FALTOU TÉCNICA, SOBROU VONTADE

Publiado às 22:24 desta quarta-feira, 02 de novembro de 2022


(*) Pedro La Rocca

Uma vitória conquistada na base da vontade na noite desta quarta-feira (02), comandada pelo maior patrimônio do Alvinegro mais famoso do mundo - os Meninos da Vila e que sela, matematicamente, a permanência do Peixe na série A do Brasileirão. 

A partida que teve cinco gols no total, terminou em 3x2 para o Santos, que se recuperou depois de sofrer uma virada relâmpago. Marcos Leonardo, Lucas Braga e Lucas Barbosa marcaram para o Peixe, enquanto Churín e Luiz Fernando fizeram os gols do Atlético-GO.

Assim como antecipado na live pré-jogo, realizada pelo blog horas antes do início da partida, a equipe goiana tem muita dificuldade na organização das linhas defensivas, mas ao mesmo tempo, tem a saída vertical como força.

Com a lentidão e falta do poder de marcação no meio-campo Santista, o Atlético-GO explorou muito a sua jogada de maior força. Com dez minutos, João Paulo já tinha salvado o Santos duas vezes.

Já que o Santos 'soube sofrer', resolveu explorar pela primeira vez na partida, o ponto fraco da equipe mandante. O Ângelo, que encontrou o buraco na defesa atleticana, achou Marcos Leonardo dentro da área para cabecear ao fundo da rede.

A alegria do Santos durou apenas 10 minutos, porque o dragão veio a empatar a partida com Churín. A defesa e o meio-campo do Peixe estavam muito distantes, por isso o camisa nove rival teve todo tempo do mundo para fazer o famoso 'um dois' com seu companheiro. A disposição física e tática do Fernández (suspenso) fez falta, não só nesse lance, mas também no jogo como um todo.

O Santos precisou dos mesmos 10 minutos para sofrer a virada. Em mais uma falha do sistema defensivo do Alvinegro, Jefferson cruza uma bola que atravessa toda a área Santista e encontra Luiz Fernando sozinho para empurrar a bola para o gol.

O primeiro tempo do Peixe era tragédia anunciada, porque Camacho, Sánchez e Carabajal não marcam nem consulta médica. Por isso,  o mandante encontrou facilmente os espaços na defesa do Santos. O Atlético, assim como o Alvinegro da Vila, fazia da sua defesa a 'casa da mãe Joana'.

Taticamente, o jogo era similar à uma pelada, onde ninguém quer marcar e todo mundo quer atacar. Os três gols em 45 minutos ilustram a desorganização das duas equipes.

A postura de entregar a bola ao adversário permaneceu para a segunda etapa, porém o Santos subiu a sua marcação e começou a levar dor de cabeça à posse de bola lenta do mandante.

Aos sete minutos veio a positiva consequência, porque o Ângelo intercepta uma bola do zagueiro Wanderson e ela sobra para o Lucas Braga que coloca no cantinho do gol de Renan.

Após o gol, o Santos voltou a jogar com as linhas baixas e as dificuldades defensivas retornaram. Com um meio-campo sem marcação, jogar com o ônibus estacionado na área era um convite para o adversário bombardear o Peixe de cruzamentos. 

Foram apenas 39% de posse de bola e dois chutes na etapa final de jogo, mas assim como aconteceu nos primeiros 10 minutos da partida, o Santos soube sofrer, mesmo com dificuldade enorme no meio-campo.

Os dois chutes do segundo tempo foram suficientes para conquistar a virada, porque Lucas Barbosa, após boa transição feita por Marcos Leonardo, empurra para dentro do gol e conquistar a vitória para o Peixe.

Foi uma vitória conquistada mais na sorte do que no juízo, mais na vontade do que na técnica ou tática. Desorganizado durante 80% do tempo, meio-campo morreu com 30 minutos de jogo e a equipe pouco se preocupou em atacar quando empatava ou ganhava a partida.

