NÃO É O FIM DO MUNDO

Publicado às 22:29 deste domingo, 28 de janeiro de 2024

(*) Pedro La Rocca

O primeiro clássico do ano não terminou da forma que o torcedor Santista gostaria. Depois de duas atuações convincentes e com vitória, o Peixe foi ao Allianz Parque e saiu derrotado por 2x1. Veiga e Flaco Lopéz marcaram os gols do rival, enquanto Otero diminuiu para o time de Carille.

O treinador Alvinegro promoveu quatro mudanças no time titular, que foi o mesmo nas duas primeiras rodadas. Kevyson, Rincón, Cazares e Willian Bigode entraram nas vagas de Felipe Jonatan, Giuliano, Guilherme e Furch.

O primeiro tempo foi de total domínio do time da casa. A estratégia de ter Cazares pela esquerda não deu certo. O meia não volta para marcar nem por decreto e deixou Kevyson no mano a mano com Mayke. O placar não foi aberto na etapa inicial por falta de competência do time de Abel Ferreira.

Mapa de calor do Santos em todo jogo


O goleiro Weverton não trabalhou em nenhum momento nos primeiros 45 minutos e Bigode ficou órfão de pai e mãe no campo ofensivo.

Entendo que o Rincón poderia fazer marcação individual em cima do Veiga por dois motivos: estava sem função da maneira que jogou e o camisa 23 tentou seis cruzamentos só nesse espaço de tempo.

Quando Carille mudou no intervalo, viu a esperança Alvinegra ir por água abaixo - abertura do placar logo aos três minutos com Raphael Veiga. O meia finalizou mascado e encontrou o canto do goleiro João Paulo. 

Ampliou o Palmeiras aos 16. Rony ganhou no alto de Aderlan, partiu no contra-ataque e serviu Flaco López na segunda trave, que precisou de duas chances para colocar 2x0 no placar.

Semelhança dos dois gols? Aderlan estava órfão de pai e mãe na marcação, assim como Kevyson estava no primeiro tempo. A diferença foi a competência Alviverde. Não tem porque Cazares jogar aberto, sendo que, repito, não marca nem por decreto.

O Santos conseguiu diminuir a derrota aos 23 minutos. Otero começou o contra-ataque e foi servido por Bigode dentro da grande área. Venezuelano mais uma vez entrou bem e deu dinâmica ao meio-campo Alvinegro.

Peixe perdeu duas oportunidades claras, no mínimo, enquanto perdia o jogo. Guilherme cara a cara com Weverton foi a mais dolorida. Poderia ser o empate. Evidente que o lance aconteceu quatro minutos antes do gol de Otero, mas o time teria mais chance de levar um ponto no Allianz.

Como disse no título, a derrota não é o fim do mundo, mas Carrile poderia ter mexido no quesito tático do time antes da "tragédia" acontecer. Vejo que uma hora a derrota iria chegar, mas Weverton poderia ter trabalhado mais.

Faltou material humano, também, para puxar contra-ataques. 

Além disso, Carille teve apenas um treinamento para preparar uma equipe que ainda não havia sido utilizada em 2024.

Longe de mim querer normalizar a derrota, mas vejo que o time pode apesentar o que mostrou nas duas rodadas iniciais nos próximos jogos.

Apesar da derrota, o clube de Vila Belmiro segue líder do seu grupo com seis pontos conquistados.

A ver como a equipe vai reagir na quarta-feira (31), contra o Água Santa. Segundo jogo consecutivo fora de casa, numa partida em que o Peixe pode não ter Giuliano, que saiu sentindo a panturrilha.

FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 2 X 1 SANTOS

Local: Allianz Parque, em São Paulo (SP)
Árbitro: Raphael Claus
Cartões amarelos: Abel Ferreira (Palmeiras); Tomás Rincón (Santos)

GOLS: Raphael Veiga (Palmeiras), aos 3' do 2ºT; Flaco López (Palmeiras), aos 16' do 2ºT; Otero (Santos), aos 23' do 2ºT.

PALMEIRAS: Weverton; Gómez, Luan e Murilo; Mayke (Marcos Rocha), Richard Ríos (Fabinho), Zé Rafael (Aníbal Moreno), Raphael Veiga (Gabriel Menino) e Piquerez; Rony e Flaco López (Jhon Jhon).
Técnico: Abel Ferreira

SANTOS: João Paulo; Aderlan, Gil, Joaquim e Kevyson (Felipe Jonatan); Tomás Rincón (Giuliano) (Otero), João Schmidt, Diego Pituca e Cazares; Pedrinho (Guilherme) e Willian Bigode (Furch).
Técnico: Fábio Carille

Carille chegou à sua primeira derrota após retorno à Vila Belmiro

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

João Paulo - O primeiro gol era defensável, no segundo foi traído por Joaquim. - 5,0

Aderlan - Sempre muito seguro, porém não foi bem ao perder a dividida com Rony no lance do segundo gol. Na segunda etapa, foi prejudicado pela falta de ajuda na marcação. - 5,5

Gil - Evidente que a falta de velocidade o tirou da vitória na disputa com Rony na origem do primeiro gol. De resto, seguro e não comprometeu. - 5,5

Joaquim - Mal. Marcou a bola ao invés do López e traiu o goleiro João Paulo ao olhar o rebote apenas. - 4,5

Kevyson - Tem dificuldade na marcação e ainda sem ajuda no primeiro tempo, sofreu, claro. Já vi fazer partidas piores, porém não dá para falar que foi bem. - 5,0

Schmidt - A principal surpresa dentre as contratações. Tem crescido fisicamente e conseguiu deixar Guilherme e Bigode em boas condições. Muita visão de jogo. - 7,5

Pituca - Muito pulmão para percorrer todo o campo. Mapa de calor de um grande jogador de meio-campo. - 6,0

Rincón - Tomou um amarelo bobo e estava perdido na marcação. Saiu tanto da posição natural, que lembrou o péssimo Fernández em determinado momento. - 4,5

Cazares - Deixou os laterais órfãos de pai e mãe. Jogou pouquíssimo por dentro. - 4,5

Pedrinho - Assistiu Aderlan por um período, mas pouco tocou na bola. - 5,5

Bigode - Deu dó. Quando teve boa oportunidade, deu a assistência para o gol. - 6,0

Giuliano - Jogou apenas 11 minutos. - SEM NOTA

Guilherme - Perdeu chance incrível aos 12 minutos da segunda etapa cara a cara com Weverton. Foi, muito provavelmente, a bola do jogo. Gosto do jogador, porém no clássico não foi bem. - 4,5

Otero - Está pedindo passagem no time titular. Prende bem a bola e pisa constantemente na área. - 7,5

Furch - SEM NOTA

Felipe Jonatan - SEM NOTA

(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e repórter no Esporte por Esporte.

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