VIRADA, FRUSTRAÇÃO E MUITA DIGNIDADE

Publicado às 08h58 desta quinta-feira, 27 de julho de 2017.
O Santos está eliminado da Copa do Brasil. O alvinegro precisava vencer por três gols de diferença ou por 2 a 0,  para levar para os pênaltis o Flamengo. E após estar duas vezes atrás no placar, virou o jogo, mas no gol qualificado não obteve a classificação - 4 a 2. Os santistas reclamam do árbitro Leandro Pedro Vuaden, que após assinalar um pênalti no fim do primeiro tempo, foi chamado pelo quarto árbitro- Flávio Rodrigues de Souza, que estava muito mais distante que ele e voltou atrás.

O sonho da classificação ficou mais difícil logo a nove minutos de jogo. O Peixe com apenas um volante em campo, observou o ex-santista Diego, que não foi vaiado, enfiar a bola para o jogador mais rápido atuando no futebol brasileiro - o colombiano Berrio, ganhar na velocidade de Jean Mota, que estava sem cobertura, bater na saída de Vanderlei que nada podia fazer. 

O Santos demorou um pouco para reagir, entretanto, aos 33 min., Bruno Henrique acertou um pombo sem asas, no ângulo de Muralha e empatou o jogo. 

Veio o lance mais contestado do jogo. Próximo do fim do primeiro tempo, Bruno Henrique, em alta velocidade, entrou na área e trombou com o zagueiro Revér. Vuaden segue a marcação de um dos assistentes e marca pênalti. Poucos segundos depois, avisado pelo quarto árbitro, que estava muito mais longe que o juiz, ao lado do banco do Santos, ele volta atrás, desiste da marcação e dá somente o escanteio. No último domingo, a arbitragem também voltou atrás após um pênalti marcado a favor do Peixe, na vitória diante do Bahia por 3 a 0, pelo Campeonato Brasileiro.

Foi o terceiro lance polêmico em menos de um ano que a arbitragem volta atrás e deixa de marcar contra os cariocas. A primeira foi em outubro do ano passado, diante do Fluminense, em Volta Redonda. Após 13 minutos de paralisação, Sandro Meira Ricci, o árbitro brasileiro na última Copa,  anulou o gol de Henrique. Este ano, pelo Brasileiro, mês passado, o árbitro Paulo H Schleich Vollkopf, do Mato Grosso do Sul, marcou pênalti de Everton em Diego Tavares durante Avaí 1 x 1 Flamengo, na Ressacada, e depois anulou a marcação. Para muitos, houve interferência externa no lance, o que é proibido pela Fifa. 
"Eu gostaria de saber qual é a condição técnica do quarto árbitro para observar aquele lance. Eu estava do lado dele e não percebi bem o que aconteceu. Como ele, que estava do meio-campo, com uma visão bem pior (a do árbitro), viu? Só queria entender isso." reclamou o técnico santista Levir Culpi na coletiva.
Após muitas reclamações dos jogadores do Peixe, veio o intervalo e junto, um desgaste emocional absurdo. Com dois minutos da etapa complementar, Guerrero desempatou o jogo e deixou a situação ainda mais complicada. Copete empatou novamente para o Santos e Victor Ferraz botou o alvinegro pela primeira vez na frente aos 9 e aos 48 minutos, Copete ampliou - 4 a 2.

Foi uma grande partida de futebol. O Santos, ao contrário de outras jornadas, como no jogo de ida, na Ilha do Urubu, por exemplo, foi de uma entrega, uma garra, digna dos aplausos da maioria dos 12,5 mil pagantes. Porém, a mesma dificuldade de propor o jogo e o meio-campo vulnerável com apenas um volante pode ser vista. 

E verdade seja dita, ninguém gosta de perder, mas com as contusões que o elenco teve ao longo da temporada, o time da Vila não tem material humano para encarar três competições num semestre. Que o foco seja na Libertadores, onde o time é o único time do país invicto na competição e no Brasileiro, a equipe de Levir tem a oportunidade de tomar a segunda colocação do Grêmio, neste domingo (30), onde ocorre confronto direto na Arena do rival.

Vecchio deixou o campo com dores na coxa e preocupa.
O meia Vecchio, deixou o gramado contundido e vai realizar exames médicos na manhã desta quinta-feira (27). O camisa 20 saiu de campo com dores na coxa direita e é dúvida para o duelo diante dos gaúchos, domingo, às 19 horas, no Sul do país. O colombiano Copete, com os dois marcados se isolou como o maior artilheiro da história do clube com 22 gols.

O santista que foi a Vila saiu orgulhoso do seu time.


