Publicado às 22:10 deste domingo, 25 junho de 2023 |
(*) Pedro La Rocca
Um marasmo em campo. Não teve treinador, não teve torcida no estádio, não teve mudança na postura e nem na estratégia, não teve futebol e pelo 10º jogo seguido não teve três pontos na conta Alvinegra.
No primeiro jogo sem Hellmann no comando, o Santos não deu conta do Flamengo de Sampaoli e depois de ficar cinco meses invicto sob seus domínios, chegou à terceira derrota seguida em Vila Belmiro. Mendoza e Fernández marcaram para o Peixe, enquanto Cebolinha, Everton Ribeiro e Pulgar decretaram a vitória adversária.
O interino e ex-zagueiro Santista, Claudiomiro, não fez grandes mudanças. A única, conforme antecipado em live pré-jogo realizada no último sábado (24), foi a entrada de Lucas Pires no lugar do João Lucas, fazendo com que o Inocêncio retornasse à lateral-direita.
Se entre os jogadores, o Claudiomiro não fez grandes mudanças, taticamente não foi diferente. O mesmo 4-4-2 defensivamente foi visto e o treinador adversário escalou o seu time reforçando o meio-campo, mas com muita movimentação, ou seja, o Gerson se deslocava sempre ao lado esquerdo e Ayrton Lucas vinha por dentro (e vice-versa). Mendoza não ajudou Inocêncio e o lateral sofreu contra o Cebolinha.
Aos 21 minutos, os visitantes abriram o placar. Fabricío Bruno cruzou, Joaquim e Inocêncio bateram cabeça, a bola sobrou para Cebolinha, ninguém deu combate e o camisa 11 dos cariocas tocou no canto direito de João Paulo. Rodrigo Fernández e Dodi estavam juntos no lado esquerdo, longe da bola.
O Santos queria jogar nas costas dos laterais rubro-negros, a principal opção ofensiva visando as deficiências do adversário. Aos 40 o Peixe empatou dessa maneira. Marcos Leonardo lançou Soteldo, que encontrou Mendoza na segunda trave. O colombiano era o pior em campo.
O empate era tudo que o Santos queria, vide a qualidade do adversário, mas não durou muito tempo. Em mais uma aparição do Gerson pelo lado esquerdo adversário, o volante cruzou para o baixinho Everton Ribeiro (1,74m) subir sozinho de cabeça entre o Messias e o Lucas Pires.
Se a alegria durou pouco, a tristeza também. Dois minutos depois Rodrigo Fernández aproveitou o rebote oferecido pelo goleiro Matheus Cunha após cabeceio do Messias e empatou.
A felicidade do Santista era muito curta na partida deste domingo (25). Cinco minutos após o empate, em mais uma jogada pelo lado esquerdo carioca, com assistência de Gerson, Pulgar segura a bola pelo tempo que quis, ninguém encostou nele e o volante decretou a vitória adversária.
Paulo Turra terá muito trabalho. O novo comandante, que acompanhou a derrota Alvinegra no Templo Sagrado de Vila Belmiro já deve saber que o seu elenco não tem condição de jogar com três atacantes, principalmente Mendoza e Soteldo juntos, que não assistem os seus laterais. Claro que atacante tem que se preocupar com o ataque, mas o time do Santos não está organizado para tal ambição.
O lado direito Santista estava uma mãe. A saída de bola, então, deve ser o primeiro ponto que Turra precisa ajeitar.
Impressiona a passividade do time dentro da Vila Belmiro. Parecia que o Flamengo que estava jogando no Rio de Janeiro tamanha tranquilidade, tanto que nos últimos cinco minutos o Peixe ficou na roda. Foi como um adultos x crianças.
Já são 10 jogos sem uma única vitória. Dois pontos de distância da temida zona de rebaixamento. 26 jogos, 78 pontos em disputa e o Peixe precisa de 32 para se livrar do pior.
O Santos volta a campo na próxima quinta-feira (29), às 19 horas para enfrentar o Blooming, num amistoso válido pela última rodada da Copa Sul-Americana. O Peixe já está eliminado.
Pelo Brasileiro, o próximo jogo é no domingo (02), contra o Cuiabá, fora de casa, às 18:30.
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (FIFA)
Cartões amarelos: Lucas Pires e Luan Dias (Santos); Pulgar (Flamengo)
Gols: Mendoza, aos 39 minutos do primeiro tempo e Rodrigo Fernández, aos 7 do segundo tempo (Santos); Everton Cebolinha, aos 21 minutos do primeiro tempo, Everton Ribeiro, aos 5, e Pulgar aos 21 do segundo tempo (Flamengo).
SANTOS: João Paulo; Gabriel Inocêncio, Messias, Joaquim e Lucas Pires; Rodrigo Fernández (Sandry), Dodi (Bruno Mezenga) e Lucas Lima (Luan Dias); Mendoza (Lucas Barbosa), Marcos Leonardo e Soteldo (Ângelo)
Técnico: Claudiomiro (interino)
FLAMENGO: Matheus Cunha; Wesley, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Ayrton Lucas (Filipe Luis); Pulgar, Gerson e Vitor Hugo (Thiago Maia); Everton Ribeiro (Arrascaeta), Everton Cebolinha (Bruno Henrique) e Gabigol (Pedro)
Técnico: Jorge Sampaoli
Paulo Turra esteve na Vila Belmiro |
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS
João Paulo - Primeiro gol era defensável. Nos outros, não teve culpa. - 5,0
Inocêncio - Levou um baile do Cebolinha e do Bruno Henrique, que não vive seus melhores dias. Bateu cabeça, de forma bizarra, com Joaquim no primeiro gol. - 3,5
Joaquim - Marcou em distanciamento social. Teve grande parcela de culpa no primeiro e no terceiro gol. - 4,0
Messias - Fez um jogo regular em bolas aéreas, porém marcou a bola no segundo gol e esqueceu o baixinho Everton Ribeiro. - 5,0
Lucas Pires - Completamente perdido em campo. Levou um baile do Arrascaeta no segundo tempo. - 2,0
Fernández - Mal na marcação. Posicionamento péssimo e não tem a leitura de fazer coberturas. Foi bem ao brigar pelo rebote e marcar o gol do segundo empate. - 5,5
Dodi - Como caiu de produção. Também com muita dificuldade no posicionamento. - 4,5
Lucas Lima - Sumido. Precisou o Marcos Leonardo armar o time para que o placar Santista fosse aberto. - 4,0
Soteldo - Soube aproveitar a única chance em velocidade que teve. - 5,0
Marcos Leonardo - Perdeu muito gol que não poderia. Deu um bonito lançamento para iniciar a jogada do primeiro gol. - 5,5
Mendoza - Deixou Ayrton Lucas e Gerson largados na ala direita do Peixe. Só um problema físico justifica tamanha lentidão em campo. Apesar do gol, era presa fácil do adversário. - 5,0
Ângelo - Mais uma vez entrou bem. Enfiou uma boa bola para o Marcos Leonardo e o camisa nove perdeu o gol. - 6,0
Luan Dias - Entrou nervoso. Com a bola, sumido como Lucas Lima. - 5,5
Sandry - Apesar da falta de ritmo na marcação, melhorou a saída de bola. Fez um bom lançamento para o Mezenga, que não dominou. - 5,5
Mezenga - SEM NOTA.
Lucas Barbosa - SEM NOTA.
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e repórter na Rádio Zero9.
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