O PRESENTE DÓI, O FUTURO PREOCUPA

Publicado às 22:18 deste sábado, 04 de fevereiro de 2023

(*) Pedro La Rocca

Na sexta partida da temporada, o Santos sai derrotado e em 100% dos jogos saiu atrás do placar. Porém esta sáida em derrota foi três vezes maior para o Peixe na partida deste sábado (04). O Santos foi derrotado por 3x1 para o rival Palmeiras, em partida realizada no Morumbi, com mando do rival. Murilo, Rony e Giovani marcaram os gols do adversário e Bauermann descontou para o Peixe.

O técnico Odair Hellmann teve problemas durante a semana. Os titulares Carabajal e Soteldo tiveram suas lesões constatadas na última quinta-feira (02) e não atuaram no clássico. Ângelo, pela pressão, foi colocado no banco. Zanocelo, Mendoza e Lucas Braga ganharam chance nos 11 iniciais. 

Em live pré-jogo realizada na última manhã, foi alertado por nós, do Blog do Ademir Quintino, que o Santos, se quisesse ser competitivo, teria que deixar Marcos Leonardo e Mendoza na linha de frente e uma linha quatro com - da direita para a esquerda - Zanocelo, Sandry, Dodi e Lucas Braga.

Não foi o que aconteceu. Zanocelo alternou com Mendoza e deixou as laterais do Santos desprovidas de cobertura, tendo em vista que os alas Santistas não contam com alto poder de marcação.

O Santos não iniciou mal o jogo, porém o problema estava quando a bola chegava no último terço do campo. Eram só os quatro defensores contra cinco ou seis jogadores rivais chegando no ataque. 

Mesmo que ainda longe da medida correta, o Santos conseguia desarmar no meio-campo. Porém o problema estava na qualidade técnica. Na metade da primeira etapa, o Santos tinha apenas 54% de precisão no passe. Muito pouco para um jogo de alto nível como o dessa sexta rodada.

Se o Santos vinha fazendo uma partida mediana, ao menos, aos 22 minutos tudo foi por água abaixo e só ilustrou como o Santos facilita e muito as vitórias dos adversários. Escanteio na área, a bola cruza a área inteira com desvio no meio do caminho, Zanocelo entrega bola no pé de Murilo, que não perdoou. 

Se o ditado diz, "Quem bate esquece, quem apanha não", o Santos fez o contrário. Dois gols bizarramente iguais. No segundo, aos 51 da primeira etapa, o Santos não afasta a bola em duas oportunidades, Vladimir faz dois milagres. No terceiro, o goleiro não conseguiu fazer nada. Rony finalizou, a bola desviou em João Lucas e matou o camisa um Santista.

Durante todo primeiro tempo, o Santos sequer finalizou no gol de Weverton. O Santos definitivamente necessita com urgência de um meia de criação que mude de vez o patamar do time.

No segundo tempo, o rival só não marcou mais gols porque não quis. O terceiro gol sofrido pelo Santos na partida, aos 26 minutos da etapa final, só ilustrou a bagunça e o quão "boa" com os adversários é a defesa do Santos.

Lançamento na área Santista, Rony com seu 1,66m de altura protegeu com tranquilidade contra o 1,92m de Messias e só rolou para Giovani liquidar de vez a partida. 

Como se não bastasse a partida vergonhosa que o Santos vinha fazendo, o técnico Odair (o menos culpado nessa história toda) coloca Maicon no lugar de Marcos Leonardo, mesmo perdendo por 3x0 e no time que encantou o mundo pelo seu DNA ofensivo. Odair explicou que foi pelo cansaço de outros jogadores.

Aos 49, o Santos fez o famoso gol "copo d'água no oceano", não serviu para nada. Cruzamento de Sandry em cobrança de falta e cabeceio de Bauermann para o fundo da rede.

Sexto jogo, quinto sem vitória, seguem os mesmos problemas. 

Defensivamente: Um meio campo espaçado, uma defesa lenta que tem zero poder de cobertura, que dá muitos espaços e que é facilmente previsível sob os olhos do adversário.

