Publicado às 23h deste sábado, 30 de janeiro de 2021. |
Neste sábado (30), no Maracanã, o Santos foi derrotado pelo Palmeiras por 1 a 0 e o time da capital voltou a erguer o troféu mais importante da América do Sul, após 21 anos. O gol do título foi marcado pelo atacante Breno Lopes, aos 53 minutos do segundo tempo.
Cuca surpreendeu na escalação. Ele sacou Lucas Braga e colocou Sandry no meio-campo.
A grande final teve poucos chutes no gol e erros a perder de vista. Os dois times queriam um dar a bola ao outro. Ninguém queria propor o jogo.
Os donos das duas melhores campanhas da Libertadores estiveram longe do futebol veloz e ofensivo dos 12 jogos anteriores. Em um duelo de poucas emoções, a bola decisiva saiu do pé de Rony e encontrou a cabeça de Breno Lopes, que colocou a bola no contrapé de John, somente nos acréscimos.
A final da Libertadores frustrou no início pela falta de cuidados da organização principalmente em relação a pandemia e ausência de futebol. Os convidados presentes ao estádio se acomodaram quase todos no mesmo setor e muito próximos entre si. Embora isso tenha garantido o apoio, houve demonstrações claras de desrespeito ao distanciamento social. O locutor do Maracanã fez vários pedidos para que todos usassem máscaras.
Dentro de campo, o forte calor prejudicou o primeiro tempo. O ritmo lento e os muitos erros fizeram as chances de gol sumirem. O Santos começou o jogo mais ofensivo e posicionou os dois laterais como pontas. O Palmeiras controlou esse ímpeto e conseguiu cavar algum espaço no ataque com Rony. Veio dele o único chute da etapa inicial que obrigou um goleiro a trabalhar, porém, sem nenhum risco.
O alviverde teve menos posse de bola, porém conseguiu finalizar com mais perigo na primeira etapa. Apesar de insistir muito nos chutões, o Santos penou por não ter o brilho de Marinho e Soteldo, ambos muito marcados. Em uma final de várias divididas, trombadas e erros, restava ficar claro quem teria o apetite necessário para jogar futebol e ser campeão.
O desafio no segundo tempo dos times era aprimorar a criação e fazer o setor de meio-campo aparecer. O jogo que merecia lances individuais de maior qualidade, ficam limitadas as bolas aéreas. Isso parecia um reflexo do nervosismo dos finalistas. As defesas continuavam prevalecendo. Conforme o tempo passava, as equipes aumentavam o número de faltas e mostravam insegurança para arriscar.
Tensos à beira do gramado, os treinadores demoraram para mexer. As substituições só começaram depois dos 25 minutos do segundo tempo. O Santos conseguiu dar trabalho para Weverton pela primeira vez aos 31, em finalizações consecutivas de Felipe Jonatan e Pituca. Esses lances parecem ter ligado um alerta em campo de que o fim do jogo se aproximava e um gol a partir dali iria encaminhar o título.
A prorrogação era uma realidade quando um desentendimento agitou o jogo. Cuca e Marcos Rocha trocaram empurrões. O jogo parecia fadado ao fim após essa briga quando uma brecha se abriu. Rony puxou um ataque pela esquerda e cruzou para Breno Lopes na área. O atacante pode não ter a categoria de Evair, mas agora está na história. Graças ao gol dele o Palmeiras voltou a ganhar a Copa Libertadores.
Quanto ao Santos, vai ter que se reconstruir fora de campo, assim como fez o time na temporada, para voltar a ser forte. O Palmeiras nos últimos anos ganhou uma Copa do Brasil, dois Brasileiros e uma Libertadores, mesmo após dois rebaixamentos em menos de duas décadas. Que o alvinegro comece se reorganizar, após direções pífias e pouco comprometidas, pois viver apenas do acaso e da divindade, não vai render títulos significativos.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 1 X 0 SANTOS
Estádio do Maracanã
Àrbitro: Patricio Loustau (Argentina).
Cartões amarelos - Lucas Veríssimo, Gómez, Viña, Diego Pituca, Marcos Rocha, Soteldo.
Cartão vermelho - Cuca.
GOL - Breno Lopes, aos 53 minutos do segundo tempo.
PALMEIRAS - Weverton; Marcos Rocha, Luan, Gómez e Viña; Danilo, Zé Rafael (Patrick de Paula), Gabriel Menino (Breno Lopes), Raphael Veiga (Alan Empereur) e Rony (Felipe Melo); Luiz Adriano Técnico: Abel Ferreira.
SANTOS - John; Pará (Bruno Marques), Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan (Wellington Tim); Alison, Sandry (Lucas Braga) e Pituca; Marinho, Soteldo e Kaio Jorge (Madson). Técnico: Cuca.
Veríssimo e Pituca atuaram pela última vez no Santos. Ambos foram negociados. |
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS
John: Ameaçou sair na bola no único gol da partida e voltou. - 5,5
Pará: Não estava bem colocado para impedir o cabeceio de Breno Lopes no único gol do jogo. Realizou uma competição continental acima das expectativas. - 5,0
(Bruno Marques): Entrou nos acréscimos apenas. Era para ter entrado no intervalo. - SEM NOTA
Lucas Veríssimo: Tomou o amarelo cedo, mas foi bem, como de costume. Se despediu do clube. Se apresenta ao Benfica, em Portugal no começo da próxima semana. - 6,0
Luan Peres: Bem posicionado. Fez grande Libertadores. - 6,0
Felipe Jonatan: Um dos melhores do time. Bem na defesa, quase marcou o gol do título no segundo tempo. Sua saída nos minutos finais foi sentida. - 6,5
(Wellington Tim): Pouquissimo tempo em campo. Era para ter dado o 'bote' em cima de Rony no cruzamento que nasceu o gol palmeirense. - SEM NOTA
Alison: Muito bem na marcação. Se alguém duvidava da sua condição atlética, ele mostrou que estava bem. - 6,0
Sandry: Surpresa na escalação, deu melhor passe no meio. Começou com alguns erros, depois se acertou. Foi substituído. - 6,0
(Lucas Braga): Jogou pouco tempo. Não teve condição de explorar o um contra um, que melhorou bastante. - SEM NOTA
Pituca: Não conseguiu pisar na área. Bem na marcação. A exemplo de Veríssimo, se despediu da equipe. Vai para o Japão. - 5,5
Marinho: Não conseguiu se livrar da marcação. Grande nome do time na temporada, tinha condições de apresentar mais na decisão. - 5,0
Soteldo: Ousou pouco no drible. Pouco inspirado. - 5,5
Kaio Jorge: Com o Santos pouco agressivo, quase não apareceu no jogo. - 5,0
(Madson): Entrou de centroavante. Cuca quis explorar o seu bom jogo aéreo e a velocidade. Pouco tempo em campo. - SEM NOTA
Técnico: Cuca: Não conseguiu pilhar o time como nos jogos contra Grêmio e Boca, na Vila. Ainda assim, mesmo com excesso de zelo, fez o time apresentar um jogo igual com o adversário. No fim, sua expulsão atrapalhou um pouco o time que não teve condições de demonstrar reação até pelo pouco tempo que restava. Todavia, se tem alguém com mérito na chegada do time a decisão é ele. - 5,0
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