou. Defensivamente faz Escobar ter muita segurança em alguns momentos e ainda tem força para chegar à frente. Tudo isso voltando de lesão muscular. - 6,5

Bigode - Autor do segundo gol, na única bola que chegou para ele, fez boa jogada e guardou. Bom reserva. Só. - 6,5

Otero - Fez duas boas jogadas individuais, mas pecou na tomada de decisão. Iniciou a jogada do gol de Bigode. - 6,0

Serginho - Como diz o dono do espaço, nem fra, nem fru. Apenas quatro toques na bola e um passe. - 5,0

Rodrigo Ferreira - SEM NOTA

Hayner - SEM NOTA

(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e repórter no Esporte por Esporte. 

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