SANTOS IMPLORA PARA PERDER PONTOS

Publicado às 20:11 deste domingo, 23 de julho de 2023

(*) Pedro La Rocca

Times ganham jogos, elencos ganham campeonatos. Essa é uma frase básica no futebol. O problema é que no Santos, nem o básico é feito. O Peixe repete o roteiro do jogo contra o Goiás e sofre o empate após estar vencendo por dois gols de diferença. Marcos Leonardo marcou duas vezes no placar de 2x2, enquanto Tiquinho Soares diminuiu para o time do Botafogo e Adryelson empatou.

O técnico Paulo Turra sacou Lucas Braga do time titular e fez a reestreia de Jean Lucas com a camisa do Santos. O jogador deu a assistência para o gol de Marcos Leonardo e não atuava desde dezembro. Além disso, Fernández retornou de suspensão.

A proposta do Santos era clara: entregar a bola aos visitantes e encontrar os espaços nas costas deles. 

Com três volantes e Lucas Lima aberto pelo lado direito, o Peixe variava entre o 4-1-4-1 e o 4-2-3-1 para fazer uma marcação por encaixe individual. Quem dava o comando inicial de pressão era o Jean Lucas.

A grande dificuldade do Santos estava na saída de bola, por conta do Messias estar torto jogando pelo lado esquerdo da defesa e o adversário pressionar em bloco alto.

Justamente no escape em velocidade que o Peixe conseguiu a abertura do placar. João Paulo ligou Jean Lucas, que lançou Marcos Leonardo na linha de fundo. O camisa nove deu um drible desconcertante, que deixou o bom zagueiro Adryelson deitado no chão e venceu o goleiro Lucas Perri.

Exceto no vexatório clássico contra o São Paulo, o Santos fez bons 45 minutos inciais contra Cuiabá, Goiás e agora Botafogo. Após um mês e 20 dias os cariocas voltaram a sofrer gol.

Se tiveram repetições das partidas citadas acima no primeiro tempo, no segundo também - o Peixe abdicou de jogar futebol. Antes de ampliar, João Paulo fez uma grande defesa cara a cara com Victor Sá, após João Lucas e Joaquim abrirem um buraco entre eles.

Na única grande chance que teve, o Peixe sobre aproveitar. Lucas Lima, que apesar de sumido, correu muito durante todo jogo, roubou bola no ataque e serviu Marcos Leonardo dentro da área. O Menino da Vila aproveitou a última chance do Santos no jogo.

A partir daí, domínio completo do adversário, que já era grande.

Num lance muito parecido com a defesa de João Paulo no lance anterior, o Botafogo diminuiu. Janderson foi servido dentro da área no pivô e serviu Tiquinho Soares, que diminuiu aos 38. 

Aos 41 os líderes da competição empataram. Adryelson subiu de cabeça, diferente dos defensores Santistas e empatou. É o quinto jogo consecutivo em que o Santos sofre gol de bola aérea, uma doença crônica do time Alvinegro. Já nos acréscimos, Rodrigo Fernández tirou uma bola em cima da linha, evitando a derrota do Peixe.

Se me dessem um papel para assinar o empate antes do início do jogo, eu faria na hora. O detalhe é a maneira que veio o empate. Jogo na mão até os 38 minutos do segundo tempo e mais uma vez o Santos entregou. A diferença do jogo contra o Goiás, é que estamos falando de um time cascudo e que jamais cometeria um pênalti bobo daquele.

Turra ajeitou bem o time com três volantes. Reforçar o time custa caro, por isso os novos jogadores devem ser de Jean Lucas para cima, que mesmo sem ritmo, mostrou que eleva demais o patamar do elenco.

Com 2x0 no placar e faltando menos de 10 minutos para o fim, era momento de segurar a bola no campo de ataque - o contrário foi feito. Depois da saída de Jean Lucas e Dodô (os maiores desafogos técnicos do time), o que se viu foi um verdadeiro queijo suíço na defesa Santista.

Além de perder em qualidade técnica depois da saída de Jean Lucas, o Peixe perdeu também em marcação, porque Luan Dias entrou, deixando um novo buraco no meio-campo.

Três pontos marcaram negativamente a participação de Turra nessas suas cinco primeiras partidas, especialmente nas segundas etapas: escolhas equivocadas nas substituições, falta de elenco e um cansaço do time fora do normal.

Paulo Turra e a preparação física precisam aproveitar que o time Santista só joga de final de semana, pelo menos por enquanto, para colocar o elenco numa melhor condição física. Dos times da parte debaixo da tabela, Corinthians, Goiás e América-MG jogam duas ou mais competições.