Ofensivamente: Pelo lado, muito esforço, pouca técnica. Por dentro, não há jogador de criação. O Marcos Leonardo finalizou uma vez o jogo inteiro.

O recado é simples e direto, ou contrata e muda a mentalidade do clube, que é o mais importante, ou o pior mais cedo ou mais tarde pode bater na porta do Alvinegro mais famoso do mundo. 

O Santos é o lanterna do seu grupo que é o A, com seis pontos. O Peixe volta a campo na próxima quarta-feira (08), quando enfrenta o São Bento às 21:35, no Estádio Canindé.

FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 3 X 0 SANTOS

Local: estádio do Morumbi, em São Paulo

Árbitro: Vinícius Gonçalves Dias Araújo

Cartões amarelos: Dodi, Camacho (Santos); Gabriel Menino, Marcos Rocha, Zé Rafael (Palmeiras)

Gols: Murilo, aos 21 do 1ºT, Rony, aos 51 do 1ºT, Giovani, aos 25 do 2ºT (Palmeiras); Eduardo Bauermann, aos 48 do 2ºT (Santos)

PALMEIRAS: Weverton; Marcos Rocha (Mayke), Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez; Gabriel Menino (Jailson), Zé Rafael e Raphael Veiga (Atuesta); Rony, Dudu (Breno Lopes) e Endrick (Giovani).
Técnico: Abel Ferreira.

SANTOS: João Paulo (Vladimir); João Lucas, Messias, Eduardo Bauermann e Lucas Pires; Sandry, Dodi (Lucas Barbosa) e Vinícius Zanocelo (Camacho); Lucas Braga (Raniel), Mendoza e Marcos Leonardo (Maicon).
Técnico: Odair Hellmann.

Bauermann marcou o único gol do Santos na partida

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS 

João Paulo - Saiu com uma lesão na coxa esquerda aos 15 minutos. - SEM NOTA

João Lucas - Perdido em campo. Defensivamente sofreu pela falta de dobra. Marca muito a bola e esquece de marcar o jogador, deixando muito espaço nas costas. - 3,5

Bauermann - Por mais que seja lento e sofre por conta disso, é o mais lúcido da defesa Santista. Marcou o único gol do Peixe na partida. - 5,0

Messias - Oscila entre bons e maus momentos durante todo jogo. O espaço que ele dá para Rony servir Giovani no terceiro gol rival é um erro que um zagueiro que joga no Santos jamais pode cometer. - 4,0

Lucas Pires - Não foi ofensivo como costuma ser. Mesmo assim deixa muito espaço nas costas. - 3,5

Sandry - O melhor do Santos na partida. Desarmes mais lúcidos e evoluiu nos passes conforme o desenrolar do jogo. - 6,0

Dodi - Mesmo jogando no meio-campo, foi o que menos tocou na bola entre os titulares. Ainda que tenha bom posicionamento defensivo, some em campo. - 3,5

Zanocelo - Entrou para ser meia, porém não aparece para jogar. Ser vem fazer terceiro homem de meio, não tem intensidade na marcação e na transição. - 3,0

Lucas Braga - De longe o pior em campo. O atacante se limitou à marcação e tecnicamente foi sofrível. - 2,5

Mendoza - Só velocidade. Lhe falta e muito o "jogo de xadrez". - 3,5

Marcos Leonardo - É o principal prejudicado pela dificuldade técnica do meio-campo. - 5,0

Vladimir - Em sua reestreia pelo Santos, não foi muito exigido, mas quando precisou, não fez sua função com êxito. - 4,0

Lucas Barbosa - Jogou parte como segundo atacante, parte como ponta. Muito esforço, pouca técnica. - 4,5

Raniel - Dos que entraram, foi o que mais tentou. Mesmo que sem sucesso, apareceu medianamente pelo pouco tempo que jogou. - 5,0

Camacho - Não tira o corpo de trás. Se limitou à defesa. - 4,0

Maicon - Mesmo jogando 17 minutos, pouco tocou na bola. Nada exigido. - SEM NOTA

(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e comentarista na Web Rádio Piabanha

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