A LUTA CONTINUA

Publicado às 03:48 desta sexta-feira, 27 de outubro de 2023


(*) Pedro La Rocca

Depois de levar uma derrota acachapante para o Internacional, o Peixe voltou a jogar em Vila Belmiro e precisava vencer de qualquer jeito - e assim fez. Contra o Coritiba, o Santos venceu por 2x1 e vai dormir, pelo menos até a próxima rodada, fora da zona de rebaixamento. Matheus Bianqui (contra) e Marcos Leonardo decretaram a vitória Alvinegra e Robson fez o gol dos curitibanos.

O técnico Marcelo Fernandes contou com os retornos do João Paulo, Jean Lucas e Soteldo. Os três viviam problemas de suspensão. Vladimir, que sequer foi relacionado, Dodi e Furch perderam as vagas no time titular.

Assim como na partida contra o Bragantino, o Peixe começou com tudo. Apesar de não ter acertado a trave como outrora ou até marcado o gol, os Santistas abafaram os paranaenses.

E logo aos quatro minutos o Santos já conseguiu abrir o placar e com o grande canhão de Marcelo Fernandes - a bola aérea. Lucas Lima cruzou e num primeiro momento vi o cabeceio do Joaquim, mas a súmula do terrível árbitro Wagner do Nascimento Magalhães deu gol contra para Matheus Bianqui.

Era o gol perfeito para colocar um esquecimento no 7x1 e mudar a parte psicológica. Porém, aos quatro minutos, o árbitro marcou um pênalti ridículo no braço de Dodô, que estava em movimento natural. Robson marcou o gol de empate, seis minutos depois do lance acontecer.

Ficou nítido que o gol sofrido fez o time murchar e fez um restante de primeiro tempo apático e o lance mais importante desde então foi a expulsão de William Farias, aos 37 minutos.

No intervalo, os treinadores mudaram por conta das circunstâncias da partida. Os visitantes passaram a jogar sem um jogador na linha de frente e o Peixe voltou a ter linha de quatro na defesa e Julio Furch entrou na vaga do Kevyson.

A mudança Santista era natural e poderia ser feita até desde o início, mas não é nem do perfil do Marcelo fazer mudanças drásticas de uma hora à outra.

Quando precisa propor jogo o time do Santos sempre tem muita dificuldade, não é de hoje. E foi de novo a partir da bola parada que o time de Vila Belmiro se colocou novamente a frente do placar.

Soteldo, que fazia partida apagada, recebeu escanteio curto, levou até a linha de fundo e encontrou o Marcos Leonardo sozinho na pequena área. O camisa nove mostrou o porque é o vice-artilheiro do Brasileirão e cabeceou como manda o manual.

O gol saiu aos 27 minutos da etapa final e logo oito minutos depois, o mesmo Marcos Leonardo iria ampliar o placar com um lindo gol de sem-pulo, mas o VAR anulou o tento traçando a linha de impedimento no cotovelo do camisa nove. Um escárnio da arbitragem carioca que esteve em Urbano Caldeira.

Inclusive, os senhores Wagner do Nascimento Magalhẽs e Carlos Eduardo Nunes Braga deveriam sair de Vila Belmiro e da cabine do VAR, respectivamente, direto para a geladeira da CBF. Que arbitragem pífia na última noite de quinta-feira (26).

De certo que o futebol apresentado foi muito pobre vide a qualidade técnica do adversário, que é o vice-lanterna da competição, e isso preocupa muito para o clássico contra o Corinthians no domingo (29), mas o mais importante era vencer e sair da zona de rebaixamento após a goleada sofrida na última rodada.

Apesar de ter três jogadores bons no meio-campo, o Santos voltou a sofrer no setor, já que o Coritiba, ou aparecia com quatro jogadores por ali, ou os levava em grande quantidade para o setor da bola. Por conta da superioridade, inclusive, os visitantes conseguiram virar a partida no primeiro tempo, mas o argelino, Slimani, estava em posição irregular.

De novo a bola parada foi crucial para a vitória Santista. Se o Marcelo não é o Guardiola das táticas, tem muita leitura de jogo e sabe fazer jogadas ensaiadas. 

