Publicado às 22:52 deste sábado, 22 de outubro de 2022 |
(*) Pedro La Rocca
A partida marcada por homenagens ao Rei Pelé, que completa 82 anos no próximo domingo (23), terminou em melancolia. Isso porque o Peixe, contra o grande freguês do maior jogador de todos os tempos, perdeu por 1x0 dentro da Vila Belmiro. Roger Guedes marcou o gol do Corinthians.
O Santos tinha a oportunidade na mão de se firmar na parte de cima da tabela. Mas se perdeu durante o jogo. Um primeiro tempo muito bom, o segundo péssimo. Pouco levou perigo ao goleiro Cássio.
O interino Orlando Ribeiro voltou a escalar Madson como titular, na lateral-direita. Com Auro no banco, Nathan não foi sequer relacionado. Além dessa mudança, Alex entrou no lugar do suspenso Bauermann.
O Peixe começou a partida entregando a bola ao adversário e, como adiantado na live pré-jogo do canal do Ademir Quintino, realizada neste sábado (22), o Santos jogaria com as linhas baixas de marcação, para fechar os espaços, especialmente da região central.
Com a bola, o Alvinegro Praiano procurava achar os espaços nas laterais e abrir jogadas individuais de Lucas Braga e Ângelo. O Peixe tinha dependência dessa jogada nos minutos inciais de partida.
A partir dos 20 minutos da primeira etapa, o rival pouco tocou na bola, já que o Santos tocava muito a bola e o bloqueava nas saídas de contra-ataque. Mas faltou agressividade no último terço. O Peixe terminou a primeira etapa com uma finalização apenas.
O lance mais impactante do primeiro tempo foi a expulsão de Yuri Alberto, que levou o segundo amarelo após colocar o braço, exageradamente, no pescoço do Luiz Felipe. O atleta já deveria ter sido expulso quando tomou o primeiro amarelo, ao dar dura tesoura no Fernández.
Depois da expulsão, que acontece ao final da primeira etapa, o rival volta com quatro mudanças e com alteração na formação, porque passam a jogar no 5-3-1 na fase defensiva e 4-2-2-1 em fase ofensiva.
Se o Santos já tinha dificuldade em penetrar na defesa adversária com quatro defensores, com cinco ficou perfeito para eles, já que ninguém do Santos se movimentava e novamente a dificuldade em finalizar era presente.
O ponto chave para a derrota do Peixe veio aos 14 minutos, quando Lucas Barbosa, que havia entrado no lugar do Fernández no intervalo, foi expulso. Ao dividir com Cássio, o atacante Santista levou o segundo amarelo. O atleta apenas se chocou, de forma natural, com o goleiro rival, nem falta deveria ter sido marcada.
Não entendi a mudança do técnico interino, nem a expulsão do atleta. O Peixe necessitava do resultado, porém não se pode tirar o melhor (e único) marcador do meio-campo Santista, tendo em vista que o adversário concentrou seu jogo ofensivo no corredor central.
Lucas Barbosa, que é o terceiro melhor desarmador do Peixe no campeonato brasileiro (1.38 desarme por jogo), é muito volunatarioso defensivamente, mas o jogo não pedia a sua entrada, porque ofensivamente não acompanha o ritmo da equipe.
A expulsão matou qualquer esquema ofensivo do Peixe, que passou a atuar no 4-2-3. O pior não foi a formação escolhida no pós-expulsão, mas sim a postura do Santos com a bola, que se mostrou extremamente estático. Pouca movimentação e um poder de finalização menor ainda.
O partida péssima do Santos foi coroada aos 44 minutos, quando após erro geral de posicionamento da defesa Santista, o camisa 10 rival sai em velocidade desde o meio-campo e toca entre as pernas do João Paulo.
As mudanças equivocadas custaram caro, o Santos finalizou três vezes ao gol durante todo jogo, uma decisão errada da arbitragem e o cansaço se juntaram para a derrota Santista.
Se existia alguma possibilidade de vaga na pré-libertadores, com a derrota no clássico a chance fica muito pequena, visto que os rivais do Peixe nessa luta podem se distanciar ao final desta 33ª rodada.
O Santos volta a jogar na próxima terça-feira (25), quando vai ao Rio de Janeiro enfrentar o Flamengo, que deve mandar a campo seu time reserva, já que tem uma final de Libertadores no próximo sábado (29). A partida será realizada no maracanã, às 21:45.
Competição: Campeonato Brasileiro, 33ª rodada
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (Fifa-SP)
Cartões amarelos: Lucas Braga (Santos); Cássio, Balbuena e Fausto Vera (Corinthians)
Cartões vermelhos: Lucas Barbosa (Santos); Yuri Alberto (Corinthians)
Gol: Róger Guedes (aos 43min do 2º tempo)
Homenagem ao Rei Pelé antes do início da partida |
João Paulo - Levou o gol por baixo das pernas, após tentar cortar um possível cruzamento. - 5,0
Madson - Com o Peixe passando maior parte do tempo com a bola, era preciso que se movimentasse mais, com ultrapassagens, por exemplo. - 4,5
Luiz Felipe - Seguro para bloquear alguns contra-ataques do rival. O zagueiro vem cumprindo bem a função de substituir o lesionado Maicon. - 6,0
Alex - Foi bem ao substituir o zagueiro Bauermann suspenso. O atleta que não atuava há dois meses, voltou bem, especialmente na saída de bola, já que o Peixe carece de canhotos no miolo da zaga. - 6,5
Felipe Jonatan - Ficou refém de toques laterais, já que os pontas não colaboravam. - 5,0
Fernández - Não deveria ter saído. O uruguaio fecha muito bem os espaços do meio-campo. - 6,0
Camacho - Foi bem até o momento em que virou primeiro volante, onde fica evidente a sua lentidão na saída de bola. - 4,5
Ed Carlos - Precisa ser menos afobado quando se fala da sua capacidade de raciocinar. Ainda lhe falta um medidor de quando segurar a bola e quando soltá-la. - 4,5
Lucas Braga - Um primeiro tempo muito bom. Já no segundo, faltou ser mais vertical. - 5,0
Marcos Leonardo - O camisa nove do Santos vem participando pouco das jogadas e fica dependente dos acertos do resto do time, algo que não aconteceu. - 5,0
Ângelo - Sem as expulsões vinha bem, depois caiu de produção, pois não tinha com quem tabelar. - 5,5
Lucas Barbosa - Sua expulsão foi errada, é fato, mas não ajudou o time nos 14 minutos que atuou. - 4,0
Derick - O capitão do sub-20 fez partida regular em seu retorno ao time profissional. - 5,0
Auro - O lateral não tem condições de atuar nem 20 minutos com a camisa do Peixe. Perdeu a bola que originou o gol adversário. - 3,5
Miguelito - Assim como Ângelo, não tinha com quem jogar, por isso ficou sumido. - 5,5
Sandry - Poderia ter feito a falta e matado a jogada do gol. - 5,0
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e comentarista na Web Rádio Piabanha
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