Publicado às 19:41 deste sábado, 06 de maio de 2023 |
(*) Pedro La Rocca
Voltando a jogar no Independência após quase 10 anos, o Santos perde a segunda partida jogando fora de casa, pelo Campeonato Brasileiro. O Peixe foi à capital mineira (BH), para enfrentar o Cruzeiro e saiu derrotado por 2x1. Wesley saiu de uma seca de 10 meses sem balançar as redes e marcou duas vezes no jogo deste sábado (06). Pelo lado Alvinegro, Ângelo fez o gol que empatou o jogo para o Santos naquele momento.
Sem Soteldo, Odair Hellmann optou por Lucas Braga pelo lado direito do ataque e mandou o Mendoza fazer o lado esquerdo. Na defesa, Joaquim ganhou vaga do suspenso Bauermann. O camisa 28 não atuava há mais de dois meses. Já no meio-campo, Camacho foi quem ganhou a vaga do também suspenso Dodi.
A proposta do Santos em jogos fora de casa tem sido a mesma. Marcação em bloco baixo no 4-4-2, com Lucas Lima fazendo a primeira linha de marcação ao lado do Marcos Leonardo. É uma ideia para bloquear os espaços no meio, porém é um descuido nas laterais que o esquema vai por água abaixo. Não deu outra.
Na primeira chance adversária, o Peixe sofreu um cruzamento do lado oposto e Rafael Bilu perdeu o gol.
Se Marcos Leonardo parou no tri-campeão da américa pelo Santos, Rafael Cabral, aos sete minutos, Wesley não perdoou aos 21. Só no Santos que acontece do lateral-direito estar na esquerda e vice-versa. Ramiro dominou livre, ninguém encostou nele e o experiente jogador encontrou o ex-Palmeiras livre na segunda trave. O lance foi antecipado pelo Blog em live pré-jogo realizada na última sexta-feira (05).
Aos 34, Mendoza teve a grande chance do Peixe até aquele momento. Marcos Leonardo serviu o colombiano na entrada da área e sem deixar a bola pingar, finaliza. O goleiro ex-Santista fez uma grande defesa no contra pé.
Não foi um mal primeiro tempo do Santos, mas assim como no jogo de estreia contra o Grêmio, o time desce para o intervalo perdendo por detalhe e falha do seu sistema defensivo. Foram 45 minutos de vantagem adversária nas finalizações, porém 4x3 apenas. A única bola que foi no gol Santista, foi a abertura do placar.
Um primeiro tempo fraquíssimo tecnicamente pelo lado Santista. O time optou muitas vezes pela bola longa, mas não havia ninguém no time inteiro com essa característica.
O Santos tinha seus lampejos de cinco minutos no ataque, mas tinha muitas dificuldades. No intervalo, além de colocar Gabriel Inocêncio para tentar resolver o problema do lado direito defensivo do Santos, Odair acionou Ângelo no lugar do Lucas Braga.
A mudança surtiu efeito, porque o Menino da Vila foi quem empatou o jogo para o Peixe, aos 12 da segunda etapa. O camisa 11 fez o facão, recebeu boa bola de Marcos Leonardo e encobriu Rafael. Era um Santos menos pragmático e mais presente no ataque.
Porém, como já diria o ditado popular, a alegria do Santista durou pouco, mas muito pouco mesmo. Foram necessários cinco minutos para o Cruzeiro tomar a frente do placar novamente.
Num momento muito bom de ataque para o Santos, o contra-ataque fez a diferença. Após escanteio cobrado pelo Peixe, a zaga adversária cortou, Mateus Vital puxou contra-ataque junto com Marlon, deixaram Inocêncio sozinho contra dois, João Paulo espalmou para dentro da área após cruzamento e Wesley só empurrou para o gol.
O detalhe mais uma vez fez o Santos perder um novo jogo fora de casa. No seu melhor momento do jogo, o time toma gol de contra-ataque. É isso que faz um time perder pontos bobos no nacional. Pontos que vão fazer falta lá na frente.
Já perdeu pontos em casa na segunda rodada contra o Atlético-MG, agora precisa recuperar. Quatro pontos em quatro jogos é muito pouco. Para efeito de comparação, em 2021, Grêmio e Bahia caíram com 38% de aproveitamento, o Santos tem 33%.
O elenco tecnicamente é fraco? Sim. Mas quando o time é fraco, precisa mudar a mentalidade e aí encerro este texto com o seguinte questionamento. O que faz nessas horas Paulo Roberto Falcão?
O Santos volta a campo na próxima quarta-feira (10), para enfrentar o Bahia, na Vila Belmiro, em partida válida pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro. A bola rola às 19 horas.
Local: Arena Independência, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Bruno Arleu de Araújo (RJ)
Cartões amarelos: Jussa, William, Ramiro, Oliveira, Richard, Henrique Dourado (Cruzeiro); Lucas Lima, Inocêncio, Rodrigo Fernández (Santos)
GOLS: Wesley, aos 20 do 1ºT e aos 16 do 2ºT (Cruzeiro); Ângelo, aos 12 do 2ºT (Santos)
Mendoza fez um bom segundo tempo, mas tem jogar por dentro |
NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS
João Paulo - Falhou feio no segundo gol do adversário. Espalmou para o meio, mas estava inteiro na bola. - 4,0
Nathan - No começo do ano, falei que o João Lucas marcava em distaciamento social - Nathan não é diferente. Não travou um cruzamento sequer. - 3,0
Messias - Demorou muito para recompor no segundo gol. É lento. Afobado para sair jogando. - 4,5
Joaquim - Retornou após mais de dois meses. Tentou muitas bolas longas. - 5,5
Lucas Pires - Outro lateral que tem muitas dificuldades defensivas. Os dois gols foram do jogador que o camisa 44 estava marcando. - 4,0
Fernández - O uruguaio tem muita dificuldade de posicionamento e na saída de bola não é diferente. Sem o Dodi, teve que marcar por dois. - 5,0
Camacho - Pragmático. Lento com e sem a bola. - 2,5
Lucas Lima - Sobrecarregado sendo o único meia do time. Não tem mais "pique" para carregar toda a armação da equipe. - 5,0
Lucas Braga - Não foi bem em seu retorno como titular. Pouco ajudou na marcação e foi ineficiente no ataque. - 4,0
Marcos Leonardo - Fez sua melhor partida desde o Paulistão. Sem pressa para definir, cabeça erguida e deu um belo passe para o Ângelo empatar o jogo. - 6,5
Mendoza - Quando tem espaço para arrancar é fatal, porém tem que jogar por dentro, como segundo atacante. Quase empatou o placar no primeiro tempo com um belo chute sem deixar a bola pingar. - 6,0
Gabriel Inocêncio - Ficou orfão de pai e mãe na marcação, não recebeu ajuda e de novo o gol saiu pelo lado direito do ataque rival. - 5,0
Ângelo - Voltou a marcar um gol após quase sete meses. Tem que fazer mais o facão. Qualidade tem. - 7,0
Ed Carlos - Pode receber mais oportunidades por conta da sua técnica e visão de jogo apurada, mas tem uma dificuldade física gigante. - 5,5
Daniel Ruiz - Mesmo em pouco tempo, ficou nítido que por dentro pode ser mais participativo do que aberto. - 5,5
Deivid - SEM NOTA
(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e repórter na Web Rádio Piabanha e na Rádio 365.
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