Apesar de fazer apenas uma mudança até os 30 minutos de jogo, a entrada do Furch foi crucial para não deixar o Marcos Leonardo contra três zagueiros adversários.

A luta continua. Faltam 12 pontos para os 45.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 2 X 1 CORITIBA

Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (Fifa-RJ)
Cartões amarelos: Willian Farias, Robson, Matheus Bianqui e Fransérgio (Coritiba); Joaquim e Julio Furch (Santos).
Cartões vermelhos: Willian Farias (Coritiba)
Público: 12.205 torcedores
Renda: R$ 489.047,50

GOLS: Joaquim (Santos), aos 3' do 1ºT; Robson (Coritiba), aos 10' do 1ºT; Marcos Leonardo (Santos), aos 28' do 2ºT.

SANTOS: João Paulo; Joaquim, João Basso e Dodô; Lucas Braga (João Lucas), Tomás Rincón, Jean Lucas, Lucas Lima (Maxi Silvera) e Kevyson (Julio Furch); Soteldo (Mendoza) e Marcos Leonardo (Rodrigo Fernández).
Técnico: Marcelo Fernandes

CORITIBA: Gabriel; Natanael (Hayner), Henrique, Jean Pedroso e Victor Luis; Willian Farias, Matheus Bianqui (Garces) e Sebastián Gómez; Marcelino Moreno (Fransérgio), Slimani (Bruno Gomes) e Robson (Reynaldo).
Técnico: Thiago Kosloski
O camisa 10 deu a assistência para o gol da vitória

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

João Paulo - Excluindo o pênalti, só foi trabalhar de fato nos acréscimos. - 6,0

Lucas Braga - Tem dificuldade na leitura da marcação quando o meia do time adversário cai pela sua lateral. Ofensivamente pouco produziu, com uma clara falta de confiança. - 5,0

Joaquim - Voltou a fazer uma grande partida, agora precisa dar sequência. Soberano demais no jogo aéreo, ganhou literalmente todas as bolas. Foi coroado com o gol que precisa ser revisto na súmula da arbitragem. - 8,0

Basso - Ficou perdido com o Slimani na primeira etapa. Tem dificuldade de guardar posição. Sem ofensividade pelo lado dos visitantes, cresceu na segunda etapa. - 4,5

Dodô - Não teve culpa e muito menos foi pênalti. Defensivamente seguro como zagueiro, mas no segundo tempo foi lateral e não tem mais explosão para ir no fundo, uma necessidade Santista naquele momento. - 5,5

Kevyson - Psicologicamente abalado pelas últimas partidas, não conseguiu produzir ofensivamente. Liderou o time em desarmes. - 5,0

Rincón - Demorou para se achar na partida, chegando atrasado muitas vezes. Tanto que teve apenas seis duelos vencidos em 14 disputados. Longe de ser o camisa 25 que já vimos, mas ainda assim é crucial para o time. - 5,5

Jean Lucas - Uma das piores partidas dele desde o seu retorno, claro jogando de segundo volante. Cresceu após o gol da vitória, mas antes vinha produzindo muito pouco. Errou lances que não costuma errar. - 5,0

Lucas Lima - Ao contrário de outros, fez uma das suas melhores partidas desde que chegou. Correu com e sem a bola e corretamente. Produziu boas jogadas. - 6,5

Soteldo - Um jogador com a sua qualidade, mesmo apagado no jogo pode resolver tudo com um lampejo e assim aconteceu. Grande jogada para assistir o Marcos Leonardo. - 6,5

Marcos Leonardo - Outro grande jogo do camisa nove, que cada vez mais prova que merece uma chance entre os selecionáveis. 13 gols no Brasileirão e contando. - 8,0

Furch - Acertou uma bola na trave que foi um pecado não ter entrado. Apesar do tamanho sabe manter a bola consigo e mostra conhecer o terço final do campo. - 6,0

Silvera - SEM NOTA

João Lucas - SEM NOTA

Fernández - SEM NOTA

Mendoza - SEM NOTA

(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e repórter no Esporte por Esporte.

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