Publicado às 15h52 desta terça-feira, 15 de dezembro de 2015. |
Há 13 anos, as pedaladas de uma garoto franzino nascido em São Vicente de nome Robinho, encantaram o país e após 34 anos , o Brasil era do alvinegro mais famoso do mundo, mais uma vez. Nessa terça-feira, 15 de dezembro de 2015, se completa mais um aniversário de um dos títulos mais importantes da história do Santos, depois de muitos anos sem dar uma volta olímpica - 3 à 2 em cima do SCCP, em um Morumbi lotado e dividido pelas duas torcidas.
O último titulo nacional do Peixe havia acontecido em 1968. Pelé havia parado de jogar na década de 70 e o alvinegro viveu um período de "vacas magras". As exceções foram os títulos paulistas de 1978 e 1984, além de dois vice-campeonato brasileiros de 1983 e 1995. Muitos podem falar do torneio Rio-SP de 1997 e a Conmebol de 1998, mas o torcedor queria um título estadual ou brasileirão. E não poderia haver um roteiro melhor. A decisão contra o maior rival, recheado de dramas e emoções.
Sem dinheiro para contratações em 2002, o Peixe montou um time recheado de garotos para não cair para a série B e sob a batuta do técnico Emerson Leão, os meninos da Vila provaram que talento se faz em casa e em uma campanha onde o time ficou como o último classificado (8o.) eliminou tudo e todos no mata-mata (São Paulo e Grêmio) e a conquista mais aguardada pela Nação Santista após vencer o rival.
"Éramos apontados como zebra e tiramos um enorme peso das nossas costas. Há alguns anos a torcida pendurava as faixas de ponta-cabeça para protestar", relembrou o responsável em levantar a taça naquela memorável tarde, o volante Paulo Almeida.
A epopeia santista foi um divisor de águas na vida do clube. Em 2003, o Santos foi vice brasileiro e da Libertadores. No ano seguinte, levou o oitavo título nacional de sua história e manteve a rotina vencedora em 2006 e 2007 com o bicampeonato paulista. Depois de três anos, o clube iniciou a era Neymar, conquistando o tri paulista (2010,2011,2012), além de 2015, campeão da Copa do Brasil (2010) e a Libertadores de 2011.
Fábio Costa, Maurinho, André Luís, Alex e Léo; Paulo Almeida, Renato, Elano e Diego (Robert depois Michel); Robinho e William (Alexandre) foram os heróis na final. O centroavante Alberto, fundamental durante a campanha do título, estava suspenso na última partida.
Me perdoem os leitores, pois, esse espaço é formado basicamente por informações, mas recordar é viver e esse data é tão importante e marcante na história do clube, que não poderia passar em branco.
Mais do que a conquista, aquele esquadrão alvinegro ressuscitou a mistica de que no Santos, não basta vencer. Tem que ser no estilo ofensivo e com direito a espetáculo.
Os campeões brasileiros de 2002. |
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS NA DECISÃO
Fábio Costa: Não me recordo de um goleiro pegar tanto em uma decisão - 9,5
Maurinho: Apesar de não ter conseguido conter Gil no primeiro gol do rival, fez um campeonato maravilhoso. Tanto que foi para o Cruzeiro no ano seguinte e foi campeão novamente. - 7,5
André Luís: Se redimiu do drible que levou de Gil um ano antes na semifinal do paulista. - 7,0
Alex: Um dos melhores beques da história do clube. Uniu força, juventude e técnica rara. Fundamental na conquista. - 8,5
Léo: Vivia seu grande momento na carreira. Foi coroado com o gol do título. - 8,5
Paulo Almeida: Não tinha a técnica do campeão Mundial em 70 - Clodoaldo, mas sua liderança e ótimo preparo fisíco contribuíram bastante. - 7,5
Renato: Não recebeu um cartão amarelo durante todo o Campeonato e a fase final. - 8,5
Elano: Além de fazer a função de quarto homem do meio-campo, tinha disposição física para ajudar na marcação. Foi dele o gol do empate há poucos minutos do fim. - 8,5
Diego: Na final, teve que sair no primeiro minuto. Não tinha condições de atuar. Fez um campeonato fantástico. Decisivo na primeira partida da final. - 9,0
(Robert): No ano anterior tinha sido o melhor jogador do Santos e do Campeonato. Foi emprestado ao São Caetano e foi vice da Libertadores pelo time do ABC. Voltou ao Peixe e sua experiência e habilidade com a canhota foram determinantes para um título que era para ter vindo ao "maestro" sete anos antes. - 8,0
(Michel): Entrou nos minutos finais. Tinha potencial. Infelizmente pra ele, se perdeu com a falta de maturidade para seguir na carreira. - SEM NOTA
Robinho: Iluminado, decisivo. O "cara" da decisão. Chamou toda a responsabilidade para si. Tarde de Pelé - 10,0
William: Voluntarioso. Sem grande qualidade técnica, lutou como pode e marcava pressão na saída de bola. - 6,5
(Alexandre): Volante, carregador de piano. Viveu bom momento com Emerson Leão. Entrou em um momento difícil do jogo. - 6,5
Alberto: Estava suspenso na última partida. Marcou gol de bicicleta no mesmo SCCP durante a fase de classificação, gol de letra contra o Grêmio e viveu seus melhores dias vestindo a camisa 9. - 8,5
Técnico Emerson Leão: Personalidade forte sempre foi a sua marca. Corajoso ao dizer ao supervisor Zito, após um amistoso contra o mesmo adversário da decisão, que não precisava de reforços. O treinador na hora certa, no momento certo, com os jogadores certos. Ao ser expulso na final, por reclamação, deixou os meninos órfãos, mas tinha Robinho e o camisa 7 estava em tarde inspirada e resolveu tudo. - 8,5