MAIS UM FRACASSO! ATÉ QUANDO?

Publicado às 22:27 desta quarta-feira, 31 de maio de 2023

(*) Pedro La Rocca

O Santos Futebol Clube está eliminado da Copa do Brasil 2023. Mais um fracasso na temporada. Após um placar de 0x0 no jogo da ida, em Vila Belmiro, Cauly abriu o placar na Fonte Nova e Mezenga empatou no final do jogo, mas nas penalidades o Peixe foi derrotado por 4x3 - João Paulo pegou uma e Marcos Felipe pegou duas. O time de Vila Belmiro se despede da competição e deixa R$4,3 milhões para trás.

Com o retorno de Mendoza, Odair escalou o ataque que tanto sonhava em ter com o colombiano ao lado de Soteldo e Deivid. O resto da equipe foi o mesmo que iniciou o último jogo pelo Campeonato Brasileiro.

Até mesmo antes da partida, também por conta da característica do time comandado pelo treinador revelado pelo Internacional-RS, o Santos entraria na partida mirando no empate - desde cedo o resultado igual se mostrava a grande vontade do time Alvinegro.

O técnico Português, Renato Paiva, não é nada bobo e aprendeu com seus próprios erros da partida em que foi derrotado pelo Peixe pelo Campeonato Brasileiro (3x0). O Bahia da Copa do Brasil é outro.

Ele foi ainda mais além do que no jogo de ida, quando escalou três jogadores de meio contra os dois volantes Santistas. Nesta quarta-feira (31), a estratégia foi colocar o habilidoso Biel flutuando, para que fosse mais um jogador por dentro quando o time Soteropolitano estivesse com a bola e viesse para o lado, quando o Peixe atacasse com um de seus laterais.

Sem uma variação tática sequer, o Santos ficou completamente perdido na marcação e em diversos momentos precisava de coberturas. Sorte do time Santista, que os mandantes não estavam nos seus melhores dias tecnicamente falando.

Foi um dos piores 45 minutos iniciais que eu assisti em todo 2023 - com dois times pouquíssimo interessados na vitória. A única chance do jogo foi do time da casa, que obrigou o goleiro João Paulo a operar um milagre.

O Bahia, no segundo tempo, deixou a bola com o Santos e explorou as costas dos laterais, especialmente a esquerda defensiva do Peixe. Assim saiu o gol que já era uma tragédia anunciada.

Aos 23 minutos da etapa final, Rodrigo Fernández ficou reclamando de uma saída de bola (que ficou longe de acontecer) e deixou Everaldo carregar a bola sozinho. No cabeceio do Ademir, João Paulo fez um milagre (mais um), mas não pode fazer nada no rebote, porque Cauly acertou um chute da entrada da área.

O Santos empatou só aos 49 minutos do segundo tempo, com Bruno Mezenga de cabeça. O centroavante não chegou a jogar nem 90 minutos em cinco jogos desde que chegou ao Santos, mas marcou com a sua principal valência.

Nos pênaltis, Soteldo, Mendoza e Patati marcaram os três primeiros para o Peixe. Camacho (o primeiro reforço para o atual ano) e Mezenga perderam os últimos dois. Pelo Bahia, Cauly, Mugni, Acevedo e Vitor Hugo fizeram e Ademir perdeu.

O ano de 2023 gera um fracasso novamente no primeiro semestre. Importante lembrar, que vai ser muito difícil a classificação na Sul-Americana e o Brasileiro deve ser o foco daqui para frente. Mais um ano em que o torcedor do Alvinegro vai sobreviver da mediocridade.

Uma eliminação que podia e tinha que ser evitada. Um gol sofrido extremamente juvenil; substituições sempre seis por meia dúzia; um time que só tem uma formação e um jeito de jogar. Por que não o 4-4-2? Por que não aproveitar a imensa qualidade do garoto Deivid e a velocidade do Mendoza e implementar essa dupla de ataque para buscar as costas dos zagueiros lentos do time mandante.

