NÃO ENTENDEU SUA PRÓPRIA REALIDADE

Publicado às 23:54 desta sexta-feira, 14 de junho de 2024
(*) Pedro La Rocca

O Santos chegou à quarta derrota consecutiva. Foi até Ponta Grossa para enfrentar o Operário que vinha de duas vitórias por 1x0 e repetiu o placar contra o time da Vila. Willian Machado marcou o único gol da partida. Furch até empatou, mas foi anulado. 

Carille teve o retorno de Chermont na lateral-direita, voltou a ter Pedrinho como titular numa ponta e surpreendeu com Hayner avançado na linha ofensiva, que ficou três vezes impedido só no primeiro tempo.

O marasmo e pragmatismo dos últimos jogos permaneceu. Se a média do Alvinegro era de 72,7 passes para acertar uma bola no gol, nesse duelo precisou de 257 para atingir a meta adversária.

O primeiro chute do Peixe só veio aos 27 minutos com Pedrinho. Este, para fora. Serginho finalizou a única vez no gol aos 45 da etapa final.

Willian Machado abriu o placar aos 20 minutos. Ele cortou Pituca, que virou de costas, e finalizou por baixo das pernas de Gabriel Brazão. O Santos levou um gol de escolinha sub-6. Erros muito básicos.

Joaquim acertou a trave, o goleiro Rafael defendeu um chute venenoso de Serginho e ainda deu tempo, aos 50 minutos, de Furch empatar, mas o gol foi anulado por impedimento. Uma das poucas vezes que eu vi o futebol ser justo com quem venceu.

Poderia ficar até o próximo final de semana lá no Germano Krüger que não ia empatar o jogo. A "redonda" não queria entrar de jeito nenhum neste final.

Depois de quatro derrotas seguidas fica até fácil fazer críticas. Mas estou bem a vontade para citar dois pontos - e podem puxar a orelha, porque vou fazer chover no molhado.

O elenco montado é para disputar a série A do Brasileiro, tecnicamente falando - e na folha salarial também. Mas estes mesmos atletas ainda não entenderam a própria realidade de competição - a série B.

Preciso dizer novamente que precisa-se rejuvenescer o elenco? 29,1 foi a média de idade do Santos na partida. Graças a Chermont, que tem 18 anos. Eu coloco em minha responsabilidade dizer que o Souza seria tecnicamente superior ao Escobar - idem para Jair em relação a Joaquim.

Não sei o que vão fazer, mas já neste sábado (15) devem tomar medidas drásticas no departamento de futebol, porque numa empresa comum, o contratado com quatro revés seguidos seria, no mínimo, chamado na sala do chefe para explicar e logo mudar algumas metodologias - para não dizer que ele seria demitido.

Quando digo isso, não é só para Carille. Serve para todo o departamento de Futebol. 

Restam 84 pontos em disputa. Com 15 pontos, o Alvinegro precisa de 50 para ter uma condição tranquila de acesso. Acabou a margem de erro com cinco derrotas em 10 jogos.

O próximo adversário será o Goiás, quarta-feira (19), 19h, no retorno à Vila Belmiro.

FICHA TÉCNICA
OPERÁRIO 1 X 0 SANTOS

Local: Estádio Germano Kruger, em Ponta Grossa (PR)
Árbitro: Alex Gomes Stefano (RJ)
Cartões amarelos: Hayner, Pedrinho, João Schmidt, Gil e Otero (Santos); Jacy, Pará e Vinícius Diniz (Operário)

GOL: Willian Machado, aos 20' do 1ºT (Operário)

OPERÁRIO: Rafael Santos; Santiago Ocampos (Fagner Alemão), Willian Machado, Índio (Vinícius Diniz) e Pará; Joseph, Jacy e Rodrigo Rodrigues (Marco Antônio); Pedro Lucas (Ronald), Maxwell e Daniel Lima (Ronaldo)
Técnico: Rafael Guanaes

SANTOS: Gabriel Brazão; JP Chermont (Rodrigo Ferreira), Gil, Joaquim e Escobar; João Schmidt (Serginho), Diego Pituca e Giuliano; Hayner (Otero), Pedrinho (Guilherme) e Willian Bigode (Furch)
Técnico: Fábio Carille
Carille não está conseguindo extrair o melhor de cada jogador

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS 

Brazão - Fez uma única boa defesa e falhou no gol. - 4,5

Chermont - Apagado, foi pouco inspirado no ataque. Seus dribles para a linha de fundo não deram certo. - 5,0

Gil - Se salva quando se fala de parte técnica, mas foi novamente mal pelo alto, tanto que o gol sai de um cabeceio errado do camisa quatro. - 4,5

Joaquim - Errou 13 passes e teve 20% de aproveitamento na bola longa. Saída de bola péssima. - 3,0

Escobar - Novamente, muita vontade, o que é indiscutível para o camisa 31, mas o time sente falta de um lateral-esquerdo que faz a diferença no ataque. 66% de aproveitamento no passe é lamentável para um atleta do Santos. - 4,0

Schmidt - Muito atrasado em todos os desarmes, tanto que levou cartão amarelo. A proposta de jogo depende muito do camisa cinco. - 4,0

Pituca - Foi o pior jogo do capitão desde que chegou. Não pode fazer o que fez no gol sofrido, virando de costas para um zagueiro que lhe deu um corte sem qualidade alguma para tal ação. - 4,0

Giuliano - Muito lento. Perdeu um gol incrível no primeiro tempo, porque demorou para chutar. - 4,5

Pedrinho - Dono da primeira finalização do Santos, ainda tentou algo com drible, mas o senti desconfiante para jogadas mas incisivas em direção ao gol. - 4,5

Bigode - Depende muito da parte física, e não tem mais o mesmo vigor de outrora. Estava com Giuliano na demora num lance claro de finalização. - 3,5

Hayner - Não tem nada que justifique ter o camisa três como ponta avançado, ficou três vezes impedido em 45 minutos. - 3,0

Otero - Até nas bolas paradas, sua especialidade, está muito abaixo do aceitável. - 3,5

Guilherme - Deu o cruzamento para Joaquim acertar a trave. O time precisa do seu retorno. Único jogador com essa característica no elenco Alvinegro. - 5,5

Furch - Atacante com a cara da competição, que faz muito bem o jogo aéreo e a parede. Teve um gol bem anulado no final da partida. - 5,5

Serginho - Deu a única finalização no gol do Santos na partida. - 5,0

Rodrigo Ferreira - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e repórter no Esporte por Esporte. 

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