Publicado às 22:56 deste domingo, 01 de outubro de 2023 |
(*) Pedro La Rocca
A festa da torcida mais uma vez fez efeito para a vitória numa nova final para o Santos Futebol Clube. O placar de 4x1 contra o Vasco em Vila Belmiro foi extremamente justo pela maneira em que o Peixe jogou, novamente sob o comando de Marcelo Fernandes. Os gols de Marcos Leonardo (duas vezes), Rincón e Soteldo tiraram o time da zona de rebaixamento. Vegetti marcou o único gol dos visitantes.
O Marcelo se utilizou do ditado que "time que tá ganhando não se mexe" e manteve os mesmos atletas titulares que iniciaram a partida na vitória sobre o Bahia. A única inesperada alteração foi no capitão da equipe - Rincón tomou a faixa de João Paulo.
Além disso, taticamente, o treinador agora efetivo do Santos, trouxe o Joaquim para atuar como líbero e levou o Basso para jogar pelo lado direito da zaga, já que o camisa 28 ficaria numa marcação homem a homem com o fortíssimo no jogo aéreo, Vegetti.
Foram 10 minutos de domínio da equipe visitante, que foi mais presente no campo ofensivo. Mas numa tentativa em velocidade, Rincón serviu Marcos Leonardo na diagonal, o centroavante foi derrubado por Puma Rodríguez e a penalidade foi marcada após análise do VAR. Pênalti interpretativo, acho justa a marcação, mas não colocaria como absurdo se o jogo seguisse.
O gol do alívio. Marcos Leonardo fez a alegria dos torcedores na Vila marcando mais um gol com a camisa do Peixe cobrando o pênalti no canto direito do goleiro Léo Jardim.
Houve um certo controle do Peixe na sequência, apesar do Vasco chegar a sete escanteios em 28 minutos de partida. A bola aérea, grande preocupação nos últimos jogos e que é ponto forte dos cariocas, foi bem anulada pela zaga Alvinegra, que soube sofrer.
Aos 30 minutos veio a grande preocupação - gol do Vasco. Kevyson era o último homem e tentou a finalização de longa distância. Vegetti interceptou, a bola sobrou para Pec em velocidade que já dentro da área, só rolou para o centroavante empatar a partida. Um gol que não estava no roteiro e poderia complicar a vida do Santos, que voltara à zona de rebaixamento.
O Peixe conseguia anular os principais pontos fortes do Vasco e sofrer um gol em meio à uma infelicidade pode cortar qualquer euforia.
Assim como na partida contra o Bahia, o alívio veio a partir de uma jogada ensaiada. Escanteio cobrado para Dodô na primeira trave, que desviou para Rincón completar no canto esquerdo do goleiro adversário, já nos acréscimos da primeira etapa.
Mal esperava o torcedor mais otimista que dois minutos depois, Marcos Leonardo iria fazer o 3x1 como fez. O camisa nove, de novo decisivo, finalizou de primeira e de canhota para ampliar a vitória Santista.
Um primeiro tempo de um bom futebol, de duas equipes que estudaram e trabalharam muito em cima da outra durante a semana. Todos tiveram chances.
Vendo que só com Vegetti não estava dando certo, o técnico Ramon Díaz tirou o volante Zé Gabriel para colocar o centroavante Ferreira. Não deu certo, porque a superioridade dos três zagueiros prevaleceu.
Psicologicamente melhor para a segunda etapa, o Santos já começou do jeito que precisava. Aos quatro minutos, Soteldo deu uma caneta em Marlon Gomes e serviu Marcos Leonardo na segunda trave. O camisa nove até completou para a rede, mas o seu hat-trick foi impedido pelo impedimento marcado.
Aos 10 minutos o grande ponto chave da partida. Soteldo foi provocar o adversário ao ficar literalmente em cima da bola e Ferreira foi direto na voadora em cima do venezuelano e o tempo fechou. O jogo ficou parado por cerca de seis minutos e sobraram cartões amarelos para Soteldo e Ferreira pelo lance.
Futebol garoto, arte, como deve ser em Vila Belmiro. O Daronco foi um brincalhão ao dar cartão para o camisa 10. Pior ainda, foi a explicação na súmula:
"Por discutir com seu adversário com a bola fora de jogo (atitude antidesportiva)"
No meio da confusão Lucas Lima, Rodrigo Fernández (no banco) e Medel receberam vermelho, porque protagonizaram agressões na visão do árbitro Daronco. João Paulo, que deu um empurrão no capitão adversário, recebeu amarelo.
O ex-Santista, Maicon, entrou logo depois na lateral-direita para potencializar os cruzamentos, porém de novo não deu certo, ainda mais que porque o Peixe aumentou a estatura com a saída do Dodô e a entrada do Messias.
Com 30 minutos, Soteldo foi coroado de um jeito inusitado. Ele afastou a bola dentro da área defensiva de cabeça e o próprio fuzilou o gol do Vasco já na outra linha de fundo. O camisa 10 marcou o seu primeiro gol após 29 jogos desde o seu retorno.
Apesar de serem trazidos de forma tardia, olha como as pessoas identificadas com o clube e a cidade ajudam. Carlito colocou o time no eixo fisicamente, o Gallo acertou nas contratações que fez e Marcelo Fernandes de novo apagando um grande um incêndio.
Taticamente o treinador ajeitou o time. Leu perfeitamente o time adversário. O ponto forte da ultrapassagem dos laterais foi anulado pelas coberturas dos zagueiros e pela ajuda dos volantes. Nem o Vegetti pelo alto conseguiu jogar.
Pela alta quantidade de jogadas ofensivas, os laterais deixavam espaço e os gols com a bola rolando vieram a partir desses buracos.
Acertou em colocar a faixa de capitão no Rincón, já que o João Paulo pediu para não utilizá-la mais.
Se não tem o espírito de treinador de um Guardiola, ou de Mourinho, conhece do riscado e tem a linguagem dos jogadores. O Marcelo foi perfeito na coletiva ao falar que 1+1=2. É um fato. Tentaram fazer dar três, ou 1,5 com outros treinadores, mas futebol é simples, ainda mais no Santos Futebol Clube.
Agora de fato fora da zona de rebaixamento. É sair para não voltar mais. Faltam 18 pontos para os 45. A luta continua.
No próximo domingo (08), o Peixe vai à Barueri enfrentar o Palmeiras às 16h e não terá os suspensos Dodô, Soteldo, Lucas Lima e Fernández.
O novo capitão Santista mostrou o porque merece a faixa |
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