Tanto dentro, como fora de campo falta um comando com espírito de campeão, que saiba jogar esse tipo de partida. Fico a vontade para falar, porque repito há um tempo: o que o Fernández tem de diferente do Alison? Um time que parece não ter exemplos no passado e esquece que já teve o eterno capitão Zito, o guerreiro Léo, Paulo Almeida que era capitão com 18 anos de idade e foi campeão Brasileiro.

O planejamento financeiro\esportivo do início do ano era: sexto lugar no Brasileiro, quartas da Sul-Americana, quartas da Copa do Brasil e, no mínimo, final do Paulistão. Dois já caíram por terra.

A eliminação para o Bahia é só uma consequência de um time que se acostumou, repito, com a mediocridade, em ter jogadores sofríveis tecnicamente. O Santos precisa voltar a ser protagonista e para isso, necessita de mudanças no departamento de futebol.

FICHA TÉCNICA

BAHIA 1 (4) X (3) 1 SANTOS

Local: Arena Fonte Nova, em Salvador (BA)
Árbitro: Bruno Arleu de Araujo (FIFA)
Cartões amarelos: Acevedo, Cicinho, Kanu (Bahia); Rodrigo Fernández (Santos)

GOLS: Cauly, aos 23 do 2ºT (Bahia); Mezenga, aos 49' do 2ºT (Santos)

BAHIA: Marcos Felipe, Kanu, David Duarte e Victor Hugo; Jacaré (Cicinho), Acevedo, Rezende e Ryan (Lucas Mugne); Cauly, Biel (Ademir) e Everaldo (Diego Rosa)
Técnico: Renato Paiva

SANTOS: João Paulo; Gabriel Inocêncio (Patati), Messias, Joaquim e Lucas Pires (Nathan); Rodrigo Fernández (Camacho), Dodi e Lucas Lima (Ângelo); Mendoza (Ângelo), Deivid Washington (Mezenga) e Soteldo
Técnico: Odair Hellmann
Dá dó do Menino da Vila lá na frente

NOTAS DOS JOGADORES DO SANTOS

João Paulo - Evitou que o Bahia matasse o jogo antes do Peixe empatar. - 7,0

Inocêncio - Sofreu na marcação. Consegue, no mínimo, repor com garra. - 5,0

Joaquim - Bem nas coberturas. Sua velocidade colabora para o andamento do time. - 6,0

Messias - Está com mais confiança na saída de bola, ainda que tenha muita dificuldade e não tem medo de dar o famoso chutão. - 6,0

Lucas Pires - Perdeu um gol incrível no segundo tempo, que poderia ser decisivo na classificação Santista. - 3,5

Fernández - Não pode errar como errou no lance do gol. Não só isso, péssimo na saída de bola e não guarda posição. - 3,0

Dodi - Cobre os erros do seu companheiro de meio-campo. Carrega bem a bola. Pode chegar mais à frente. - 5,5

Lucas Lima - Sobrecarregado. Precisa de mais um jogador ao lado dele. - 5,0

Mendoza - Ou corre, ou pensa. Por isso, tem que jogar por dentro, perto do Deivid, pois suas principais valências são: velocidade e finalização. Sem ritmo de jogo. - 5,0

Deivid - Vai ficar repetitivo, mas não tem jeito - está órfão de pai e mãe. Ninguém explora a sua velocidade e o seu bom posicionamento. - 6,0

Soteldo - Bem no segundo tempo. Gerou dificuldade à defesa rival. - 5,5

Ângelo - Melhorou a mobilidade da equipe. Parece, de novo, sem confiança nas tomadas de decisão. - 4,5

Camacho - Telegrafou a batida do pênalti. - 4,0

Mezenga - Foi do céu ao inferno muito rápido. Marcou o gol da possível salvação, mas perdeu o pênalti decisivo. - 6,5

Nathan - SEM NOTA.

Patati - SEM NOTA.

(*) Pedro La Rocca - Estudante de jornalismo e repórter na Web Rádio Piabanha.

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