O Santos volta a campo no próximo sábado (05), quando recebe o Avaí na Arena Barueri. O blog apurou que até a manhã desta quarta-feira, 10.200 ingressos já haviam sido vendidos. A partida acontece às 16:30.

FICHA TÈCNICA
ATLÉTICO-GO 2 X 3 SANTOS

Competição: Campeonato Brasileiro, 35ª rodada

Local: Estádio Antônio Accioly, em Goiânia (GO)

Árbitro: Anderson Daronco (FIFA/RS)

Cartões amarelos: Baralhas, Churín (Atlético-GO); Sánchez (Santos)

GOLS: Churín, aos 28 do 1ºT, Luiz Fernando, aos 38 do 1ºT (Atlético-GO); Marcos Leonardo, aos 20 do 1ºT, aos 7 do 2ºT, e Lucas Barbosa, aos 49 do 2ºT (Santos)

ATLÉTICO-GO: Renan; Dudu (Lucas Lima), Lucas Gazal, Wanderson e Jefferson; Marlon Freitas, Baralhas e Shaylon (Jorginho); Luiz Fernando (Léo Pereira), Churín e Wellington Rato
Técnico: Eduardo Souza

SANTOS: João Paulo; Nathan (Balieiro), Alex (Luiz Felipe), Bauermann e Felipe Jonatan; Camacho, Sánchez (Sandry) e Carabajal (Zanocelo); Ângelo (Lucas Barbosa), Marcos Leonardo e Lucas Braga
Técnico: Orlando Ribeiro
Barbosa marcou o gol que selou a vitória do Peixe aos 48 minutos

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

João Paulo - Apesar de ter parcela de culpa no segundo gol do rival, salvou o Santos nos momentos de maior dificuldade da defesa Santista. - 6,5

Nathan - Falhou taticamente nos dois gols do adversário. O lateral que tem contrato até 2027, ainda não justificou a sua vinda ao Peixe. - 3,5

Bauermann - O camisa quatro Santista, por mais que tenha qualidade, em certos momentos sai atrás dos centroavantes, porque lhe faltam alguns macetes da posição. - 4,5

Alex - O mais sólido da defesa Santista. Foi extremamente importante na bola aérea defensiva do Peixe. - 5,0

Felipe Jonatan - Assim como toda a defesa, falhou no segundo gol, porque não acompanhou o atacante autor do tento. - 5,0

Camacho - Tem qualidade na saída, mas só isso não serve para ser primeiro volante, já que foi sacrificado na posição com a ausência do Fernández. - 5,5

Sánchez - Qualidade técnica não falta ao uruguaio, mas a perde com 30 minutos de jogo. O camisa sete não tem mais capacidade física para atuar muito tempo em alto nível. - 4,5

Carabajal - No seu sexto jogo com a camisa do Peixe, é o quinto que o argentino é escalado como terceiro volante. Seus melhores momentos na partida vieram quando o Santos tinha a bola. - 4,5

Ângelo - O melhor do Santos na partida. Duas assistências, é quem dá mais mobilidade na equipe e tem um passe que quebra linhas maravilhoso. - 7,5

Marcos Leonardo - Um gol e uma assistência para o camisa nove. Voltou a jogar bem e mostra que precisa ser bem abastecido para manter as boas atuações. - 7,0

Braga - Fez o gol de empate no início da segunda etapa, após um ótimo chute. - 6,5

Luiz Felipe - Assim como Alex, foi crucial na bola aérea. - 5,0

Sandry - Com a qualidade e intensidade que tem, jogar apenas 15 minutos é um desrespeito com seu futebol. - 5,5
 
Zanocelo - Pouco apareceu no jogo. - 5,0

Barbosa - Ajudou muito o Balieiro na recomposição pelo lado direito e foi coroado com o gol da vitória. - 6,5

Balieiro - Limitou-se à marcação - SEM NOTA

(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e comentarista na Web Rádio Piabanha 

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