FICHA TÉCNICA
SANTOS 4 X 2 FLAMENGO
Estádio da Vila Belmiro
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS)
Público/Renda: 12.507 / R$ 525.080,00
Cartões amarelos: Berrío aos 14'/1T - Muralha aos 11'/2T, David Braz e Guerrero aos 11'/2T, Lucas Veríssimo, aos 23'/2T, Márcio Araújo, aos 39'/2T
Gols: Berrío aos 9'/1T (0-1), Bruno Henrique, aos 33'/1T (1-1), Guerrero aos 2'/2T (1-2), Copete aos 8'/2T (2-2), Victor Ferraz aos 9'/2T (3-2), Copete, aos 48'/2T (4-2)
SANTOS: Vanderlei; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, David Braz e Jean Mota; Yuri (Rafael Longuine, aos 25'/2T) , Vecchio (Léo Cittadini, aos 41'/2T) e Lucas Lima; Copete, Bruno Henrique e Ricardo Oliveira (Vladimir Hernández, aos 31'/2T).
Técnico: Levir Culpi
FLAMENGO: Alex Muralha; Pará, Réver, Rafael Vaz e Trauco; Márcio Araújo, Cuéllar (William Arão aos 45'/2T) e Diego; Berrío (Rodinei aos 15'/2T), Everton (Gabriel aos 35'/2T) e Guerrero. 
Técnico: Zé Ricardo

Copete em apenas um ano tornou-se, isoladamente o maior artilheiro estrangeiro do clube - 22 gols.

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS
Vanderlei: O melhor goleiro do Brasil na atualidade, não teve culpa nos dois gols e ainda realizou pelo menos uma grande defesa. - 6,5
Victor Ferraz: Tentou apoiar o ataque, mas não se destacou nesse quesito durante a batalha. Fez um belíssimo gol. - 7,0
Lucas Veríssimo: Novamente fez uma grande partida. Mostrou maturidade ao encarar o catimbeiro Guerrero. Cresceu muito. Porém, para não dizer que não falei das flores, no lance do gol de Guerrero, ficou mano a mano com o centroavante flamenguista e Evérton e como estava próximo a área, pouco podia fazer. - 7,5
David Braz: Teve momentos que se mandou a frente e como tem qualidade no passe, chegou a armar o time. Entretanto, no lance do primeiro gol flamenguista não estava no setor para fazer a cobertura. Jogador de muita entrega e que cresce muito em decisões. - 7,0
Jean Mota: Demonstrou personalidade quando se mandou a frente. Deu uma assistência para um dos gols de Copete, mas sofreu para marcar Berrio. - 6,0
Yuri: Era, teoricamente, o único marcador no meio santista. Como Éverton recuava da ponta-direita para ajudar na armação dos cariocas, junto com Diego, o camisa 25 demorou para entender e fazer a leitura. - 5,5
(Rafael Longuine): Não deu a intensidade que Levir desejou. Teve uma chance e finalizou mal. - 5,0
Vecchio: Com Lucas Lima bem marcado, se tornou a melhor opção de criação da equipe. Sacrificado, pois acompanhou o meia Diego para fazer no mínimo a sombra. Com a bola nos pés é inegável sua qualidade. Sem ela, ainda sofre um pouco, pois apesar da disposição e raça argentina, não é marcador. - 7,0
(Cittadini): Jogou apenas sete minutos. - SEM NOTA
Lucas Lima: Que é o jogador mais talentoso do Santos, isso é irrefutável, porém , ainda deve uma apresentação digna de seu futebol em um jogo decisivo pelo Santos. Oscilou durante o jogo. - 6,0
Copete: Não tem grande técnica, mas é de uma raça, vitalidade que impressionam. Foi melhor quando virou referência na grande área. Fez dois gols e deu o passe do terceiro. É ótimo no jogo aéreo. - 8,0
Bruno Henrique: Melhor opção no ataque santista é o grande nome no futebol paulista, do momento. Marcou um golaço. Procura o jogo o tempo todo e não se esconde. - 7,5
Ricardo Oliveira: Foram 53 dias longe dos gramados. Uma temporada que começou com caxumba, teve problemas no tornozelo e uma pneumonia. Sem pré-temporada. Se esforçou, mas além da bola não ter chegado, foi longe do camisa 9 que brilhou e trouxe o sorriso ao torcedor santista. Falta ritmo. - 5,5
(Vladimir Hernández): Nova oportunidade perdida para demonstrar que pode ser mais útil. Verdade que o time já estava cansado, mas o colombiano não botou a "fumaça" no final do jogo, que dele se esperava. - 5,0
Técnico: Levir Culpi: Corajoso ao deixar o time sem nenhum no volante na metade do segundo tempo. Meio-campo santista desde o começo do duelo estava vulnerável. Creio que contra o Grêmio, que tem ótimo passe, povoar o meio-campo com mais um volante e a retirada de um atacante com Copete de referência, seja a melhor alternativa. O Santos tem dificuldades de propor o jogo.O gol flamenguista no começo do jogo foi uma ducha de água fria no planejamento do treinador. - 6,5

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