Times ganham jogos, elencos ganham campeonatos. Essa é uma frase básica no futebol. O problema é que no Santos, nem o básico é feito. O Peixe repete o roteiro do jogo contra o Goiás e sofre o empate após estar vencendo por dois gols de diferença. Marcos Leonardo marcou duas vezes no placar de 2x2, enquanto Tiquinho Soares diminuiu para o time do Botafogo e Adryelson empatou.
O técnico Paulo Turra sacou Lucas Braga do time titular e fez a reestreia de Jean Lucas com a camisa do Santos. O jogador deu a assistência para o gol de Marcos Leonardo e não atuava desde dezembro. Além disso, Fernández retornou de suspensão.
A proposta do Santos era clara: entregar a bola aos visitantes e encontrar os espaços nas costas deles.
Com três volantes e Lucas Lima aberto pelo lado direito, o Peixe variava entre o 4-1-4-1 e o 4-2-3-1 para fazer uma marcação por encaixe individual. Quem dava o comando inicial de pressão era o Jean Lucas.
A grande dificuldade do Santos estava na saída de bola, por conta do Messias estar torto jogando pelo lado esquerdo da defesa e o adversário pressionar em bloco alto.
Justamente no escape em velocidade que o Peixe conseguiu a abertura do placar. João Paulo ligou Jean Lucas, que lançou Marcos Leonardo na linha de fundo. O camisa nove deu um drible desconcertante, que deixou o bom zagueiro Adryelson deitado no chão e venceu o goleiro Lucas Perri.
Exceto no vexatório clássico contra o São Paulo, o Santos fez bons 45 minutos inciais contra Cuiabá, Goiás e agora Botafogo. Após um mês e 20 dias os cariocas voltaram a sofrer gol.
Se tiveram repetições das partidas citadas acima no primeiro tempo, no segundo também - o Peixe abdicou de jogar futebol. Antes de ampliar, João Paulo fez uma grande defesa cara a cara com Victor Sá, após João Lucas e Joaquim abrirem um buraco entre eles.
Na única grande chance que teve, o Peixe sobre aproveitar. Lucas Lima, que apesar de sumido, correu muito durante todo jogo, roubou bola no ataque e serviu Marcos Leonardo dentro da área. O Menino da Vila aproveitou a última chance do Santos no jogo.
A partir daí, domínio completo do adversário, que já era grande.
Num lance muito parecido com a defesa de João Paulo no lance anterior, o Botafogo diminuiu. Janderson foi servido dentro da área no pivô e serviu Tiquinho Soares, que diminuiu aos 38.
Aos 41 os líderes da competição empataram. Adryelson subiu de cabeça, diferente dos defensores Santistas e empatou. É o quinto jogo consecutivo em que o Santos sofre gol de bola aérea, uma doença crônica do time Alvinegro. Já nos acréscimos, Rodrigo Fernández tirou uma bola em cima da linha, evitando a derrota do Peixe.
Se me dessem um papel para assinar o empate antes do início do jogo, eu faria na hora. O detalhe é a maneira que veio o empate. Jogo na mão até os 38 minutos do segundo tempo e mais uma vez o Santos entregou. A diferença do jogo contra o Goiás, é que estamos falando de um time cascudo e que jamais cometeria um pênalti bobo daquele.
Turra ajeitou bem o time com três volantes. Reforçar o time custa caro, por isso os novos jogadores devem ser de Jean Lucas para cima, que mesmo sem ritmo, mostrou que eleva demais o patamar do elenco.
Com 2x0 no placar e faltando menos de 10 minutos para o fim, era momento de segurar a bola no campo de ataque - o contrário foi feito. Depois da saída de Jean Lucas e Dodô (os maiores desafogos técnicos do time), o que se viu foi um verdadeiro queijo suíço na defesa Santista.
Além de perder em qualidade técnica depois da saída de Jean Lucas, o Peixe perdeu também em marcação, porque Luan Dias entrou, deixando um novo buraco no meio-campo.
Três pontos marcaram negativamente a participação de Turra nessas suas cinco primeiras partidas, especialmente nas segundas etapas: escolhas equivocadas nas substituições, falta de elenco e um cansaço do time fora do normal.
Paulo Turra e a preparação física precisam aproveitar que o time Santista só joga de final de semana, pelo menos por enquanto, para colocar o elenco numa melhor condição física. Dos times da parte debaixo da tabela, Corinthians, Goiás e América-MG jogam duas ou mais competições.
Já são três pontos de diferença para a zona de rebaixamento. No próximo sábado (29), contra o Fluminense, fora de casa, o Peixe já pode entrar na temida zona de rebaixamento. Time grande não está acostumado a esse tipo de situação, então é de extrema importância o Peixe sequer pensar em ser ultrapassado por Corinthians, Goiás e Bahia.
Faltam 28 pontos. A luta continua.
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