Já são três pontos de diferença para a zona de rebaixamento. No próximo sábado (29), contra o Fluminense, fora de casa, o Peixe já pode entrar na temida zona de rebaixamento. Time grande não está acostumado a esse tipo de situação, então é de extrema importância o Peixe sequer pensar em ser ultrapassado por Corinthians, Goiás e Bahia.

Faltam 28 pontos. A luta continua.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 2 X 2 BOTAFOGO

Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Ramon Abatti Abel (FIFA)
Cartões amarelos: João Lucas, Jean Lucas e Alex Nascimento (Santos); Adryelson, Marçal e Matías Segovia (Botafogo)

GolsMarcos Leonardo, aos 23 minutos do primeiro tempo, e Marcos Leonardo, aos 36 do segundo (Santos); Tiquinho Soares, aos 39 minutos do segundo tempo e Adryelson, aos 42 (Botafogo)

SANTOS: João Paulo (Vladimir); João Lucas (Alex Nascimento), Messias, Joaquim e Dodô (Gabriel Inocêncio); Rodrigo Fernández, Dodi, Jean Lucas (Luan Dias) e Lucas Lima; Marcos Leonardo (Deivid Washington) e Mendoza.
Técnico: Paulo Turra

BOTAFOGO: Lucas Perri; Di Placido (Lucas Fernandes), Adryelson, Philipe Sampaio e Marçal; Danilo Barbosa (Janderson), Marlon Freitas e Tchê Tchê (Carlos Alberto); Luis Henrique (Victor Sá), Tiquinho Soares e Júnior Santos (Matías Segovia).
Técnico: Bruno Lage
O camisa oito reestreou bem com a camisa Santista

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

João Paulo - Quando acionado, salvou o Santos. Voltou a fazer uma partida segura. - 6,0

João Lucas - Peca no posicionamento. Salvo defensivamente pela assistência do Lucas Lima. Por duas vezes levou bola nas costas quando se desvencilhou da linha defensiva. Na segunda vez, foi negativamente fatal. - 4,0

Joaquim - Assim como foi bem da mesma maneira que o time no primeiro tempo, caiu junto com todos no segundo. Deixou Philipe Sampaio livre nos minutos finais em jogada de bola aérea. É o melhor da defesa com a bola, mas tem dificuldades no quesito experiência e frieza. - 4,5

Messias - Joga torto e por isso tem dificuldades na saída de bola. Lento, "cintura dura". Janderson fez o que quis dentro da área no primeiro gol. - 3,5 

Dodô - Tecnicamente mostra que tem futebol e que a posição sai do péssimo para ok. Fisicamente está mal ainda. - 6,0

Fernández - Seu futebol cresce quando tem mais dois volantes para o auxiliar. Assim como Joaquim, caiu com o time no segundo tempo. É um trem desgovernado, a bola passa e o atacante não. - 6,0

Dodi - Parece ter 20 pulmões em campo. Vinha em má fase e cresceu seu futebol levemente nessa partida. Jogou mais adiantado num tripé de meio-campo e suas valências aparecem. - 6,0

Jean Lucas - Eleva demais o patamar do time. Faz o Santos crescer tecnicamente e taticamente, onde teve grande importância. Foi o comandante dentro de campo, ele dava o indicador de pressão. Deu boa assistência para o primeiro gol. Isso tudo fora de ritmo. - 7,5

Lucas Lima - Foi assistente de lateral. Sua mediana parte técnica some quando joga aberto. Se entregou muito, deu inclusive um carrinho salvador na metade do primeiro tempo e roubou a bola do segundo gol - 6,0

Mendoza - Tem visível problema de QI - ou corre, ou pensa. - 4,0

Marcos Leonardo - Tem gente que terá que pedir perdão para esse menino, que afirmo desde que se tornou camisa nove - dentro da área é fatal. Dois gols de um centroavante frio. - 8,0

Vladimir - Não teve culpa nos gols. Entrou por força maior. - 5,5

Luan Dias - Não pelo jogador, mas pela necessidade e pelo posicionamento, não deveria ter entrado. Não tem intensidade com a bola. - 4,5

Gabriel Inocêncio - Tem que ser o titular na lateral-direita. Entrou na esquerda e não comprometeu. - 5,5

Deivid - SEM NOTA

Alex - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e repórter na Rádio Zero9.  

0 Comentários

BAIXE O MEU APLICATIVO

Acesse o Quentinhas do Quintino e fique sabendo tudo sobre o Peixe em tempo real.