SORTE OU CAPACIDADE DE SOFRER DE UM CAMPEÃO?

Publicado às 08h20 desta sexta-feira, 11 de agosto de 2017.
O Santos está classificado para as quartas de final da Libertadores da América e enfrentará, o mês que vem, o Barcelona de Guayaquil do Equador. O único invicto e paulista que sobrou na competição, decidirá a vaga no Brasil, por ter a melhor campanha. Mas o Peixe sofreu mais do que devia para carimbar o passaporte a próxima fase. Na noite desta quinta-feira (10), na Vila Belmiro, o alvinegro venceu o Atlético-PR, por 1 a 0, gol de Bruno Henrique.

Sem Vecchio e Renato, o comandante técnico Levir Culpi mandou o Glorioso da Vila novamente com apenas três homens no meio-campo, sendo dois deles volantes de origem - Alison e Yuri. Foi um passeio do time do Paraná durante 70 minutos, no mínimo, em que teve mais posse de bola, controle de jogo e o Santos não conseguia encaixar sequer, um contra-ataque.  Não fossem o injustiçado goleiro Vanderlei, esquecido por Tite na Seleção, que voltou a realizar defesas incríveis, o zagueiro Lucas Veríssimo que tirou uma bola em cima da linha e a ineficácia do ataque do time paranaense e a vantagem significativa, construída no jogo de ida, quando venceu por 3  2, tinha ido para o "vinagre". Pasmem, o único santista que tentou propor jogo na primeira etapa foi Alison, que tem funções e responsabilidades defensivas.

Veio o segundo tempo e Levir retirou um dos volantes - Yuri para a entrada de Jean Mota. O objetivo, melhorar o passe para o contra-golpe. O time subiu de produção, de forma sensível apenas. A bola queimava nos pés do santistas e o Furação trocava passes como queira na frente da grande-aérea adversária. 

Vanderlei prova novamente que é o melhor do país.
Como o "futebol não tolera desaforo", após Vanderlei voltar a realizar grandes intervenções e quando não conseguiu, a bola parou na trave, no único contra-ataque que o Santos realizou com qualidade, Lucas Lima encontrou Ricardo Oliveira que curtiu uma de ponta-esquerda e de papel invertido cruzou para Bruno Henrique, que apesar de ser o melhor atacante do futebol paulista da atualidade, ao lado de Jô, estava sumido no jogo, marcou o único gol da partida.

Como bem disse Levir, durante a entrevista coletiva, após a partida, o Santos vai precisar melhorar bastante, mesmo tendo "aprendido a sofrer", para ir a uma semifinal. Entretanto, já vi filmes como esse encerrarem o torneio com campanhas vitoriosas, vide Boca, em 2003; Once Caldas, em 2004 e para não ficar preso a década passada, mais recentemente o Independiente del Valle, que fez a decisão com o Atlético Nacional da Colômbia, o ano passado e o próprio Santos, em 2011, que sofreu demais em Querétaro, no México, diante do América, na mesma oitavas de finais e bateu campeão (mas aquele time tinha Neymar).

Caso o time da Vila passe pelos equatorianos que eliminaram o Palmeiras, na próxima fase, o alvinegro praiano enfrentará um brasileiro, novamente - Botafogo-RJ ou Grêmio-RS. 

O Peixe volta a campo, na próxima segunda-feira (14), no Pacaembu, mas pelo Campeonato Brasileiro, diante do Fluminense, às 20h. Na competição nacional, o Santos é o terceiro colocado. Enquanto os badalados Flamengo, Atlético-MG e o "Real das Américas" - Palmeiras, ficaram pelo caminho, o Santos cheio de dificuldade, sem barulho, avança em busca do tetra. Bacana, todavia, eu não posso ser "fanático" de dizer que está tudo bem. O time tem capacidade de melhorar bastante para voltar a ser campeão do continente. Nas oitavas de final sobrou administração do resultado na partida de ida e faltou futebol na classificação a próxima fase.


