Postado às 23h15 desta sexta-feira,6 de junho de 2014. |
Ás 68 mil pessoas que foram assistir Brasil e Sérvia, com chuva e céu nublado, em uma tarde de caos na capital paulista, pela greve do Metrô, chegaram ao estádio do Morumbi com a certeza que presenciariam mais um show de Neymar & Cia.
Mas, no primeiro tempo, o que se viu na prática, foi uma surpreendente superioridade da Sérvia, em um gramado de qualidade duvidosa. O time europeu se postou com duas linhas de quatro britânicas e compactas, negando espaços ao Brasil e aproveitando as costas dos laterais tupiniquins para armar seus contra ataques.
O Brasil mostrou suas fragilidades como nunca. Fred encaixotado por Ivanovic, Daniel Alves explorado por Kolarov e a omissão de Oscar, foram os equívocos que gritaram aos olhos deste que vos escreve.
Além da falta de postura tática. O Brasil não marcou pressão, não foi compacto e tampouco trocou passes em progressão. A exceção, como sempre, foi Neymar. O único jogador brasileiro que não se omitiu e buscou quebrar a resistência do time servo. Mas, estava longe de estar em seus dias mais inspirados. O fim do primeiro tempo foi marcado por uma sonora vaia no Estádio Cícero Pompeu de Toledo.
No início da segunda etapa, as vaias continuaram, assim como a mediocridade brasileira. Aos 9 minutos, começaram os protestos contra o centroavante Fred e os pedidos por Luis Fabiano já eram uníssonos. E a resposta demorou exatos cinco minutos. Aos 14, depois de esticada de Thiago Silva, Fred, deitado, assim como na final da Copa das Confederações, marcou de bico, para dar uma suada, e até injusta, vitória brasileira, que ainda viu seu adversário acertar a trave.
Apesar da apresentação ruim, é preciso relativizar este amistoso. Os atletas não se dedicaram ao máximo por questões óbvias e o rival tinha muita qualidade. Porém, não pode esquecer-se dos erros. Felipão tem pouco menos de uma semana para corrigi-los para a estréia na Copa, diante da Croácia na Arena de São Paulo.
Júlio César: Teve mais sorte que juízo em suas saídas de bola. Mas, fez bem seu papel em baixo dos três paus. Também contou com ajuda da trave na cabeçada de Jojic. Nota: 6,0
Daniel Alves: Foi presa fácil para o lateral esquerdo, Kolarov. Todas as jogadas da Servia foram nas suas costas. Para piorar, não conseguiu apoiar com qualidade. Sua principal deficiência como lateral é não conseguir ir até o final da linha de fundo. Nota: 4,0
(Maicon): É mais lateral que o titular. Em jogos com adversários recuados, pode vir a ser excelente válvula de escape. Deu bela assistência para cabeçada de Jô. Nota: 6,5
Thiago Silva: No primeiro tempo, bateu cabeça com David Luiz. No segundo, corrigiu seu posicionamento e ainda deu bela assistência para o gol de Fred. Nota: 6,5
David Luiz: Sofreu porque tinha que cobrir o buraco deixado por Daniel Alves. Nota: 6,0
Marcelo: Não estava em uma tarde inspirada, mas fez bem seu papel defensivo. Nota: 5,5
(Maxwell): Não mudou o panorama em seu setor. Nota: 5,5
Luis Gustavo: No primeiro tempo, ficou sem função. Não tinha a quem marcar. Deveria ter sido substituído por Hernanes para qualificar a saída de bola do Brasil. Nota: 5,0
Paulinho: Não conseguiu ser o elemento surpresa. Nota: 5,5
(Fernandinho): Foi mais participativo que seu titular. Nota: 6,0.
Oscar: Síndrome de Cícero. Nota: 4,0.
(Willian): Também não brilhou. Mas, vive melhor fase que Oscar. Merece a titularidade. Nota: 6,0
Hulk: Fez belo gol que o assistente anulou de forma equivocada. Joga mais do que apresentou hoje. Nota: 6,0
Neymar: Não fugiu do jogo. Apanhou, bateu, brigou e encarou os adversários. Deu fantástica assistência para Hulk em gol mal anulado. Nota: 7,0.
(Bernard): Jogou pouco – Sem nota.
Fred: Uma bola. Um gol. Fez o seu papel. Nota: 7,5
(Jô): Jogou pouco – sem nota.
Felipão: Se o jogo de hoje serviu para simular a estréia, a estreia será horrorosa. Seu time ficou encaixotado pela marcação da Sérvia e ele nada fez para mudar o panorama do jogo. Oscar, Daniel Alves e Luis Gustavo não poderiam ter voltado para o segundo tempo. Nota: 5,0.