FICHA TÉCNICA
SANTOS 1 X 0 ATLÉTICO-PR
Estádio da Vila Belmiro, Santos (SP)
Árbitro: Mauro Viglian (ARG)
Público e renda: 12.360 pagantes - R$ 622.995,00
Cartões amarelos: Guilherme (APR)
GOL: Bruno Henrique (32'/2ºT) (1-0)
SANTOS: Vanderlei; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, David Braz e Zeca; Alison (Daniel Guedes - 34'/2ºT), Yuri (Jean Mota - intervalo) e Lucas Lima; Copete (Thiago Ribeiro - 39'/2ºT), Bruno Henrique e Ricardo Oliveira. Técnico: Levir Culpi.
ATLÉTICO-PR: Wéverton; Jonathan, Paulo André, Thiago Heleno e Fabrício; Lucho González, Matheus Rossetto (Bruno Guimarães - 42'/2ºT), Nikão, Guilherme e Sidcley (Pablo - 35'/2ºT); Ribamar (Ederson - 21'/2ºT). Técnico: Fabiano Soares.


NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS
Vanderlei: O melhor goleiro brasileiro e o maior injustiçado na convocação de Tite, voltou a realizar uma partida incrível. Fez seis grandes intervenções.O Grande nome do jogo e do ano no Santos. - 8,5
Victor Ferraz: Não apoiou. O Atlético-PR amassou o Santos em sua defesa. No começo do primeiro tempo não conseguiu trocar passes na saída de bola. Depois guardou posição e deu conta do recado. - 5,5
Lucas Veríssimo: Mal na saída de bola. Errou duas na primeira etapa. Quando Vanderlei não defendeu, estava o camisa 28 em cima da linha para ser o salvador. - 7,0
David Braz: Tem técnica, mas em alguma oportunidades, corre riscos desnecessários. No primeiro tempo deu um susto na torcida em uma lance na pequena área. Não comprometeu. Orienta bastante o sistema defensivo. - 6,5
Zeca: Jogador cascudo, ainda precisa de melhor ritmo. Foi rebatedor, não quis saber de brincadeira e chutou para onde o nariz estava apontado. - 6,0
Alison: Aos poucos, tenta tirar o rótulo de jogador que sobe desarmar. Quando o Santos não conseguiu propor jogo no primeiro tempo, tentou ser o elemento surpresa e conduzir a bola em dois lances. Na marcação, bem, como de costume. - 6,5
(Daniel Guedes): Apesar de pouco tempo em campo, deu velocidade do lado do direito, tanto na defesa, como no ataque. - 6,0
Yuri: Ainda paga por há muito tempo, não atuar de volante. Precisa voltar a passar a bola em progressão e não toques para trás, como tenho feito. Foi substituído no intervalo. - 5,0
(Jean Mota): Deu mais movimentação e o passe melhorou com a sua entrada. - 6,5
Lucas Lima: Bem marcado e com a marcação encaixada no camisa 10, apareceu apenas no lance que originou o gol, ao dar a assistência para o cruzamento de Ricardo Oliveira para a finalização de Bruno Henrique. - 6,5
Copete: Cumpriu funções táticas e auxiliou Zeca na marcação. Tecnicamente, já viveu melhores momentos. - 5,0
(Thiago Ribeiro): Jogou apenas nove minutos, incluindo os acréscimos. SEM NOTA
Bruno Henrique: O melhor atacante do Santos, na atualidade, estava apagado na partida. Porém, foi dele o único gol do jogo. - 7,0
Ricardo Oliveira: A bola não chegou e as poucas vezes que foram no camisa 9, não conseguiu fazer o pivô. Entretanto, teve leitura de jogo para correr na ponta e qualidade para achar Bruno Henrique na área, no único gol do jogo. - 6,5 
Técnico: Levir Culpi: Não conseguiu fazer o time jogar, nem mesmo após o intervalo. Acertou ao colocar Jean no meio para ter um passe melhor, na saída para o contra-ataque. Sofre com a ausência de Vecchio que tinha dado estabilidade ao setor. - 6,0


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